Você que me lê, me ajuda a nascer.

segunda-feira, dezembro 30, 2024

Belo: perto demais da luz.

Eu prefiro séries documentais brasileiras do que aquelas coisas que a Netflix joga nas nossas costas sobre uma pessoa que mora no Oregon e faz origami invertido com o pé desde que nasceu. Estou vendo tudo que posso e essa foi uma das que gostei. 

Até baixei o primeiro cd do Soweto para molhar as plantas hoje.

Amei saber que a mãe de Belo era macumbeira, até gosto mais dele. 



Beyoncé Bowl.

Vejam Beyoncé e Blue Ivy.




Ronny Chieng: Love to hate it.


 

O caso Robinho.


 

domingo, dezembro 29, 2024

sábado, dezembro 28, 2024

Proparoxítona.


 

Felicidade.

Tou sentindo uma felicidade louca nas coisas mais ordinárias do mundo como comer um aipim frito feito por um amiga.

Tanta felicidade que eu fico pensando se a gente pode sentir isso todo dia, se tá errado sorrir assim quando há tanta fome no mundo, eu fico pensando, mas não tenho resposta. 

Não tenho resposta, mas sigo sentindo felicidade com coisas miúdas, miudinhas. Elas fazem uma diferença grande bem grande no meu dia.

Crer no incrível

Ver o invisível

Receber o impossível 

Ouvi isso num programa de TV'. 

quinta-feira, dezembro 26, 2024

Ainda bem, Thiaguinho.

Apareceu na playlist e eu pensei nele sem parar. Todas (quase todas, vai) as palavras parecem que ele fala ou eu falo para ele. Ainda bem. Só quando é recíproco é assim. 

Adoro quando ele diz que o amor que ele sente "cheira a paz". Cheiro de paz é o que eu sinto quando deito no colo dele. 



O imenso azul entre nós, Ayesha Harruna Attah.




Comecei a ler o livro e me deparei com a pergunta de "como é que Ayesha sabe tanto de Salvador assim?". Fui fuçar e descobri o que imaginava: ela escreveu esse livro quando esteve residente no Sacatar, em Itaparica. Só podia ser!

Sabia, sabia. Que bom que essas residências existem para aproximar a gente. 

Gostei do livro, mas gostei tanto do fim que achei que ela poderia continuar mais umas cem páginas depois do encontro das irmãs, especialmente porque elas, gêmeas, foram separadas e se encontraram quando já não estavam mais achando que ser uma só era pensar parecido. Essa ideia ficou reverberando em mim de um jeito especial, ainda mais quando elas conversam assim:

- Você deve acreditar em algo.
- Nós. Acredito em nós. Encontramos uma a outra, usando nossos sonhos. Cristianismo. Islã. Otienu... Isso tudo existe pra nos manter na linha e nos dar algo além de nós mesmos e nos manter sob controle. Nós, pessoas, podemos e devemos olhar para dentro de nós mesmos. Mas talvez fique com Otienu. Nossa crença. Eu posso respeitar isso. (p. 219)

[...]

Husseina observou os músculos do rosto da irmã estremecerem. Era verdade que tinha que ser paciente com Hassana, mesmo que a irmã nunca se tornasse uma pessoa de fé. Então se deu conta. Hassana acreditava em algo.
- Obrigada por acreditar nos nossos sonhos. 
- Eu que agradeço - Hassana disse. - Por me salvar. (p. 251)

Me senti falando pela boca de Hassana e fui feliz. De fato, ler é uma das melhores coisas do mundo. 


Ayesha Harruna Attah


 

Macabéa, Flor de Mulungu, de Conceição Evaristo.



Adoro livros que me levam para outros livros. Com esse aqui foi isso, eu nunca li Clarice Lispector. Antes de começar a trabalhar, eu li coisas que me chegavam às mãos. Nunca pude escolher o que ler. Eu lia os livros de português na escola, aqueles textos que vinham para serem estudados a cada unidade do livro, eu lia o que tinha, tudo que chegava. Monteiro Lobato, Jorge Amado, eu li tudo que tive acesso e eu não tive acesso à Clarice.

Mas agora A hora da estrela vai me conhecer. Macabéa aqui é um pedaço da gente, é bonito de ler e a interpretação no final do livro falou dentro de mim, como eu pensava que seria. Uma das coisas mais bonitas da minha vida hoje é ser quem eu sou. Que orgulho disso. 

