Você que me lê, me ajuda a nascer.

quarta-feira, dezembro 29, 2021

sábado, dezembro 25, 2021

Eu consigo.

Ela me ensinou a dizer eu consigo nos dias de medo de altura. A gente subiu no teleférico e ela gritava animada, eu me segurava naquilo que ela me disse que era dela e tentava fingir que não tinha medo.

Eu consigo

E ela, quando chegou lá em cima, a primeira pergunta que me fez foi

Você quer pular aí? 

Pasmem. Eu não quero pular em lugar nenhum, a não ser no seu abraço, meu amor.

Ela me ensinou a dizer eu consigo, mas também me ensinou a pedir ajuda.

Baden Baden.


 

sexta-feira, dezembro 17, 2021

Até mais tarde.

Escrevo pouco quando amo muito. Diferente de outras gentes, eu só faço amor até mais tarde, samba e escrita, não. Só passei para dizer que está tudo bem dentro de mim, mesmo com marés revoltas dançando nos meus olhos de vez em quando.  

Poder dizer o que nunca se disse, coisas como "estou com ciúmes", sem medo do abandono, me fazem descobrir partes de mim escondidas de todo mundo o tempo todo. Esconder coisas também sou eu, mas poder ser inteira e me mostrar sem medo do que pode acontecer, com a certeza de que o amor não vai embora, também me fazem aprender a viver melhor.

E eu, que pensei que só queria ser leve, descobri que só é possível quando se love.

Maconha Medicinal: Cura ou Crime?


 

quinta-feira, dezembro 16, 2021

segunda-feira, dezembro 13, 2021

A cor da esperança.

Ah, se ela soubesse, que

Ir além

Sem nenhuma dúvida, é o que nos move.

Há uma esperança, que é uma menina preta, e com ela

A certeza de que essa, ao menos essa, ainda não morreu.


quarta-feira, dezembro 08, 2021

Baby o que você pedir eu quero
Tudo que você pedir eu dou
Faço tudo pelo seu carinho
Deixa eu te mostrar quem sou

Música tocando alto, Sampa Crew. Eu não prometi nada, nem ninguém. As pessoas sempre acreditam no que querem. 

Eu acredito no que sinto. Se é mentira ou não, eu resolvo isso comigo. 

domingo, dezembro 05, 2021

Amor e Solidão.

O amor não tem hora pra chegar, mas a solidão também não. Ninguém bate na porta nem pergunta quem está aí. Só vem. 

E o que se deve fazer, quem sabe? Descobrir quem pode te dar amor e companhia e se entregar pode dar certo, só se vive uma vez e a gente só está mesmo é no presente.  

Deixa a noite chegar e ir embora, respira, tudo passa, mesmo quando tudo sinto. 

sábado, dezembro 04, 2021

Raposa Love, Heavy Baile e ÀTTOOXXÁ.


Esperando o pretinho para dançar.

 

sexta-feira, dezembro 03, 2021

Casa Gucci.


 

Eu, Tituba: bruxa negra de Salem, Maryse Condé.


Ainda bem que temos Maryse para nos lembrar Tituba. 
 
Maryse Condé


60 dias apaixonada.

Você sabe o que é ter um amor, minha senhora?

Eu sei, sim. Sempre soube, mas isso não me faz com menos vontade de sentir amor. Eu sei o que é amor e por isso quero e sinto. Eu sinto amor e quero sentir. Sentir é gostoso, querer sentir faz com que ele nunca acabe, entende?

Quando todo mundo entender isso, a gente vai ser só amor no mundo.

Eu sou feliz e amada e amante, por isso que escrevo coisas assim depois de 60 dias de paixão. Naquele dia em que ele nem me conhecia me disse que queria mais que uma noite de prazer e alegria. E eu disse sim embriagada de desejo muito louca de um beijo que ainda hoje me tira do chão.

