Você que me lê, me ajuda a nascer.

sábado, abril 16, 2011

Bebês.

Em um post passado, falei que não ia comentar os filmes, só postar o link do trailler. Não consigo com esse aqui embaixo. Chorei e sorri o tempo inteiro, com todos os gracejos, pezinhos, mãozinhas, choros e birras. O filme não tem falas e, quanto tem, não são traduzidas. Temos só a impressão dos bebês, de uma câmera muito aproximada, de "baixo".
Não sei se todo mundo que lê isso aqui sabe o quanto eu quero ter filhos e filhas. Talvez por isso o filme me deixe tão abestalhada. Recomendo pra todas as pessoas cheias de doçura no coração. Um homem saiu da sessão dizendo "nossa, as professoras chorando que só". Como se isso fosse "ruim". Talvez a moça do meu lado tenha ficado chateada com minhas gargalhadas em momentos que eventualmente não levavam a isso, não sei. Mas, lendo Wallon ultimamente, tenho andado ainda mais boba com bebês.
Eu preferiria trabalhar com bebês a trabalhar com crianças maiores, apesar de adorar quando aos cinco anos elas estão falando tudo que lhes vem à cabeça e suas impressões sobre o mundo. Mas acho que com bebês, os sentidos são outros além da fala que aparecem o tempo todo, e isso é muito estimulante para mim. O filme, por conter só imagens (e choro, e gritos, e berros e gargalhadas) tenta conduzir sem conduzir, sem julgar (com algumas aspas aí), as ações de mães e pais em quatro continentes do mundo.
Uma observação: É incrível como desde pequeno o bebê Ponijao, em Opuwo/Namíbia, desde muito pequeno, aprende a conviver com as outras pessoas que o cercam. Ele está o tempo inteiro cercado de pessoas, outras crianças. Há poucas cenas em que ele está sozinho, denotando a importância da coletividade para este grupo em especial. Numa cena que eu chorei horrores, ele está comendo num vasilhame com mais algumas crianças. Ele está no centro, mas me parece ser impossível encontrá-lo na cena, se ele estivesse só. Não seria ele. Ele é porque as outras crianças estão ali.
Ubuntu.
Eu teria mais para falar de Bayar e Marie e Hattie, mas... vale a pena.

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