Você que me lê, me ajuda a nascer.

terça-feira, dezembro 29, 2009

godozinho.

Acabei de receber a ligação de um amigo. Nos veríamos numa praia aqui no interior da BA. Ele me liga e ouço barulho de metrópole. Me assusto. Voltou correndo pra São Paulo, a empresa chamou-o de volta no meio das férias – coisa que para mim só acontecia com executivo ou gente rica –, pagou a passagem dele por que só ele saber fazer uma coisa lá para eles. Ele tava zangado, mas orgulhoso. Imaginei o sorriso escondido nos becos da zanga. Ficamos conversando quando é que enfim iríamos conseguir nos ver. Cruzamos as agendas nos próximos dois meses para saber se enfim teríamos paz.

Aí caímos de lembrar nossa adolescência juntos andando de skate numa cidade pequena no sertão da BA – eu nunca me esqueci o shape que ele destruiu, mas acho que hoje um jantar paga tudo – quanto tempo, quanta coisa mudou. Me emocionei também por que fico pensando no quando somos importantes para a “locomotiva do Brasil”, mas ainda assim, somos vistos por muitas pessoas como micos de auditório – olha lá como ela anda/fala engraçado, baiano é sinônimo de gente brega – e ninguém nem imagina que ainda hoje, 29 de dezembro de 2009, as pessoas nos ligam, nos chamando para trabalhar nessa cidade que não para, não para, não para. Se antes era para construir o prédio, acho que talvez agora seja para fazê-lo funcionar. Mas ainda não nos deixaram em paz.

Esse post é em nossa homenagem, godozinho.

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