Li esse livro que eu já conhecia faz é tempo. Li depois de ter lido o livro de Noguera sobre o amor. Fiquei curiosa porque lá eu li:
De acordo com os dagara, amar é escutar. É preciso aprende a ouvir as próprias necessidades, mas também as da pessoa amada e as exigências da intimidade. Para conhecer o amor, é necessário, antes de tudo, conhecer a si mesmo e ao outro (p. 24).
Para os dagara, mais do que viver um romance, amar é um percurso de intimidade (p. 25).
A intimidade é o nome verdadeiro do relacionamento amoroso (p. 27).
Lendo sobre tudo isso, autoconhecimento como palavra-chave para o amor me agrada demais. Acho que, se eu sei de mim, se posso falar de mim e do que sinto, como sinto, para a pessoa que amo, é um dos maiores presentes que posso oferecer em vida. Eu tento sempre sempre sempre fazer isso e, mesmo quando eu não consigo, eu sei que estou tentando. Nem sempre sei de mim mas, quando sei, falo e repito. Eu me sinto bem.
O livro fala da importância da água para os rituais de cura para o povo dagara, povo o qual a autora faz parte. Isso é tão forte para mim. Fiquei lembrando de como eu preciso de água.
Eu gostei muito do livro, muito embora não goste tanto do capítulo que se dedica a falar dos homossexuais, ao final, como se estivessem à parte. Não sei, não gostei dessa ideia, me incomodou. De resto, acho que o livro tem muitas pérolas ao longo do texto. Mandei algumas delas para pessoas que amo.
Quando os problemas aparecem, temos a tendência de esquecer a base forte do nosso relacionamento. É bom voltar aos tempos em que nos unimos ao nosso parceiro, quando o espírito nos aproximou (p. 117)
Algumas vezes, acostumamo-nos a nossos problemas. Preferimos alimentá-los e damos espaço para que cresçam em nossa vida. Ficamos apegados a eles e não queremos que nos deixem; tornam-se um peso para aqueles que escutam falar sobre eles, que ficam sem saber como reagir (p. 112)
Muitos casais, no Ocidente, preferem romper a relação a lidar com certas questões. Problemas que não foram resolvidos em um relacionamento, não desaparecem simplesmente porque vamos embora. Eles aparecem sob uma nova forma, em nosso próximo relacionamento. Toda vez que partimos, levamos os males dos relacionamentos passados para o próximo. Um dia finalmente e acordamos. Pomos um fim ao problema e começamos o processo de cura (p. 124).
Sobonfu Somé