Leiam Santiago Gamboa, minha gente, leiam, leiam. Eu estou lendo e não consigo parar de ler, mania essa que eu tenho que ler o tempo todo, mesmo quando eu vou em pé e ninguém segura meus livros no ônibus que vem apertado me trazendo pra casa, o cara é demais, eu adoro literatura sulamericana, Llosa me exige um pouco de paciência pra pegar no tranco, mas depois vai, com Gamboa é diferente, ele quase não usa vírgula, e faz você ir junto no embalo e quando você olha pra trás você está na página cem, fico com pena de acabar, então eu finjo que não entendi o parágrafo pra voltar um pouco e continuar lendo.
Por que ele escreve sobre imigração que é um tema que de um tempo pra cá me interessa muito, mas por que também ele escreve como eu gosto de ler, e puxa, como eu gostaria de escrever, continuo lendo. Mas ele mais do que ninguém sabe dizer coisas que já vivi na minha condição de "ulissiana", eheheeheh, por que eu também sofri essa tal Síndrome de Ulisses, essas doenças da modernidade, como stress que até um tempo atrás é coisa de rico e agora dá até em criança.
Odeio vírgulas e odeio adjetivos, alguém que eu li disse que não gostava de adjetivos também, mas eu uso, uso muito, ainda mais em textos para entrega, trabalhos de escola, essas coisas, eu capricho nos adjetivos e nas vírgulas, sou a rainha da Prolixidade, eu sou rainha de alguma coisa, vejam vocês.
Lá fora uma chuva que não quer parar, casas alagando, todas essas pessoas aí voltando pra casa, mas eu já cheguei, não em casa, mas tomei banho e posso me dar ao luxo de estar aqui escrevendo.
Descobri que o amor liberta, mas talvez eu tenha descoberto de um jeito muito singular, jeito próprio. De alguns anos para cá, todas as vezes que eu disse eu te amo eu simplesmente apaguei o alguénzinho da minha vida, é como se quando eu digo eu te amo eu me liberto pras outras coisa da vida, como se eu dissesse "pronto, eu te amo, mas não vou encher seu saco, entendeu? Eu te amo, faça o que quiser com isso, pendure na parede, faça um lindo quadro, mas não espere que eu vá choramingar afeto"; então todas as vezes que eu me libero fica mais fácil para esquecer alguém, e dessa vez não vai ser diferente. São cinco dias então.
Fiquei uns dois dias desanimada, achando que não ia conseguir fazer nada direito esse ano. Mas passou. Todo mundo tem um canto, tem um lugar onde busca forças, mas eu só ando por aí, então descobri que o meu ponto de referência vai ter que se euzinha mesmo, assim como Gandhi dizia bem antes de mim, vou descobrir aqui dentro um lugar pra descansar.
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