Jaxyn e Benny Harlem
"Torna-se particularmente interessante a participação nada desprezível de muitos pais tutelados, que procuravam agir no sentido de atender às exigências legais para terem seus filhos de volta, ou ao menos vê-los em companhia de alguém de sua confiança. De acordo com a legislação da época, mulheres solteiras pobres (ou viúvas pobres) eram passíveis de terem seus filhos tutelados por outros, dada sua condição de 'incapaz' para bem criar e educar os filhos.
Ao que tudo indica, muitas dessas mulheres, de cujos cuidados eram tirados os filhos menores, eram solteiras somente no aspecto legal, pois muitos de seus companheiros - e pais das crianças tuteladas - apareciam em processos posteriores, requerendo a guarda dos filhos e buscando comprovar a paternidade, quer apresentando documento de perfilhação - nos quais reconheciam juridicamente a paternidade dos filhos - quer comprovando uma legítima união através de certidão de casamento, ou até mesmo casando-se legalmente com suas companheiras. Em alguns casos, padrastos assumiam a paternidade de seus enteados, na expectativa de assumir famílias dispersas"
PAPALI, Maria Aparecida Chaves Ribeiro. Escravos, libertos e órfãos: a construção da liberdade em Taubaté (1871-1895). São Paulo: Annablume: Fapesp, 2003, p. 185.
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