Você que me lê, me ajuda a nascer.

quinta-feira, dezembro 03, 2009

Outros feminismos.

Não, eu não quero. O feminismo que “nasce” com a sociedade capitalista só me trouxe problemas. Prefiro outros feminismos. Aquele da mulher que entende da luta, mas não acha que seu trabalho numa empresa é mais importante que o daquela senhora que ela contrata para ser sua empregada doméstica. Por que agora ela é uma “mulher independente” e não pode mais ocupar-se das “tarefas de casa”.

Ora, mas de que casa a gente está falando? Da casa dela! Se a casa é dela, as tarefas deveriam ser também, não? Pois sim, esse feminismo de araque só serve para que a máquina do capetalismo continue funcionando a todo vapor, e desse eu não gosto.

Fico bufando de raiva contra essa mulher que nasce com o capetal que se acha “a” gostosona e não sabe que os homens adoram o feminismo, contanto que dê mais lucro para eles! Ainda bem que existem outros feminismos.

O que não se divide pela classe social. O que entende que ser mulher não é trabalhar fora, cuidar da casa, dos filhos e do filho grande que é o marido – que dá mais trabalho por que já vem criado por outra mulher e cheio dos costumes demora mais a entrar no jeito. Se ser mulher é isso aí, desisto de tudo e vou-me embora. Se antes já fazíamos muito, cuidando da casa e das crianças e do marido, agora para ser mulher tem que trabalhar! E tem mulher que se gaba, acha mesmo que é isso aí, sua função é ser multi. Não pode ter tempo pro não fazer nada, acordar tarde e pensar na vida: ser mulher é ser tudo que era antes, com mais algumas qualidades: prover a casa e não fazer cara feia na hora do vamos ver. Entre a cruz e a caldeirinha, pulo fora e tomo banho de água fria.

Pior ainda é se as mulheres negras, historicamente já vistas como empregadas de forno e fogão, entrarem nessa paranóia e acharem que para ser mulher no século 21 precisa passar por essa bateria de exames. Entrarem nessa loucura de quererem ser “as melhores”: e as melhores, nesse caso, só alimentam a chama do capetalismo.

Ser mulher é respeitar seu corpo. Seu tempo. Seu compasso. Ser mulher é isso. É ser.

Um comentário:

Caio disse...

Ah, grande, grande!!
Ah! E não se esqueça de olhar seu e-mail ou um entregador que está a sua procura...