Namore com alguém que dá beijos na tela do celular em cima da sua foto e te conta isso quando está fazendo. Namore com alguém que pega na sua mão no meio do centro da cidade antes mesmo de você dizer sim para qualquer coisa que ele irá te propor.

Namore, comece, diga sim, aceite, viva, sinta, chore, vai doer, mas vai ser lindo também. Pode confiar em mim, na matéria de amor eu tenho pós-doutoramento antes de sair da graduação, meu bem.

Eu nunca ia mentir isso no meu currículo da vida. Nem se fosse para ter nervos de aço.

Lula no Podpah.

Three Identical Strangers.

terça-feira, novembro 30, 2021

segunda-feira, novembro 29, 2021

 [...] E o coração de quem ama, fica faltando um pedaço, que nem a lua minguante, que nem o meu nos seu braços 


Microhabitat.


 

One Night Only.


 

A call girl.


 

sábado, novembro 27, 2021

sexta-feira, novembro 26, 2021

9h24.

 


Eu tenho declarações e uma vida em que passo dias procurando promoções de cortador de grama e ouvindo som de pássaro. Não estou conseguindo querer muita coisa mais.

quarta-feira, novembro 24, 2021

Prudência, Maria Bethânia.


Como sou delicada, mandei essa resposta para alguém que me chama imprudente no amor. Mas depois eu disse "nunca te pedi nada, vivo com meu dinheiro, nasci nua, estou vestida, faço o que eu quero e você não tem nada com isso". Aí depois percebi que, delicadeza, enfim, nunca foi o meu forte.

Por mim.

 

terça-feira, novembro 23, 2021

Picapes, crianças e praias.

Tenho sonhado com picapes, crianças e praias, não necessariamente nessa mesma ordem. Essas imagens vem e vão, passo horas contando moedas e colocando na planilha coisas que preciso me organizar para fazer e ter. 

- Mamãe, porque papai está chorando?

- Porque ele está feliz, minha filha.

- E existe chorar de feliz?

- Sim, existe sorrir de nervoso, também. A vida não é simples, mas o amor deixa tudo mais leve.

- Até o sorvete e o biscoito inteiro que papai comeu ontem fica mais leve, mamãe?


Colin in Black and White.




 

domingo, novembro 21, 2021

For Life.


 

Primeiros Anos.


 

Roda Viva: Wagner Moura.


 

Jamily Diwlay, The Voice.



Coisa de família, fia.

 

Os livros que nunca terminei de ler.

Coloquei-os ali, ao lado da cabeceira, como bons amigos que nunca nos deixam. São eles:
Infância, de Massimo Górki
Ponti, de Sharlene Teo
Movimento Negro Educador, de Nilma Lino Gomes

Ainda falta pôr ali do lado o 2066, de Roberto Bolaño, mas esse faz muito tempo, vou ter de começar de novo. 

Levitar, flutuar e amar.

 Não há idade para ser boba e o melhor lugar é na praia. 

sábado, novembro 20, 2021

sexta-feira, novembro 19, 2021

quinta-feira, novembro 18, 2021

Estado civil.

Preenchi uma pesquisa e me perguntaram estado civil. Eu pensei assim, porque é que não tem a alternativa apaixonada, entre as que aparecem lá? Solteira, casada, viúva, nenhuma dessas me alcança.

Eu vou fazer o que? Onde posso reclamar que meu estado civil não está sendo respeitado aqui? Você que me lê, me ajude a me encontrar nesse mundo árido que não tem lugar para a paixão louca, incontrolável e desmedida (mas tem lugar para um drama de leve logo cedo de manhã).


terça-feira, novembro 16, 2021

Notas em Notebook.

Ele acertou. Colocou duas cartinhas fofas dentro do notebook, na certeza que em fim de semana prolongado e com a presença dele eu não quero nem saber de trabalho. Nunca iria abrir o computador.

Só fiz isso quando ele foi embora. 

Abri e li a pergunta

Está preparada?

