Você que me lê, me ajuda a nascer.
terça-feira, agosto 23, 2005
Diz aí...
O que eu posso querer mais, depois que ouço pela manhã um "Bella Donna Super Fantastica e Stupenda"?
Milhões?
Não, não...
Eu sou feliz assim, eu sou. Descobri cedo e aproveito cada minuto como se fosse o último, não preciso de mais nada naquele exato momento e continuo a me sentir assim por umas duas horas depois de ouvir isso.
Minha vida segue, barquinho a navegar. Muita coisa boa acontecendo, e agora parece ser normal ser feliz, eu sorrio à toa e me pergunto se eu que sou boba ou o mundo que parou.
Eu adoro canções populares, agora mais ainda do que antes, quando eu fico longe de todos que me lembram minhas saudades.
Eu não sou daqui
Marinheiro só
Eu não tenho amor
Eu sou da Bahia
De São Salvador
Ô marinheiro, marinheiro
Quem te ensinou a navegar
Ô foi o tombo do navio
Ô foi o balanço do mar
Lá vem, lá vem
Como ele vem faceiro
Todo de branco
Com seu bonezinho.
Cantem mais de uma vez, aí sim passa a ter sentido.
domingo, agosto 21, 2005
sexta-feira, agosto 19, 2005
Come here, Bob!
Bichano.
O.K., o gato é dele. Mas isso não significa que vai tê-lo de volta. Esse foi o pensamento que tive quando Bob se aninhou nos meus braços e eu pude senti-lo ronronando baixinho. Ele gosta daqui, se acostumou com a gente junto nesses dois anos de namoro-casamento, vai lá saber o que era. Bob não tem culpa, é normal ainda não ter assimilado isso e ter ficado aqui, no lugar que era nossa casa e também casa dele. Sim, ele veio junto, no pacote, junto com o cara que se dizia meu namorado até três semanas atrás. Mas acabou virando arrimo de família, ou melhor, de casal.
A idéia foi dele, a grana foi dele, e foi ele quem escolheu. Nome, cor e nacionalidade. Eu nem gostava do Bob quando ele não se chamava Bob. Mas hoje eu acho que sinto por ele uma espécie de gratidão, Bob passou a ser o referencial para as atitudes do seu dono, me perguntava sempre “o que o Bob faria se pudesse falar agora?”, então ele virou alguém para se confessar. Pode parecer absurdo para quem lê isso aqui e me conhece, deus me livre de gato faz só uns meses atrás, mas muita coisa mudou, inclusive as relações entre eu, gente e bicho. Não fiquei mais boba, fiquei mais velha.
Eu sinto mesmo que Bob não quer voltar. É como se ele me dissesse, eu meio que sinto isso quando ele me olha e segue lambendo o pêlo em direção ao seu pratinho de comida no fundo da cozinha. O dono dele mora perto, bastaria passar por lá qualquer hora do dia ou da noite e deixá-lo com o porteiro, com um bilhetinho dizendo uma bobagem do tipo “Tome, ele é seu, por mais que goste mais de mim do que de você” que tudo estaria resolvido, mas acontece que eu fico aqui relutando. Relutando por que no começo, digo, no fim do namoro, Bob era a única forma de ligação entre eu e a minha velha história de amor, desgastada, suja, sem muita coragem para prosseguir adiante. Mas é como aquele short jeans velho e rasgado, eu mesma tenho um, que você tem e sabe que na próxima lavada você tem que jogar fora, mas não consegue. Assim era o que eu sentia pelo dono do Bob (dono do Bob! Ele tem nome, tem nome, gente, mas eu prefiro nem dizer, dono do Bob soa menos sentimental e mais distante), o que eu vivia com ele, short velho e puído que não dá coragem de jogar fora. E quando tu joga, fica meio aquela coisa no ar, “eu perdi alguma coisa, mas não sei o que é”, sabe?
