Parece que nada é por acaso. Uma
amiga gravou para mim todos os cds de Concha Buika. Agora, tenho a impressão de
que ouço ou leio seu nome com mais frequencia que antes. Mas não é. Não é
coincidência nem nada, é a tal da sinapse trabalhando, além de outras coisas.
Li o nome desta música numa revista, e mal vejo a hora de chegar em casa para
procurá-la em meus arquivos. Quero saber se a letra inteira parece tanto comigo
como o título.
Eu fiquei pensando estes últimos
dias como a vida pode ser engraçada, mas muita gente já disse isso antes. Não é
nenhuma novidade. Mas eu tive provas de como a vida é um pouco como você leva.
Tive contato com uma pessoa que achou uma nota de cinquenta reais no chão duas
vezes num mesmo mês e começou a se perguntar se havia alguma coisa errada
acontecendo com ela. No que ela via pessimismo, eu via uma crônica e graça. Não
dá mesmo para entender as pessoas.
Ou dá. É pessimismo, energia
ruim, rancor, medo, insegurança. Muitas coisas, que aqui estou classificando
como ruins, mas que eu sinto também. Quando eu sinto, procuro respirar fundo e
ficar quieta, sentir o que é, esperar passar, e não me culpar tanto se sentir.
E porque jodida pero contenta?
Porque talvez eu devesse estar bem triste agora, mas ainda assim, não consigo.
Ouvi coisas que não esperava, que entristeceria a qualquer mortal por pelo
menos alguns dias da vida. Mas, não sei. Não é que eu não tenha coração para
sofrer. Mas é que eu sempre acho que existe coisa mais legal do que só aquela
coisa triste ali que está acontecendo e, como sempre, eu sempre acho que vai
passar.
Sempre acho que há mais por se
fazer, outras histórias para começar ou terminar. Não nego que estou surpresa
ou um pouco triste, mas nada desesperador. Ainda consigo escolher uns brincos
bem bonitos numa loja e pensar em qual ocasião vou usá-los. Ainda consigo
sorrir com a menina e sua boneca preta sentadas ao meu lado (muito embora ela
mesma esteja morrendo de ciúme do pai e não queria muito assunto).
É por essas e outras que muita
gente me vê insensível. Eu mesma não me vejo assim. Acho que se tem uma coisa
que mais prezo nesta vida é poder sentir e muito todas as coisas pelas quais
passo. Amor, dor, raiva, tristeza, medo, dúvida, confusão. E gosto de entender
porquê, e gosto de dizer, de perguntar. Algumas coisas, já sei, não vão ter
resposta e outras não vou poder dizer, porque não sei, porque não. Outras
tantas não tem nome e a gente fica querendo juntar sentimentos para explicar
pra quem tá junto (é ciúme misturado com raiva, é raiva com tristeza, é…
falta).
Mas, de tudo isso, eu sempre
penso no que aprendo (talvez por ser professora). Penso que prefiro viver isso
e aprender, sentir, do que nada. Socorro
não estou sentindo nada nunca vai ser minha palavra de ordem, pelo menos
enquanto eu puder resistir.
Eu acho que eu levo a vida sempre esperando
que o melhor vai acontecer e aquilo que de ruim aconteceu tem alguma coisa pra
ser. Não sei se é o melhor jeito, mas sigo vivendo e, por incrível que pareça,
me acontecem mais coisas boas do que ruins. Talvez, para outras pessoas, a
maioria das coisas que me acontecem sejam ruins, vai saber. Mas eu sigo achando
que viver é umas das experiências mais fantásticas. Viver e sentir.
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