Você que me lê, me ajuda a nascer.

quinta-feira, janeiro 07, 2010

Do jeito que sua nega gosta.

Hoje não fiz nada o dia inteirinho que deus deu. Não fazer nada é ficar em casa, escrever cartas e textos, dormir, dormir, comer, conversar com mainha. Não ir à praia, enfim, nem cinema. Nem amigo chamando para ir ao Pelourinho. Isso incomoda um pouco, mas incomodava mais no começo das férias. Me sentia meio inútil. Mas a gente acostuma com o que é bom. Ficar sem fazer nada. É bom ter algo para fazer - eu queria ser escritora por que sonho que algum dia na vida eu poderia ficar só escrevendo na maciota, nada tipo mil livros por ano, miacoutamente falando - é bom não fazer nada para fazer o que quiser.

Mas quero ser diplomata.

Escritora.

Cantora.

Dançarina.

Professora de pilates (inspirada no filme As Leis de Família, de Daniel Hirzman).

Eu escrevi certa vez um conto quando estava aqui em Salvador. Perdi o rascunho. Era um texto sobre mangas e desejo. Manga è sempre bom para falar de desejo, vai saber. Mas eu morava em outra casa. Era outro calor e outro jeito de sentir o mundo. Aqui não sinto a mesma coisa. Se um dia encontrasse o rascunho... lembro vagamente da sensação quando escrevi o conto, um dia, se ela passar por perto, aprisiono o sentido e tento escrever coisa parecida. Là era tenso, aqui è mais calmo. Mas nem por isso menos desejo.

Fui eu quem parei para enxergar outras coisas. E o desejo mudou.

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Minha vó diz:

minha fia, como passou de ontem pra hoje?

Eu lembrei do Ano-Novo. As pessoas me perguntam como a gente passou a noite do ano-novo e eu digo

dormindo

Elas não gostam muito. Em qualquer outro dia do ano, seria comum.

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