Hoje, na aula de natação, o professor me disse
guardei uma raia para você
Vi as moças se apertando em outras raias, sorri metida. Mesmo sabendo que não era verdade. Nado borboleta, é o que eu mais gosto e o que o professor diz que as mulheres menos gostam. Eu me refestelo com os elogios.
Mas, que tem a ver com felicidade? Porque eu acho mesmo que ainda não aprendi a ser feliz. Nestes dias, em que a felicidade bate à minha porta todos os dias, no abraço de Luzia, no cafuné dele (porque não escrevo o nome de meus pequenos), o dengo do outro, o carinho da outra, felicidade, saindo e entrando por todos os poros de meu corpo.
Não sei lidar com ela, tenho medo, fico acuada. Me permito um sorriso gargalhado, riso de pombagira que quando chega me fala as coisas que não quero ouvir, mas também dança e rodopia, dança de um jeito que eu sempre quis dançar, me toma, de saia branca rodada no meio do mato.
Estou feliz porque tomei decisões. E uma das coisas que me fizeram dizer sim foi olhar pra tudo que eu tenho e perceber as faltas que me fazem aqui e lá. Aqui, não é nada pessoal. Me ocorreu aqui ficar por causa da biblioteca da faculdade e seu mundo de títulos. Pelas salas de cinema. Pelas exposições fotográficas, mais abundante que lá. Mas pessoas, pessoas, são todas lá as que me fazer vibrar, sorrir, pular, andar descalça na areia quente das dunas do Abaeté. Aqui também pessoas, mas, tudo bem assim. E eu sou feliz, gargalhando enquanto desço a ladeira.
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