Você que me lê, me ajuda a nascer.
sábado, novembro 28, 2015
quarta-feira, novembro 25, 2015
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terça-feira, novembro 10, 2015
Eu quero flores.
No dia em que ouço sobre o mapa da violência e de como o número de mulheres negras mortas aumentou significativamente eu ouço de mainha uma história triste. Uma história, mais histórias, muitas histórias.
De uma mulher negra trabalhadora bem perto de nós, que há 12 anos sofre violências tantas de um cara que deveria ser seu companheiro. Mainha e eu discutimos sobre o fato de ela ter gostado dele e por muito tempo ter acreditado que ele poderia mudar. Eu acredito que ela acreditou e eu acredito que ela está cansada. Eu acredito que ela não quer mais, mas ele não quer saber disso e entrou em sua casa para estuprá-la há duas semanas atrás.
Poderia ser amor. Mas não é mais. Ela tem o direito de ter amado quem a machucou? Claro. Vejo mulheres condenando mulheres que amam homens que a bateram, mas eu acho que é possível, afinal, não dá pra desistir de alguém assim, de alguém que já te fez muito feliz. Você abre o olho no outro dia e acha que não, não pode ser verdade, ele só precisa de mais uma chance e... quando você vê, muito tempo se passou... você sente vergonha, você não quer pedir ajuda, as pessoas te julgam... e mais tempo se passou. Você descobre que a vida também bate, você pensa e pesa se aquele tapa uma vez por semana pela pseudo-proteção que ele te dá compensa e quando vê... mais alguns anos.
Aí um dia você acorda e quer ajuda e quer ir embora e tem o direito.
Não posso julgar. Não tenho o direito. Não passei a vida que ela passou, seria fácil só apontar o dedo.
Ela agora não tem muitas escolhas. Precisa ir embora, se esconder, dizer não à vida que vive agora e ir embora, medida protetiva. É doloroso, mas é o único jeito. Isso também dói e eu espero que ela tenha coragem. A gente fica em parte esperando que as coisas mudem e não tomamos algumas decisões que pensamos que não precisarão ser tomadas.
Queria poder dar um abraço nela agora, dizer alguma coisa. Digo pra mainha o que eu quero dizer pra ela, porque ela não me contou nada e eu não sei. Eu sempre a vejo sorrindo quando desço do ônibus quando volto da faculdade. Eu nunca saberia nada.
Eu mulher negra
Míghian Danae
Eu cinquenta por cento mais vezes violada por esses programas universalistas que "esquecem" da raça ao implementar políticas públicas no Brasil
Eu parada violada
Eu curtida currada
Eu correndo sofrendo
Eu morrendo (vivendo)
Eu parada violada
Quando caminho na cidade sabendo das coisas que sei
Vejo mulheres negras como eu
Iguaizinhas a mim e fazendo coisas e querendo ser respeitadas
Mas são vistas como um pedaço de carne
Embaladas pelo vácuo das demonizações racistas da minha pele olhos e cabelos
Eu curtida currada
Quando na rede social faço (só) sucesso em ocasiões específicas aquelas definidas por pessoas que nem me conhecem
Eu correndo sofrendo
Correndo para continuar viva
Correndo dos estereótipos
Correndo das piadinhas sexi-racistas
Eu morrendo (vivendo)
Em combate também sucumbindo
Levantando caindo
Chorando (sorrindo)
Me deixem em paz
Eu quero viver a minha vida
Com as minhas pessoas escolhidas
Eu não sou legal
Não preciso ser
Eu quero ser o que eu quiser
Me deixem em paz
Fotos tiradas daqui.
segunda-feira, novembro 09, 2015
domingo, novembro 08, 2015
sexta-feira, novembro 06, 2015
quarta-feira, novembro 04, 2015
Até parece.
Quem me procura aqui no blog só acha postagem de filme e deve achar que eu só faço isso da vida.
Não é. .
Bem verdade que eu vejo muitos filmes. Eu estou sempre com alguns por ver. Agora no DVD está "O assassinato de Jesse James" e no Netflix eu vejo "Sounding the Alarm" e "Pixo". Tudo de vez assim mesmo. Eu gosto. Eu sou viciada mesmo.
Não vejo a hora. Eu aposentada vendo pencas de filmes por dia. Coisas de cinco seis dez. Levanta só pra trocar de filme ou ir ao banheiro.
Eu escrevo outras coisas mas elas se perdem nos rascunhos. Eu parei de escrever aqui e voltei a escrever cartas. Eu sempre gostei.
Eu queria que quando eu morresse todo mundo que recebeu carta minha e se conhecesse se juntasse e publicasse minhas cartas. Tem umas que eu adoro reler e quando eu vou na casa da pessoa que recebeu eu peço pra ver. Rever. É engraçado. Uma coisa feita por você mas que nunca foi sua.
Só pra recapitular: tá tudo bem. Eu é que ando mais pra dentro que pra blog.
Passei muito tempo da minha vida querendo voltar pra Salvador. Agora que estou aqui não quero fazer muita coisa. Cada vez sou mais feliz com menos.
segunda-feira, novembro 02, 2015
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