Eu gosto tanto de Conceição Evaristo que no dia que eu a vi pessoalmente não consegui dizer nada. Nada. Fiquei parada ali, olhando para ela, as pessoas pedindo para tirar fotos e eu parada. Estática. É que ela para mim é raio de sol, força do vento, é natureza, é parte de mim e do mundo inteiro que eu escolhi viver, não consegui dizer nada disso. Eu já falei isso aqui, né?

Quero encontrar com ela de novo e dizer todas as palavras que eu não disse.

Conceição Evaristo

 

Assim como a gente.


 

quarta-feira, dezembro 25, 2024

Dia de Praia, Juliana Correia.


Mais legal que ler o livro é conhecer a autora e quem o inspirou. Só falta dar um abraço na ilustradora, que mandou bem demais. 


Recomendo! Não admito que fiquem me dizendo que leem Menina bonita do laço de fita e Cabelo de Lelê para as crianças até hoje quando temos Julianas por aí. Não admito, tenho dito. 


Juliana Correia

Ronny Chieng: Asians Comedians Destroy America.


 

Bagagem de Risco.


 

Chegadas e partidas.


Das coisas que eu choro copiosamente. Vejo a cara da gente na TV' e tudo que a gente consegue com o que temos que me acabo de chorar sem parar.

Por mim.

 

sexta-feira, dezembro 20, 2024

Nova Cena.


 

Porto, apoio, ponte.

Estou aprendendo a não querer controlar a vida das pessoas que amo. O que eu mais quero ser é porto, apoio, ponte e não escora ou muleta. Eu quero ser a pessoa de quem as pessoas que amo vai lembrar quando precisarem de alguém e não alguém que elas acham que vai resolver tudo por elas porque quer, precisa ou deve. Eu quero ser a pessoa para quem elas pedem ajuda sem medo nem vergonha. Se elas não conseguem, aí já não é muito comigo, mas eu vou continuar ali, esperando, esperança. 

Vou estender a mão, mas não vou andar mais do que devo para encontrar a mão da outra pessoa. Eu não consigo mais, eu não posso fazer isso comigo, eu preciso de ajuda para ser porto, apoio, ponte. Eu preciso de ajuda e preciso disso para continuar a ser feliz também, não posso exaurir toda a minha vontade de viver para encontrar alguém.

Porto, apoio, ponte.

Estou aprendendo e quero ser e vou ser. Porque eu quero e depende muito de mim.

terça-feira, dezembro 10, 2024

Agridoce.

Me disseram agridoce e eu gostei.

Eu acho que eu sou mesmo. Sou meio agri, meio doce. Sou toda agri, toda doce. Sou doceagri. Mas sou assim mesmo, debochada e querida, em medidas que não saberei dizer, só você, que me lê. 

Quando aprendi que eu vou ser agridoce para algumas pessoas, porque para elas sou professora ou filha, eu descansei em paz. Para outras, vou ser fofa e legal porque sou amiga, é isso mesmo. Eu sou muitas coisas para muitas gentes e é por isso que eu gosto tanto de gentes e de conviver, porque vejo coisas de mim que não veria sozinha.

Se as pessoas soubessem o quanto eu amo uma salada de folhas com manga, uva ou abacaxi, iriam saber o elogio grande que me fizeram quando me chamaram assim. 


segunda-feira, dezembro 09, 2024

Sol.


 

A liberdade em três atos.









 

Mayara Ferrão.


Mayara Ferrão, O beijo 20, da série Álbum dos desesquecimentos, 2024, imagem gerada por Inteligência Artificial, impressão jato de tinta sobre papel algodão



(essa não achei nome, mas é de Mayara, está num site com coisas dela)


Quem não achar isso bonito, não bate bem da cabeça

 

segunda-feira, dezembro 02, 2024

domingo, dezembro 01, 2024

Parceria firme aqui, é nós dois.

No dia que sonho com Mano Bronw, eu penso que 

às vezes eu acho que toda preta como eu, só quer um terreno no mato, só seu

Mas agora eu acho que toda preta como eu quer um terreno no mato e um preto que queira criar galinha, só nossas.

Ele me lembra de parar de trabalhar e olhar para ele. Eu respiro fundo e digo que é isso que eu estava precisando.

Vou casar para trabalhar menos

Não amor, você vai trabalhar menos porque vai casar

Ele tem razão (e eu adoro isso).


Todo o silêncio.


 

Maníaco do Parque.