Você que me lê, me ajuda a nascer.
segunda-feira, novembro 21, 2005
Una marea di bene.
Eu odeio retrospectivas, por isso vou fazer uma meia boca aqui, logo em novembro, pra fugir das convenções e da normalidade. Não que eu faça isso sempre, eu no fundo sou bem careta e falo em casamento após alguns meses de namoro, penso em ficar junto... essas coisas. Me preocupo se as pessoas do meu lado estão se sentindo bem, tudo isso que reza a boa educação. Mamãe me ensinou a ser gentil com as pessoas, sorrir, sorrir, me ensinou a arte de ser feliz, enfim.
Mas eu queria mesmo dizer que esse ano eu consegui fazer quase tudo que eu me programei para fazer, e aquilo que eu não fiz normalmente foi por que me escapou das mãos, ou não esteve na minha alçada para resolver. Estou satisfeita, mas os projetos continuam, eu não me prometo nada no fim do ano, mas sempre digo pra mim mesma que eu tenho que cumprir o que prometo, acho que isso virou obsessão pessoal, não é nada com você, veja bem.
Eu tenho lido pouco, digo, poucos livros e periódicos, além dos de sempre, mas tenho visto muita coisa interessante. O último filme foi "As Invasões Bárbaras", acabei comprando. Mas Cinemas, Aspirinas e Urubus me deixou em estado catatônico de êxtase. Isso existe? Vamos inventar.
Ah, estar ontem num show infantil cantando "Fico Assim sem Você" com mais 10 mil pessoas, mas ligar para alguém que está a milhares de quilômetros de distância foi uma das experiências mais fantásticas desse ano. Melhor, eu não estava bêbada, e nem foi tão caro. Tá vendo, a gente até que pode fazer umas loucurazinhas de vez em quando, a gente que não se permite, ninguém se permite nada e acaba que morre de tédio. TEM CRIANÇA NA PLATÉIA?
Eu realmente estou provando um período da minha vida muito, mas muito singular: de um lado não tenho paz nem paciência pra muita coisa, e de outro, ando desfrutando de sensações intensas de aprendizado e felicidade... papo de pedagoga mais chato... aham, tento me explicar aqui: estou vendo minha vida tomar um rumo que me agrada profudamente, comecei a procurar casa pra morar sozinha, inauguro uma fase importantíssima, me preocupando com cada detalhe, assumindo mesmo mesmo o comando das coisas (quem é que manda aqui?), e o mesmo mesmo ali em cima não foi sem querer, é proposital sim. Enfática. Ou serei eu insistente? Bem, só sei que esse processo tem me trazido alegrias e descobertas, estou me vendo ora pronta, ora desfeita, mas sempre decidida. Acabei chegando à conclusão de que eu já sou "metade gente" faz tempo, mas que ainda não havia me acostumado com isso.
Pode parecer bobo ou divertido ou soar como surpresa, mas ainda hoje, quando me perguntam quando eu calço ou quanto eu visto, titubeio e digo: "Nunca sei direito... nunca comprei essas coisas, sempre usei o que minha mãe me comprava"... e aí nem parece eu falando, uma garota que vive como cigana desde os 3 meses de idade... estranho. Quem serei eu, afinal?
Eu tenho identidades cambiantes, como diria Hall. Todo mundo tem. Bom mesmo é saber disso e não entrar em paranóia.
Ah, esse mês... quanta surpresa... 25 anos eu precisei viver para ouvir (ler) um garoto me pedir desculpas. Mas nada forçado, nada fake. Simplesmente desculpa. Foi tão simples que na hora nem fiz caso. Depois me dei conta o quanto ele faz tudo diferente do que eu imagino, mesmo. Aí, constatando isso, fiquei com uma vontade imensa de ver o Amelie Poulain de novo, nem imaginava que isso ia acontecer assim, eu queria ver a Amelie na bicicleta com ele, e o anão de gesso viajando o mundo. Sei lá por que, deve ser por que é bonito.
E mais uma vez, vamos lá:
UEL, UEL, UEL, GABRI-EL...
Eita vida boa da porra.
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