Você que me lê, me ajuda a nascer.
quarta-feira, maio 27, 2009
É só um homem.
Descendo as escadas, saindo do buzu e indo de encontro ao trem, estação Hebraica-Rebouças. Um homem negro, morador de rua, almoça sempre no mesmo lugar, "atrapalhando" o trânsito das pessoas que descem correndo para pegar o trem, ir trabalhar, ir, ir.
Vejo as pessoas resmungarem, mas ninguém diz nada pro moço, que além de almoçar ali religiosamente entre meio dia e uma da tarde, espalha ao redor seus vasilhames, seus pertences. Penso que ele quer mesmo que alguém fale alguma coisa, que reclame, talvez ele tenha muita coisa engasgada para dizer. Mas as pessoas não falam nada, meneeiam a cabeça, bufam, quando muito.
Eu de minha parte não me importo muito. Sou sempre atropelada pelas pessoas que descem. Ele me ajuda a conter o fluxo.
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