Você que me lê, me ajuda a nascer.
quarta-feira, agosto 10, 2005
Detalhes, diferenças.
Eu mostrava a língua pra ele em sinal de desdém, e ele achava isso sexy. Fazia sem querer. Por isso naturalmente sexy, me dizia ele. Vai saber. Eu era toda errada pro cara mais certo que já tinha aparecido na minha vida. Mas ele adorava isso, ele batia palmas quando eu mandava cartas sacanas pro seu trabalho, me ligava do banheiro e queria falar de sexo ali, no banheiro do chefe. Dizia que aquilo sim que era tesão.
Parecia um cara que nunca tinha trepado direito. Ria e era feliz por qualquer merda. E, caramba, ele já tinha 35 anos! O que eu devia fazer, então? Fingir que nunca tinha encontrado ninguém assim? Mas seria verdade demais, porque sim, eu nunca tinha encontrado ninguém assim. Mas ele nem poderia sonhar que eu estava sendo verdadeira pela primeira vez na vida. Não deveria sequer imaginar que meus suspiros de orgasmo eram realmente sinceros, e que eu era feliz ali, preparando macarrão no fim de um domingo, com ele abrindo uma cerveja assistindo os últimos comentários dos jogos pela TV fechada. Seria demais se ele soubesse que eu estava realmente feliz, realizada, e sendo sincera.
Achei melhor esconder isso, e acho que não me arrependo. Afinal, são dois anos de namoro firme, e mesmo que ele não fale em casamento e tenha brotoejas quando alguém cita a possibilidade de termos um filho, eu sei que de algum modo as coisas estão indo pelo caminho certo.
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2 comentários:
Óooo, dei uma passadinha aqui, viu? Gostei do tom dos textos. Bjos.
Pô o cara quando sefaz de bobo é uma merda, nojento mesmo, hoje naum dá pra aturar tanta mesquinhez e machismo. Abaixo as mãos bobas, os apressadinhos, babacas que só comem fast-food e cia.
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