Até agora, estou é atordoada. Preparada eu não sei bem, porque não sei o que virá. Se estiver junto com ele, já fico mais calma. Estou preparada, sim, para ficar junto e ter alguém segurando minha mão em viagens de avião. É tudo que mais quero nessa vida toda que ainda tenho para viver.

Tá ligado, né, Migh

Míghian do Passado.

Eu escrevi essa coisa há um ano atrás:

Míghian!
Você está com 41 anos! Rapaz, que onda. Espero que você já tenha feito sua festa de 40 anos e esteja na sua festa de 41. Onde está XXXX? Ele vem à sua festa? Vocês estão namorando ou ainda ficando, naqueles moldes que vocês começaram em outubro do ano passado?


Eu gostaria de responder que não, não estou com XXXX.
Estou comigo e com as pessoas que me amam. Uma, em especial, me dá beijinhos todas as vezes em que acorda à noite ao meu lado.

segunda-feira, novembro 15, 2021

domingo, novembro 14, 2021

segunda-feira, novembro 08, 2021

Mudança.

A gente muda, mas muita coisa muda com a gente. De casa, de emprego, de namorado, de vida. A gente muda e as coisas aqui dentro mudam junto. A gente diz que muda, mas se as coisas velhas mudam com a gente, será que a gente muda mesmo?

A gente diz que se abre para o novo mas quando dores doem a gente logo lembra de machucado antigo e a ferida abre novamente, dor nossa e das pessoas que nos contaram as dores delas, todas elas vem dançar com a gente nessa hora. A gente muda, mas a gente se muda da dor? A gente consegue mudar de ideia e não levar para a vida nova a dor que doeu em tempos antes? 

Botei duas caixas de coisa para fora, botei um saco de palavras para dentro e fiquei cheia de sentimentos. 

domingo, novembro 07, 2021

Se eu pudesse, eu te diria, baby, há beleza na tristeza.

Na tristeza de amar coisas e pessoas e tempos e distâncias que você não controla. 

Há belezas 

Não há palavras possíveis de descrever, mas há beleza na tristeza de amar na ausência, na falta, na dor, no descompasso.

Há, sim

Tome uma cerveja, uma taça de vinho, ouça músicas, faça preces, tome um banho, durma inebriada de amor (e saudade), vista uma calcinha cor de carmim, durma, durma, esqueça.

O amor não é o que você imagina, é o que você sente. Então, viva. 






(e quando um buraco do tamanho do seu cansaço e insegurança te encontrarem, escolha fingir estar bem)



Bons sonhos.

Eu estou cansada. Cansada. Queria que alguém me pegasse no colo e dissesse assim

Míghian, não se preocupe com nada, eu estou aqui 

... Mas isso existe? Não, né? Tenho amigos que me abraçam na noite quente e solitária e não me abandonam nunca, mas eu ainda espero. Espero uma resposta, um sinal de que as coisas podem ser diferentes do de sempre.

E o que é o de sempre? 

O de sempre é voz doce, belezas e ausências. Ninguém vai resolver isso dentro. Ninguém, Míghian. 

quinta-feira, novembro 04, 2021

(por nossa foto aqui).

Vamos nos ver e tirar aquela foto que você não quis tirar

E tu vai botar lá na tua capa do Facebook, já que eu não estou lá

Pirraça pouca é bobagem. É tanta saudade que escorre pelo corpo, desce pelo mundo e encontra a gente nas vozes que trocamos nas ligações que nunca tem fim e são interrompidas porque sono chega e sinal falha.

Você tá me ouvindo, Migh?

Não, mas estou aqui

Ele não ouve mas estou aqui.

quarta-feira, novembro 03, 2021

Oats Studios.


 

A ciência precisa de pirataria, Meteoro Brasil.


 

De mãe, Conceição Evaristo.


O cuidado de minha poesia
Aprendi foi de mãe
mulher de pôr reparo nas coisas
e de assuntar a vida.

A brandura de minha fala
na violência de meus ditos
ganhei de mãe
mulher prenhe de dizeres
fecundados na boca do mundo.

