Você que me lê, me ajuda a nascer.
sábado, janeiro 30, 2010
Blues.
Jack White diz que não queria que as pessoas pensassem que era um branquelo tocando numa banda de blues.
Assim como para ele, deve ser difícil para a maioria das pessoas admitir a grande importância dos negros na música. Especialmente para os brancos. Ou branquelos, como ele. Por que seria como ter que se render à essa coisa toda da negritude, e de que tudo que fizemos é realmente muito bom. Lembro de que uma vez li que em tudo aquilo que em dado momento a nós foi "permitido" fazer, por conta do racismo e escravização, nos tornamos os melhores, as melhores. E um pouco também naquelas coisas em que não poderíamos nem passar perto. Sou suspeita para falar? Talvez, mas nem por isso não tenha bom gosto.
Por que ele gosta de Son House, e disse no filme A Todo Volume que se tomarmos um trem expresso para o passado do rock, chegaremos ao blues. Ele sabe de tudo. Morou em Detroit, e, segundo ele, uma das poucas famílias brancas a permanecerem lá na década de 80. As famílias negras não tiveram muita escolha.
E hoje tem o White Stripes. E mais tanta coisa. E é por que teve o blues lá atrás, que chegou onde pôde chegar com tanta coisa a fazer durante todo o dia, como trabalhar nos campos de algodão e coisas do tipo. Mas é isso que todo mundo que faz música sabe. O mais incrível é que pouca gente diz.
São os negros, são as negras. Que fazem de uma música com palmas e voz a coisa mais roquenrou do mundo, como disse o próprio Jack.
Pode parecer uma coisa de quem quer afirmar superioridade - tem gente que chama toscamente de racismo ao contrário. Pensem o que quiserem. Tirem suas conclusões.
Eu na verdade, só estou falando de criação, sofrimento e música.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário