Mais uma vez, eu em casa, passava da meia noite. Ouço uma cantoria. Levanto pra ver e na rua meninos negros jovens, tem entre 13-16 anos. Cantam:
deixa, deixa mesmo de ser importante
vai deixando a gente pra outra hora
vai tentar abrir a porta esse amor
[...]
Um deles, o que vai à frente, grava tudo. Este parece mais sério e compenetrado, olha para a câmera. Os outros, amigos, parecem fazer aquilo para ajuda-lo a dizer alguma coisa para alguém. Um deles me vê. Continua a descer a rua e cantar, me dá um tchauzinho e eu retribuo, sorrio para ele.
Acho uma cena tão linda. Meninos jovens negros cantando o amor numa cidade pequena do recôncavo baiano. Pode não ser nada mas, ainda assim, por também não ser nada, é tudo.
(porque quando eu vejo na TV' e em todos os lugares, esses meninos só são maus e perigosos, eles só aprontam coisas ruins e nada que preste, e eu vi, EU VI meninos negros cantando o amor e se declarando, ajudando o amigo a declarar o amor, eu sou feliz, eu acredito no amor e na vida, eu já disse isso)
Vidas negras importam, amores importam, declarações importam.
(porque quando eu vejo na TV' e em todos os lugares, esses meninos só são maus e perigosos, eles só aprontam coisas ruins e nada que preste, e eu vi, EU VI meninos negros cantando o amor e se declarando, ajudando o amigo a declarar o amor, eu sou feliz, eu acredito no amor e na vida, eu já disse isso)
Vidas negras importam, amores importam, declarações importam.
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