Foi de mãe todo o meu tesouro
veio dela todo o meu ganho
mulher sapiência, yabá,
do fogo tirava água
do pranto criava consolo.

Foi de mãe esse meio riso
dado para esconder
alegria inteira
e essa fé desconfiada,
pois, quando se anda descalço
cada dedo olha a estrada.

Foi mãe que me descegou
para os cantos milagreiros da vida
apontando-me o fogo disfarçado
em cinzas e a agulha do
tempo movendo no palheiro.

Foi mãe que me fez sentir
as flores amassadas
debaixo das pedras
os corpos vazios
rente às calçadas
e me ensinou,
insisto, foi ela
a fazer da palavra
artifício
arte e ofício
do meu canto
de minha fala

Cadernos Negros – poemas, vol.25. São Paulo: Ed. dos Autores, 2002.

Conceição Evaristo


As canções que eu fiz para mim.

Não deixe que o nosso amor, seja um corisco no caos

Eu vou fazer amor um ninho, com amor muito carinho, para você se abrigar

Quem foi que disse que pra tá junto precisa tá perto?

Pra que fingir
Fazer que não me quer quando só me deseja
Abre seu coração e vem aqui, me beija
Assim vou te amar

Eu vou lá na Malásia te ver
Se você pra Ásia for
Eu nem contaria de um até três
Pensei, já fui

Cinco vezes comédia.


 

Roda Viva: Yuval Noah Harari.


 

Rã.

 Assista o trailer desse curta aqui.





Play it Safe.


 

terça-feira, novembro 02, 2021

segunda-feira, novembro 01, 2021

A gente nunca sabe quando um sentimento vai pegar de jeito, quando vai tomar a gente por inteiro e revelar da gente ate mesmo o que não gostamos da gente. A gente não sabe e não quer ter que enfrentar partes de nós que fazemos de tudo para deixar bem guardadas, porque nem a gente sabe lidar. 

A gente eu

Viver a cada dia com diferentes hormônios à flor da pele nos impele a querer dizer não é você, sou eu. É clichê e pode ser, porque não dá para ser original o tempo todo (mas dá para ser de verdade, se quiser). 

sexta-feira, outubro 29, 2021

Ele.

Ele
Ele é solar e acha que um dia o racismo vai acabar
Ele não raspa os pelos e me enche de beijos
Ele canta músicas e me manda pelo celular
Ele acredita que a gente nunca vai deixar de se amar (eu também).
 
Ele é calmo e doce como o mar
Ele é intenso e envolvente como o mar
E eu amo o mar
Amo o mar e tudo que me lembra o mar
Porque o mar é pedaço da palavra amor virado do avesso
Como ele me virou.

Ele é ele e por ser ele eu quero
Ele é o que eu pensei que não tinha mais no mundo
Ele é água no olho de saudade e de desejo
E também de coragem e aconchego.

Ele é aquele que me pergunta se eu quero
Ele é o que diz que me ama no meio da tempestade (de palavras saindo da minha boca)
Ele diz 'não vou desistir de nada, não"
E me conforta o corpo e o coração.

Ele é um caminho em meio a tantas opções
Mas ele é o único que me faz sentir que estou acompanhada em muitas direções.

O Quebra-Bondes na cidade de Salvador (1930).


 

Amor EaD.

Eu acordo chata para caramba e ele diz

Meu amor, como você está? Eu sinto seu coração apertado daqui. Vou te ligar, espera aí

E liga e fala e conversa e diz e pensa e suspira e canta e escreve eu te amo meu amor lindo. E eu penso, como é que aguenta, gente, a parte de mim mais chata do mundo sou eu EaD. Tem que ter amor, mas sem paciência não vai. Pense numa pessoa que dia sim dia não acorda jururu de saudade (eu menti dizendo que era só final de semana, mas acho que ele já sabe)? Uma saudade que eu sempre quis esquecer de sentir? 

Não gosto de saudade de gente. Fico fingindo que ela não está aqui, aí quando ela aparece eu fico de cara feia. Eu minto que é outra coisa. Não é, é só saudade, só que fica chato contar o quanto ela me toma e me pega e me alcança e me abate e me irrita. 

Eu não sei namorar, eu disse, eu avisei. Mas eu sigo e ele também. Então, tá bom. 

Sintonia: T2.


 

quinta-feira, outubro 28, 2021

Beabá de Afetos: Educação Antirracista e Primeira Infância, Míghian Danae.


 

Resposta.

Eu às vezes me pergunto porque é que as pessoas não respondem. Email, mensagem, ligação, carta ou presença. Eu nem sempre sei, porque nem sempre parece que elas não querem que você não fale com elas. Elas apenas parecem ter certeza que você nunca vai deixar de amá-las, o o que julgo que é algo deveras importante para a auto-estima. Importante para auto-estima, mas não ter resposta faz minguar o amor. 

Faz, sim. Amor é correspondência. Para mim, sim. Não existe aquele amor que se suspira, que se espera, sonhado, imaginado. Isso para mim tem outro nome. Amor é coisa que se pega no cotidiano das coisas, na lida com o tempo e a vida, na presença, na ausência. Amor é correspondência. Amor incondicional também precisa de correspondência, quem não pensa assim, para mim, não entende que romantismo é escola literária, não a vida que se vive, de todos os dias.

Há quem diga que mães e pais amam incondicionalmente, pode até ser, mas na verdade não sei bem o que seria isso, seria amar e não esperar nada em troca? Ora, mas quando eu amo eu não espero, eu só amo porque sou amada, para mim não tem saída. É condição, assim como para estar viva tenho que respirar, o motor do meu amor é o amor da outra pessoa. 

E tenho dito. 

domingo, outubro 24, 2021

A corrida das Vacinas - Mercado Paralelo.

 Aqui o trailer.



Teus olhos em mim.

Hoje é dia de música cantada na voz de Virgínia Rodrigues.

Tira teus olhos de mim
Teus olhos não podem ver
Meus olhos chorando assim
Com medo de te perder

De perder a viagem, a vontade, o tempo, a saudade. De perder o que nem sabemos que temos, pela distância, pelas faltas, pelas ausências. De perder, só perder, porque não é agora. 

Se você não me namora
Nunca mais vou namorar

Mas sabe? Mesmo em dias tristes, a beleza é presente quando se ama. Mesmo que doa, ainda assim, faz viver. Vivamos, então. 



sexta-feira, outubro 22, 2021

quinta-feira, outubro 21, 2021

Cisne, Lívia e Arthur Nestrovsky.


 Quando você percebe como a voz é um instrumento.

quarta-feira, outubro 20, 2021

Pare de me inspirar ao menos um dia, por favor. É difícil ter de lidar com tanto amor

Eu gosto de palavras. Eu amo palavras. Quem diz que falar é fácil, mentiu. Que nada. Falar é muito e quero tudo. Quero palavra, quero ação, melodia, silêncio e reação. Quero tudo, já disso. Tudo mesmo. As palavras são a cama onde a rotina se deita e descansa bem. 

Que venham as palavras desencontradas, estranhas, repetidas, palavras amadas. Aladas. Quem venham todas elas e em mim façam morada. Completamente. 


Crime do eu te amo.

Mandei um áudio eufórica, depois de uma reunião de trabalho muito massa

Será que é crime em algum lugar do mundo dizer eu te amo no meio da tarde?

E ele responde

Você sabe eu adoro essas poéticas assim?

Continuo sem saber se é crime e por isso, continuo fazendo. Tomara seja atenuante amar de verdade e não saber que era crime.


Sabotagem acadêmica.

Todos os semestres, ouço as mesmas coisas.

Eu não consigo estudar

Eu não consigo me concentrar

Eu não consigo ler todos os dias

Eu não vou conseguir escrever esse tanto

E fico pensando porque é que a gente diz assim, porque é que a gente não consegue. Fiquei me perguntando porque muitas vezes procrastinamos de fazer coisas que precisamos, que devemos, que queremos, que são importantes para a gente. Conversando com uma pessoa amada depois de mais uma aula, fiquei pensando que nós não nos achamos que podemos estudar. Separar tempo e espaço para isso parece artigo de luxo, de quem faz parte de outra raça e classe social. A gente não se vê ali, em todos os sentidos. Todo mundo diz isso de teatro de classe média, de restaurante fino e até mesmo da universidade, mas não conseguimos compreender que esse "eu não caibo ali" aparece em todo lugar, não é só nos lugares físicos que a gente não se vê numa sociedade embranquecida. Nossa sabotagem com a gente tem morada também dentro da gente, dentro de casa, com nosso tempo e nossas coisas, é assim que ela passa a fazer parte da nossa vida.

É doloroso, não é mesmo? Perceber que nos dizemos não mesmo quando podemos encontrar um jeito de dizer sim porque nos sentimos aprisionados pelos lugares que não nos cabe, física e psiquicamente. A gente briga com o mundo à vezes para ter o direto a achar que pode, a gente sempre dá um jeito (mas cansa muito) e continua vivo, mas a gente não se permite ordenar muito a vida, porque fazer isso significa pensar sobre isso e pensar sobre algo a que não nos vemos com direito parece... ilegal. Ilegal para nós, pessoas negras que passamos muito tempo da vida ocupando nosso tempo com coisas que nos mandavam fazer ou esperando sermos mandadas. Precisávamos estar ali, mas não para nós, mas sempre esperando ordens. E assim, um dia inteiro de prontidão e cansaço se passava. O que mudou? Me diga você que me lê.

A gente atropela e cansa mais, porque organizar e planejar, sentir prazer nas coisas miúdas sendo feitas na nossa vida acadêmica parece que não é para a gente, não. Aí a gente não quer deixar de ser a gente e não, isso não é a gente, sentar no domingo à noite e organizar uma agenda de estudos para a semana. Isso parece fora de nossa realidade, aí a gente não faz e, ao não fazer, a gente passa a semana se atropelando e "viu, que essa coisa de estudar não é para mim?"

A gente fica brigando com a gente mesmo e só quem ganha não somos nós. A gente pode sim, organizar tempo e espaço para estudar. Isso não é privilégio, é direito. É o que faz dar certo. Não é chique nem nada, é simples e prático, é o que a gente precisa para conseguir o que a gente quer sem sofrimento. A gente pode sim, pensar em tempos de brincar e lazer, porque a gente é pessoa, lembra? 

Não estou dizendo que "ah, é só se organizar e tudo se resolve?". Não mesmo. Eu nem acho que as coisas "se resolvem". Estou falando de uma das muitas dimensões que temos de vencer para conseguir fazer nossas coisas e uma delas é ter a certeza que educação é direito, então eu posso sim organizar meu tempo, pelo menos em alguma medida. Uma amiga perguntou "como uma mãe estuda?" e a gente ficou pensando que não tem como fazer isso sem rede de apoio. Aqui, não estou dizendo que se organizar resolve tudo, mas ter certeza que, sendo mães, podemos estudar, nos faz não nos sentirmos mal quando alguém toma conta da nossa cria ou quando ela fica com o pai. Lembro sempre da minha tia, que quando meu sobrinho era pequeno, deixava ele com o pai, que era separado dela, para sair com as amigas e era execrada pela família. Hoje pai e filho convivem muito bem, apesar de minha tia quase nem ver o ex-marido. Eu estou falando em acreditar que temos direito como um dos princípios para reger nossa vida acadêmica, não como resolução de todos os problemas do mundo.

No final do semestre passado ouvi emocionada uma estudante contando que tinha começado a acordar 20 minutos mais cedo para ler. E um dia, antes do filho acordar, ela se pegou chorando lágrimas grossas em cima do livro pensando que passou tanto tempo se privando de sentir aquele prazer porque achava que não poderia. Ela chorava, mas também ria, porque descobriu que precisava de pouco para se sentir forte e inteira outra vez. 