Depois, eu fiquei sem tempo, sem tempo pro Bob, sem tempo pra mim. E foi quando ele, refeito do susto do fim de tudo, resolveu me ligar. Ligar, escrever, eu nem lembro. Eu só sei que ele começou a atacar de todos os lados, queria o Bob. Disse que não tinha pedido antes porque imaginava que eu teria algum semancol. Que o Bob era sim importante, e que ele não tinha esquecido dele e de como ele era especial. Eu ia mencionar que se o Bob era especial tudo que a gente viveu também era, mas ele desligou na minha cara. Tanto melhor. Decidi naquela hora que Bob não iria, não antes de falar cara a cara com o traste que me lembrava o tal short rasgado.
Enquanto isso, o tempo ia passando, e Bob ia acreditando que as coisas tinham entrado nos conformes, ali era mesmo sua casa e o traste era apenas decoração inútil, uma coisa assim sem valor, que a gente se desfaz na primeira oportunidade. Aí eu não mandei de volta mais por comodidade, já estava fazia parte do meu dia chegar em casa e encontrá-lo ali, se espreguiçando, me esperando para nada, para estar ali. E eu, que já há muito não me dava a encontros aos fins de semana, nem a saídas espetaculares, dessas que terminavam em camas alheias, me servia da companhia de Bob.
Mas um dia tive um estalo e percebi mesmo que o dono do Bob não acreditaria que eu estava realmente curada das dores que seu amor me fez passar se eu não o devolvesse. Vinho argentino com música do Gardel, certa noite criei coragem e despedi-me do Bob, deixado então na tal portaria do prédio, mas sem bilhete. Passado alguns dias, Bob aparece. Sim, Bob. Ele tinha voltado, voltado pra mim. Não poderia mais acreditar em nada além da idéia de que ele tinha me escolhido, por ser mais cômodo e limpinho para ele ficar comigo, além de tudo.
Foi quando numa dessas noites atrás o dono do Bob me ligou da portaria dizendo um “volta pra mim” meio chocho que eu me toquei como a volta de Bob tinha me feito bem. Não queria mais o short, tinha arrumado um bem parecido num brechó há duas quadras de casa. Mandei na lata pra ele:
- Tarde demais. Bob voltou antes.
quarta-feira, agosto 17, 2005
É mentira.
É tudo mentira.
Tudo que eu escrevo, todas as minhas historinhas aqui são clichês reais. Eu realmente vivo. Vivo, sabe como é? Por isso não tenho inveja da Pille, da Carol Teixeira e nem da Sabina, por mais que admire esta última.
Mesmo que eu te diga que são historinhas bobas e sem compromisso, pode ter certeza que é tudo mentira. Ou seja, é tudo verdade. Sacou?
Por isso mesmo, espere e lerá por esses dias uma historinha hilária sobre minhas outras histórias dos outros. Eu não pude me conter e às vezes até eu sou sim, uma menina má. Maliciosa. Deliciosa. Impossível não querer roçar a minha língua na língua de Camões, né?
quarta-feira, agosto 10, 2005
Detalhes, diferenças.
Eu mostrava a língua pra ele em sinal de desdém, e ele achava isso sexy. Fazia sem querer. Por isso naturalmente sexy, me dizia ele. Vai saber. Eu era toda errada pro cara mais certo que já tinha aparecido na minha vida. Mas ele adorava isso, ele batia palmas quando eu mandava cartas sacanas pro seu trabalho, me ligava do banheiro e queria falar de sexo ali, no banheiro do chefe. Dizia que aquilo sim que era tesão.
Parecia um cara que nunca tinha trepado direito. Ria e era feliz por qualquer merda. E, caramba, ele já tinha 35 anos! O que eu devia fazer, então? Fingir que nunca tinha encontrado ninguém assim? Mas seria verdade demais, porque sim, eu nunca tinha encontrado ninguém assim. Mas ele nem poderia sonhar que eu estava sendo verdadeira pela primeira vez na vida. Não deveria sequer imaginar que meus suspiros de orgasmo eram realmente sinceros, e que eu era feliz ali, preparando macarrão no fim de um domingo, com ele abrindo uma cerveja assistindo os últimos comentários dos jogos pela TV fechada. Seria demais se ele soubesse que eu estava realmente feliz, realizada, e sendo sincera.
