Você que me lê, me ajuda a nascer.

sexta-feira, janeiro 13, 2006

Sabe qual é?

Eu tou afim de uma emoção real, cê tá me entendendo? Alguma coisa que me pegue de jeito, que me deixe bamboleando, saltando, correndo. De novo. Não vou dizer que tou cansada disso e daquilo por que não sou de me queixar à toa, sabe qual é? Eu só vou dizer que quero emoção real, todo mundo vai entender. Como eu disse dias atrás, os homens estão mesmo se tornando seres descartáveis. Mas Deleuze diz que não são só os homens. A idéia toda é a destituição das identidades. Logo agora que tanta gente se encontrou. Vão tudo se perder de novo. Esse ano tem Bob Dylan, Lauryn Hill. E nem precisei vender minha alma pro diabo. Tem U2 também, mas nem é a pilha do show, a companhia que eu vou ter é que vai arrebentar a boca do balão. Aha. Eu REALMENTE chorei no ônibus lendo Palestina, Uma Nação Ocupada. Pensem de mim o que quiser. Olha, esse negócio de blog é uma merda. Digo, uma merda. No sentido da palavra merda, sabe qual é? Tu sabe o sentido. De repente todo mundo pode se meter a escritor, escritora, escrevendo merda. A personagem Dalibor Liska em Queimando ao Vento diz que pra ser escritor não é preciso ser nada. Ótimo. Até acredito nisso, num mundo sem blogs eu acredito nisso. Eu mantenho isso aqui aceso sem nenhuma pretensão, digo, comercial. Eu fico sabendo que as pessoas leêm e me sinto animada a escrever como foi o meu dia, essas coisas, pessoas que vi, lances, comentários... nada pessoal, tudo cópia. Ou espelho. Agora mesmo eu tou aqui, com as mãos em cima do teclado, pra encher o post. E vai ser só isso mesmo. Estou com umas idéias do tipo andar com agenda anotando pequenos detalhes do mundo, por que eu esqueço quando sento aqui. Mas parece uma coisa de quem é metido a escrever, então eu fico adiando. Meus diários todos estão lá na minha casa antiga, empilhados, uns 7 ou 8. Depois que um professor me disse que eu seria convocada para a guerrilha quando a revolução estourasse, fiquei com medo das minhas coisas espalhadas por aí e comprei um baú. Ele me disse sério para queimar tudo, mas ainda não consegui. E nem vou, eu acho. Uma outra professora viu os mesmos diários e delirou. Também, ela usava essas metodologias que trabalham com "história de vida" nas pesquisas dela, só poderia gostar mesmo. Vai entender, é tudo gente. Alguém me convida pra tomar uma cerveja? Minha vida vai mudar tanto que preciso me acalmar um pouco.

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