Por isso, eu repito. A gente PODE, sim. A gente precisa se libertar desse jugo de que temos de passar a vida correndo ou sofrendo. Isso não é de nossa natureza, não, isso se chama opressão. Vamos exercitar liberdade e organizar nossa a partir daquilo que nos traz prazer também. Vamos nos permitir o encontro com a delícia que é a vida, o amor e o prazer. 

II Semana de Pedagogia UNILAB Malês (BA): Sarau da Onça.


 

segunda-feira, outubro 18, 2021

Amora.


Eu sempre achei lindo amora. Sempre. A primeira vez que vi um pé de amora, foi numa escola que trabalhei. Todo mundo conhece a história: eu lá, comendo amora e as crianças me dando cobertura, chega a diretora para reclamar comigo, porque ela já tinha dito que as amoras não deveriam ser colhidas nem comidas no parque da escola. Eu pedi que as crianças me escondessem, mas não deu muito certo. Eu nunca tinha comido amora na vida e nem sabia que ela deixava aquela mancha meio preta na gente. E eu ali, dizendo que não tinha comido nada para a diretora, ela me diz

E essa mancha preta aí na sua bochecha?

As crianças riram, ela fez cara feia e nesse dia as crianças descobriram que a gente tinha um pacto de amizade, afinal, eu também tinha alguém que "mandava em mim". Depois disso, amora ficou sendo uma coisa ainda mais linda na minha vida.
Só que nunca tinham me chamado de amora, não como agora.

Amora amora amora

E aí ontem eu lembrei de tudo que ele sempre me diz e pensei na cor da amora e em como o amor, assim como a amora, mancha e cola e gruda com sua mancha preta a gente inteira, quando a gente se entrega, assim como eu me entreguei naquele dia no parque da escola.
Quero ser a amora de alguém, para amar e marcar, aparecer, manchar tudo de amor preto, eu quero. Quero ter uma amora na minha vida também, para fazer sentir tudo isso na mesma intensidade e as mesmas coisas. 
Eu quero. Você é a amora de alguém? Se você é a amora de alguém, você é a preta dele(a) também. 

Como não amar amora? Como não amar o amor? Como não amar quem te diz amora amor todos os dias como ele faz? Que vida boa que é essa que eu tou vivendo.

Perdas e Danos.




 

quinta-feira, outubro 14, 2021

Primeira poesia.

Essa é a primeira poesia que eu escrevo, fiquei pensando em você e em tudo que você falou e que a gente sentiu

E foi assim, saindo do aeroporto e esperando alguém que me levasse embora que me chegaram as palavras de amor, as palavras trocadas de um corretor (essas também ficaram lindas naquela roupa de poesia que o WhatsApp vestiu quando ele ficou online). 

E quando você não responde como você está, significa que você não quer falar sobre isso?

Eu queria responder sim e não, que quando eu não respondo significa que eu quero que você pergunte de novo, até cansar, até parar de mexer e até sentir vontade de ficar em silêncio olhando fotos e ouvindo áudios das canções que você canta para mim. 

Posso te ligar mais tarde e a gente fala sobre isso?

Pode, até porque, a gente vai usar aliança. Uma pessoa que te dá uma aliança pode ligar para você a qualquer hora.

Se a rua Beale falasse, James Baldwin.

 


Quantas vidas eu tenho de ter para ler todos os livros que me fariam flutuar todos os dias? Esse livro é leve, é love e eu preciso. Eu quero. Eu ainda sinto as palavras dele em mim, percorrendo minha cabeça e chegando ao meu coração, morando na minha certeza de que sim, o amor existe. Existe e é real, para mim, para Tish e Fonny, para quem quer acreditar.
É a natureza das pessoas, diz uma amiga. Tem gente que não vai conseguir, mas tem gente que vai. E é assim que todo mundo acaba indo, vivendo. As crianças tem de nascer, elas tem de nascer, esqueçam a moralidade, as longas conversas sobre o que seria melhor para nós, para as pessoas grávidas, elas tem de nascer, elas não tem saída, nem nós, então as recebam bem, elas já vem aí, elas já estão aqui, desistam de querer explicar, elas vão continuar nascendo e morrendo e vivendo e fim.

