Você que me lê, me ajuda a nascer.

quinta-feira, janeiro 09, 2025

Carlinhos Maia por João Pimenta.


Como a gente não tem orgulho de ser baiana? Poxa, difícil. Que rapaz maravilhoso, gente. Fico emocionada com tanta inteligência. Obrigada, João. Obrigada mesmo.


 

Só você e eu/Amado, Vanessa da Mata e João Gomes.


Delícia demais. Uma coisa puxa outra, né? Eu assistindo Roda Viva com ela e a ouvi falar de João Gomes. Fui caçar a música. É como ver o Roda Viva de Fernanda Torres e ouvir falar sobre o livro e a minissérie que ela escreveu/roteirizou. 

Uma coisa puxa a outra e a gente se alimenta.

 

Um homem por inteiro.


 

quarta-feira, janeiro 08, 2025

Olhos de água e sal.

É só quando você olha de novo e de novo para os olhos que tinham água de mar para ver que eles também tem sal e o que você viu também pode ser tristeza.

Sim, a vida é isso mesmo, tudo junto e ao mesmo tempo. Você é quem escolhe de pega carona nessa cauda de cometa ou fica à toa na vida sem ir quando o amor chama.

É você, só você quem pode escolher nessa fração de segundo que a tristeza e a felicidade espreitam o nascer do dia para saber com quem você vai dormir.  

Nem tudo é negociável.


 

segunda-feira, janeiro 06, 2025

O beijo na parede, Jeferson Tenório.


Leiam o livro de Jeferson. Eu amo livros que falam das infâncias de crianças e esse livro conta a história, em primeira pessoa, de um menino negro de 11 anos chamado João. A lucidez de João pode fazer a gente pensar que é a voz do autor ali presente o tempo todo, mas de fato João poderia pensar tudo aquilo mesmo, e para que a gente soubesse disso, bastava aprendermos a escutar as crianças.
 
Parece extraordinário para quem não convive com crianças, mas Tenório apresenta um menino negro de 11 anos perfeitamente possível para quem consegue ouvir as crianças. Há belíssimas passagens no livro inteiro, mas a ideia do título, o tal beijo na parede, é um soco no estômago (dado com a força de um menino de 11 anos). 

Com a imagem que a expressão evoca, o autor consegue sintetizar tantas dores e violências que meus olhos ficam marejados só de escrever aqui. Talvez porque eu também tenha beijado paredes, em sentido literal e figurado.  

Jeferson Tenório






 

Dopamina: a molécula do desejo, de Daniel Z. Lieberman e Michael E. Long.


Terminei o livro animada com a ideia de ter aprendido mais sobre mim e sobre áreas de estudo que eu não domino. Tenho dificuldades em acreditar piamente em qualquer coisa que queira me dizer que resultados são deterministas e definem coisas. Estou mais para combinação de resultados para compreender fenômenos. Aprender sobre dopamina é mais um desses temas que nos ajuda a entender o complexo quebra-cabeça que são as pessoas.

Não define o desenho do quebra-cabeça, mas colabora com algumas peças. Isso é muito massa. Durante a leitura do livro, fiquei me perguntando como sou e como ajo frente à situações que "exigem" mais ou menos dopamina. Foi gostoso perceber também que o caminho que tento seguir, o de menos tela e aplicativos e mais presença pode ajudar a encontrar a harmonia nos dias atuais, em que buscamos prazer imediato e muitas vezes irrefreado. 

Atividades manuais dão prazer enorme e agora eu entendo mais ainda porque. Por isso gosto tanto de escrever cartas (preciso voltar a fazer isso). A sensação que sempre tive e a presença exigida talvez sejam responsáveis por ser como sou hoje. Isso é incrível. Quando falo em escrever cartas hoje, é coisa de uma por mês, mas já tive tempos na vida - período da graduação - em  que eu escrevia cartas todos os dias.

Todos os dias. 


Daniel Z. Lieberman e Michael E. Long



 

Sem escalas.


 

quarta-feira, janeiro 01, 2025