Achei melhor esconder isso, e acho que não me arrependo. Afinal, são dois anos de namoro firme, e mesmo que ele não fale em casamento e tenha brotoejas quando alguém cita a possibilidade de termos um filho, eu sei que de algum modo as coisas estão indo pelo caminho certo.
segunda-feira, agosto 08, 2005
Cold Water.
Ela é especial de várias formas e por infinitas razões nesta minha vida fadada ao fracasso total e absoluto. Talvez seja ela que me impeça de finalmente naufragar. Talvez, vá saber, cabe a todos nós que a amamos de algum modo descobrirmos. Te amo. Não valho nada, mas te amo.
Traduzindo:
Eu sou especial de várias formas e por infinitas razões na vida dele fadada ao fracasso total e absoluto. Talvez seja eu quem o impeça de finalmente naufragar. Talvez, vá saber, cabe a todos vocês que me amam de algum modo descobrir. Ele me ama. Ele não vale nada, mas me ama.
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Eu prometo pra mim mesma todo dia que não vou repetir mais de dez vezes a musiquinha do Closer mas eu não consigo (é, você disse, eu gostei mesmo). Estou aqui ouvindo de novo, com vontade de ouvir uma certa voz. Essa música tem o som de uma ligação não completada, eu sei. Daquele tututu que a gente que tá indeciso ou apaixonado ou amargurado ou cheio de boas lembranças ou enganado gosta de ouvir... se eu sou forte?
Não, eu não sou. Eu estou é cansada demais. E chateada com essas novas tecnologias que rastreiam tudo que você faz. Surpresa comigo mesma que antes era mais crente. Agora ando desanimada pra muita coisa e só acredito em criança e gente com mais de 67 anos. Tenho medo de encontrar pela frente de novo um grande desafio e dessa vez entregar os pontos de verdade.
Lançaram um livro com as algumas poesias do Buk. As minhas esperanças estão todas escritas nele, alguma coisa me diz isso. Enfim, por hoje chega de Cold Water. Rice, vá se ferrar!
sexta-feira, agosto 05, 2005
Bigode.
Aprendi agora que "bigodar" é dar problema. Então, meu filho, vamos lá, problemas eu tenho de penca pra dixavar aqui. Mas não vou ficar me estendendo, porque a minha tensão pré-menstrual não permite.
Eu estou triste por conta de uns problemas de família. A família minha e eu quero cuidar, proteger, e quero me sentir cuidada. O que eu faço quando eu quero colo e quero também fazer carinho, o que eu faço quando as coisas estão indo na contramão, o que eu faço? Escrevo, escrevo, escrevo. E canto uma canção. Só eu ouço, só eu canto. Na minha cabeça tem um monte de som, mas é só a minha voz que faz diferença. Nem a notícia que eu vou ganhar um iPodi mês que vem me deixou mais alegre. Não hoje. Mas eu guardei ela pra outro dia, me lembrarei e ficarei animada daqui um tempo, eu sei.
Tenho que dizer que fui à Pinacoteca ver uma exposição de fotos sobre Havana. Ah, Havana... depois do Pedro Juan, Havana pra mim tem outra cor. Bonita exposição, mas vista de fora por dois paulistanos que passaram (só) 12 dias em Havana. O que é verdade? Qual é a verdade, quero dizer. As mulheres de Havana, as mulheres nuas de Havana. A Pinacoteca é linda, as exposições muito legais. Gostei do passeio. E das companhias. Vi de novo aquele amigo de longe que mora na mesma cidade.
A Fantástica Fábrica de Chocolate é isso mesmo. Fantástica. Ponto.
Eu ontem ouvi de alguém que me ensinou a não ter saudade que pensava muito em mim. Que bonito! Principalmente porque eu nem ele nem precisava dizer isso preu gostar dele ou achar que ele é especial. E ele não ia ganhar nada além de um sorriso meu com essa frase, mas mesmo assim disse. Tá vendo porque que eu fico com a pureza e a resposta das crianças?
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