Eu estou de férias de mim mesma, escrevendo menos e fazendo coisas mais simples. Mas ainda viva e pondo intensidade no regar das plantas, conversar com as vizinhas, abraçar uma criança. Tive sonhos com palavras, elas me perseguem também dormindo.
Lavando pratos, pensei numa poesia mais ou menos assim:
Ela faz ele encontrar com ele mesmo todas as vezes que conversam.
Olha fundo em seus olhos, lhe dá paz. Segurança.
Ele troca o ralo do banheiro e também o chuveiro (nas raras vezes em que ela o queima, alternando entre inverno e verão o tempo inteiro).
Perfeito.
Não fosse ele querer, além de tudo, roubar-lhe a alma.
Depois pensei, não, não, estou aqui reafirmando os estereótipos. A gente estuda tanto para descobrir que tudo que nossa vó diz tem muita razão, muita ciência. E o que essas pessoas sábias sabem desde que nascem é: ficar junto é a melhor coisa que temos a fazer.
Mais pessoas muito importantes chegando em minha vida. Estou bem feliz para elas, de dentes abertos e alma lavada. Há velhas pessoas, há pessoas que eu amo, muito embora tudo me diga que eu não devesse fazer isso comigo mesma. Não estou preocupada com isso.
Estou preocupada em sentir. Sentimentos não são motivos, são sentimentos. Não justificam nada e não querem responder nada, só querem existir. E eu os deixo todos saírem para fora, amor, ódio, alegria, tristeza.
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