Sentei-me ao lado da van em que pude ver o marido da professora de natação e seu filhote lá do outro lado da rua, oito da noite, esperando-a chegar.
O menino de três anos corria para lá e para cá, serelepe, parecia certo de que aquela van trazia a mulher que lhe botou no mundo, mulher esta esperada por seu pai todos os dias, mesmo horário, mesmo lugar.
Senti a lágrima brotando no canto do olho sorrateira, no mesmo dia em que decidi pôr fim a uma ideia maluca de fazer dar certo um amor solitário por alguém descorajoso.
Ela não saiu, a lágrima. A professora me deu tchau, segui viagem, com aquela imagem na cabeça. Pai e filho que esperavam uma das mulheres de suas vidas. Não chorei, mas senti tanto aquela imagem que até agora posso ouvir os ecos e gritos do neném que apontava para a van, o pai de braços cruzados, sorriso no rosto, esperando, esperando.
Um amor concreto, feito de esperas, de estradas com mato e última van. Um amor.
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