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quinta-feira, dezembro 26, 2024

Macabéa, Flor de Mulungu, de Conceição Evaristo.



Adoro livros que me levam para outros livros. Com esse aqui foi isso, eu nunca li Clarice Lispector. Antes de começar a trabalhar, eu li coisas que me chegavam às mãos. Nunca pude escolher o que ler. Eu lia os livros de português na escola, aqueles textos que vinham para serem estudados a cada unidade do livro, eu lia o que tinha, tudo que chegava. Monteiro Lobato, Jorge Amado, eu li tudo que tive acesso e eu não tive acesso à Clarice.

Mas agora A hora da estrela vai me conhecer. Macabéa aqui é um pedaço da gente, é bonito de ler e a interpretação no final do livro falou dentro de mim, como eu pensava que seria. Uma das coisas mais bonitas da minha vida hoje é ser quem eu sou. Que orgulho disso. 

Eu gosto tanto de Conceição Evaristo que no dia que eu a vi pessoalmente não consegui dizer nada. Nada. Fiquei parada ali, olhando para ela, as pessoas pedindo para tirar fotos e eu parada. Estática. É que ela para mim é raio de sol, força do vento, é natureza, é parte de mim e do mundo inteiro que eu escolhi viver, não consegui dizer nada disso. Eu já falei isso aqui, né?

Quero encontrar com ela de novo e dizer todas as palavras que eu não disse.

Conceição Evaristo

 

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