Você que me lê, me ajuda a nascer.
quinta-feira, julho 27, 2006
Nem sempre foi assim. Mas talvez seja assim pra sempre.
Preciso escrever, mas nem sei por onde começar. Por que na verdade eu não quero contar aqui a minha vida. Não é um diário de verdade, aqui é só um lugar onde eu escrevo algumas coisas sobre a minha vida, entenderam? A graça está em tentar decifrar aquilo que não escrevi, em imaginar coisas, em inventar finais para os começos de minhas histórias. Então aqui estou eu, por que preciso escrever, sem falar o que realmente aconteceu ou sobre a minha vida, senão não tem graça.
Não sei se tenho o que escrever ou é por que estou confusa que eu quero passar por aqui. Insomma, ou talvez, anyway, ainda não consegui digerir muita coisa que me aconteceu nesses últimos dias, tenho tentado descobrir o que vim realmente fazer no mundo, mas ainda estou aqui na metade. Preciso de respostas que não virão de mim, que precisam ouvir outras vozes, uma só voz e já basta. Estou agoniada. Agoniada. Sempre achei essa palavra meio estranha. Escrever agoniada dá mais agonia? Talvez sim.
Não é a primeira vez, mas sempre me incomoda não saber direito o que fazer. Sempre me incomodou a idéia de brigar com o coração e toda aquela palhaçada de ouvir a voz da razão. Não entendo nada disso, sou uma pessoa só, cabeça e coração funcionam sempre junto, não consigo separar tudo isso aqui dentro, nem aqui fora. Viver intensamente, eu estou aqui trabalhando, vendo fotos, suspirando, me divertindo, ouvindo música, lendo Vargas Losa, tentando continuar de pé. Mas não sei o que fazer, se deixo tudo pra lá e assinalo mais uma viagem de avião na minha lista ou jogo pro alto o orgulho bobo e vou-me embora, ao som de Chico Buarque. Isso chateia.
Tenho muito tempo, a vida inteira, pra decidir o que quero dela. Dela, da vida. Mas a ânsia, oh, a ânsia, essa outra palavrinha que me agonia escrever, fica aqui me martelando, me acompanha. Escrevo ânsia e me lembro de náusea. Náusea não é bem o vômito, vocês bem sabem. É só aquela sensação filha da puta e enjoada. Eu, agoniada, vem a ânsia e eu tenho náuseas. Acho que o Sartre largaria a Beauvior e ficaria só comigo depois dessa.
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2 comentários:
É...
eu bem sei o que é sentir náuseas!
Sabe, é?
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