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quarta-feira, fevereiro 05, 2014

Mãe e filho.

Numa conversa de amigas, a gente falando sobre como alguns homens relacionam-se com a gente tendo como referência a figura materna. Eu disse

a gente não tem tantas referências de relacionamento fora do círculo parental, dando certo ou não. a gente tem pouca experiência com relacionamentos, no geral e estamos a cada dia desaprendendo mais. daí que a gente se apega nas poucas referências que temos - a relação mãe e filho é uma delas - e também reproduzimos a mãe do cara, e eles não dizem não porque também se sentem confortáveis nessa condição. não acho que a relação de mãe e filho é perfeita, mas é uma das poucas que a gente conhece que dizem que existe um amor chamado de incondicional. só que o lance é que amor de homem mais mulher não é incondicional. não rola isso.

Minha amiga emendou

e a gente tá num outro tempo, trinta anos sem filhos, talvez a gente acabe reproduzindo essa parada ainda mais com os caras...

E eu de novo:

a gente vira mãe porque às vezes é o único jeito que a gente acha de se aproximar do cara, das pessoas ao redor dele. é só esse amor que pode, que conhecem, que dá certo. e a gente vai vivendo, empurrando, cedendo, quando vemos... sempre achamos que estamos sendo "meio mãe", mas a gente também não sabe fazer de outro jeito muitas vezes. algumas vezes, até achamos que só existe esse jeito de fazer. eu fico pensando que... quando o cara precisa acordar cedo para fazer uma prova, a mãe é aquela que levanta antes, faz o café e fica lá, chamando-o de dez em dez minutos. a gente deveria só acordar, dar um toque e voltar a dormir. se ele não for, é da conta e risco dele. mas, de algum modo, a gente acha que amor, amor mesmo, é só se a gente fizer igualzinho à mãe. não estou pondo a culpa nas mulheres. estou dizendo que, nós e eles estamos enrodilhados nisso. precisamos aprender outros modos de relacionamento, isso faz mal para todo mundo, não só para os caras que são tratados como filhos, mas para nós também. como eu já disse, sigo achando que precisamos aprender a sentir tesão por alguém com quem a gente divide os sonhos, com alguém que somos cúmplices. isso não é fácil e a gente não está aprendendo isso. eu acho legal quando, pelo menos, a gente tem consciência disso tudo e conversa pra ser melhor. 

E como casar isso? Eu não sei. Eu só sei que vai ser bem legal quando a gente conseguir ser livre. Poder ser tudo e não ser nada. 

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