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domingo, março 11, 2007

Tatuagem.

Engraçado. Quando fui fazer minha primeira tatuagem, tudo parecia tão artesanal, era legal pôr uma tatuagem, era divertido, emocionante, doía, tudo junto. E demoraaaava, não era coisa para apressados. Agora não tem mais a mínima graça, as pessoas usam anestesia então não tem mais nenhum sentido perguntar "doeu", e mesmo quem não usa fica com aquela cara de "eu só fiz por que sabia que não ia doer", isso é chato. As pessoas marcam hora, que progresso, e em no máximo meia hora você sai do estúdio mudado, é assim. Mas é chato. Chato por que as coisas têm que ter um gostinho, e tatuagem sem dor não tem graça nenhuma, por isso inventem o que inventar, todas as minhas tatuagens serão com muita dor, para continuar tendo sentido. É como um filho, uma coisa boa que acontece, uma graça, vem com umas dores, mas no final é bonito. Não que eu ache que temos que sofrer na vida, a dor da tatuagem ou de parir não é dor, tem lá suas coisas de bonito, mas isso é coisa minha e discorde se quiser. Me embaralhei, deve ser por que ainda está doendo, ehe. Tem gays que não gostam de mulheres. Tem gays amigos de mulheres. E tem os que invejam as mulheres, peito, cólicas e sangue. E tem aqueles que não estão nem aí. Prefiro esses. 
Gostei do filme Pecados Íntimos, mas sabe qual é o problema dos ditos filmes americanos alternativos? É que depois de um tempo, todos os alternativos começam a ficar iguais, mesmo roteiro e falas, então deixa de ser alternativo. Até que venha alguém e quebre tudo de novo, vamos ficar assistindo coisas parecidas com Beleza Americana. Não que eu não tenha gostado, só estou dizendo que Little Children vai na mesma linha, sem deixar de ser bom. A cena da menininha afagando a cabeça da mãe aterrorizada, aquilo é emblemático, o título no Brasil virou "Pecados Íntimos", que pode até ter a ver também, mas Little Children diz muito sobre isso que não sabemos no que nos transformamos depois da adolescência. Pecados Íntimos, todo mundo os tem, eu fiquei aqui elencando os meus quando saí do cinema, me dizendo que não gosto de ter segredos, mas eu tenho, é estranho isso, querer ser um livro aberto, me preocupar com julgamentos, eu realmente me ocupo com isso, não devia, mas acontece. E enfim alguém fora de mim me disse que eu devo ficar calma, que estou sozinha por que não estou amando e ponto. E que controlar quando não se ama não é nada demais. Obrigadas, Betty Milan. Tá bom, vou viajar.


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