Agora, deitada nessa cama, ouvindo o barulho de uma festa lá fora, tudo parece menos dolorido. Agora aqui só eu e minha respiração. Essas novas tecnologias roubaram de mim até o barulho das teclas.
Agora é mais confortável, e talvez nem doa mais tanto. A lucidez me faz ter certeza que as melhores decisões foram tomadas, agora (e por pouco tempo) aquilo que digo que é racionalidade impera e é ela quem dá o tom das coisas. Mas não me acanho de lembrar, inventar outros finais. Não me acanho de ligar, escrever, também não me arrependo de me arrepender de tudo e depois fazer de novo. Nunca deixo de fazer o que eu tenho vontade em matéria de coração. O que acontece é que há muito tempo eu não quero nada, além das eventuais coisas como a confirmação das previsões.
Saber o que vai acontecer dá uma sensação de auto-suficiência, mas parece impossível não saber. Eu quero uma coisa que me surpreenda. Eu quero, talvez, estar errada, pelo menos uma vez.
Difícil de entender? Não pra mim. A verdade é que eu gosto de ser eu. Isso pode ser bem clichê, mas eu continuo me virando bem sozinha. Sempre gostei de mim, minha pele, cabelo, cheiro. Passo horas me olhando no espelho, vendo bem dentro de mim. Horas. Às vezes perco até compromisso. É isso.
Perdoei todos os meus erros cometidos contra mim mesma, chorei, ouvi outras mulheres falando. Posso dormir em meio ao barulho e ainda assim acordar em paz.
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