Pois bem. Fiquei de escrever aqui sobre os livros que ando lendo.
Um deles agora é o de João José Reis (ed. revista e ampliada, 2003, Companhia da Letras) - o nome está no post do título - e é um clássico sobre a rebelião dos Malês. Leitura obrigatória para saber mais sobre mim. Selecionei duas passagens que me fizeram bem de ler (ainda estou no começo, mas fiquei com ganas de escrever)
O que se suspeita que fosse a distribuição de riqueza numa sociedade escravista, agora pode ser aproximadamente avaliado em números. Os 10% mais ricos controlavam 67% da riqueza. Se isolarmos apenas os 5% do topo, verificamos que possuíam 53% da riqueza. E se destacarmos os dez indivíduos mais ricos da amostra, eles despontam como proprietários de 37% dos bens inventariados. Essas dez pessoas representam apenas 2,3% da amostra de 395 [pessoas]. Aí se encontravam os mais poderosos senhores de engenho [leia-se escravocratas] e os grandes negociantes. (p. 30)
[...] alguns cativos ousaram ocupar cadeiras e participar dos debates no recinto da Câmara Municipal. A história de um deles é contada pelo secretário dessa casa, Attaide Seixas: "e reparando eu em um negro José Inácio, cativo de Felix da Silva Monteiro, sentado nas cadeiras da Câmara, perguntei-lhe quem era, respondeu-me que era um Cidadão como eu, e mostrou-me uma faca de ponta batendo com ela sobre a mesa". (p. 66)
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