James Baldwin

quinta-feira, outubro 07, 2021

Pele eu, pele você.

Queria ser sua pele, para ficar grudado em você. Esse é o tanto que eu tou de saudade de tu

O que dizer quando se lê uma coisa dessa, meio do dia, meio da correria, meio da vida, eu perdidamente apaixonada?

Ele também. Eu me toquei assim, no meio do aeroporto, depois de um voo sacolejante, eu não tou apaixonada, eu tou correspondida. Você entendeu, você me leu?

Eu tou correspondida, porque apaixonada eu sempre fui. Pela vida, pelas crianças, pelo amor, pelo tesão, pelo gozo, desejo, comida. Correspondida é coisa rica, é coisa para quem acredita junto, quem conversa e dorme cedo, quem acorda e diz meu amor minha preta meu bem Migh. Isso é coisa rica, se vem junto com música no violão com uma voz só para você, de Chico Buarque a Zeca Pagodinho (e no meio palavras fofas de carinho doce), fica coisa mais que rica, fica paz. 

Distância.

Quero ficar no teu corpo feito tatuagem não combina com distância. 

Eu não sei o que fazer, eu nunca sei o que fazer. Só estou aqui, quietinha, esperando tudo parar de girar para me levantar novamente e ver que ainda estou aqui. 

Um amigo disse que em Fortaleza todo mundo fala vai dar certo o tempo todo e ele aprendeu isso. Mas ele agora está em São Luís já. Não sei o que ele aprendeu lá, faz pouco tempo que ele chegou. 

Deixa, me deixa, se deixa, nos deixem.

terça-feira, outubro 05, 2021

Pedido.

Quer namorar comigo?

Ele disse, mas eu não acreditei.

Quer namorar comigo?

Ele repetiu, mas ainda acho que está brincando. 

O que eu faço? 


segunda-feira, outubro 04, 2021

O cheiro dele passou por mim e ao mesmo tempo não foi embora, como ele mesmo, como a gente, como a possibilidade de mais do que umas noites regadas a músicas, fumaça e amor. E desejo e tesão. 

O que ficou foi a certeza de que queremos coisas parecidas: ser feliz, amor, amar, beijos miúdos pelo rosto, sorrisos, abraços, carinhos, olhares, intensidade. O que ficou foi o sim, o pedido.

Eu acredito em tudo que tem amor no meio. Paixão à primeira vista, amor, desejo, interesse, vontade, atração. Eu acredito em tudo que tem amor no meio e basta me oferecerem e eu estarei ali, pronta. Disponível.

quarta-feira, setembro 29, 2021

terça-feira, setembro 28, 2021

VII Diálogos sobre a Educação Infantil / VIII Seminário Estadual de Educação Infantil: Metodologias de Pesquisa em Educação Infantil: a escuta de crianças e docentes.


 

Vem morar no meu sorriso.

As pessoas nunca são o que a gente espera e se você aprende a esperar tudo ou só o inesperado, você é feliz e paz.

Eu gosto do tempo devagar. Eu gosto quando alguém que quer morar aqui - ou que eu quero que more - também entende que há beleza no tempo devagar, porque nele moram palavras, olhares, intensidades. Desejo. Não existe tempo perdido, então.

Eu gosto de gostar e gosto de renovar o gostar. Eu gosto de esperar coisas que me dão prazer enquanto eu espero. Não precisa ser logo nada, porque não tem nada logo para ser, porque a gente já é enquanto espera, a gente faz. Por isso eu amo aquela música

Vamos lá fazer o que será

Porque eu penso vamos lá que eu estou fazendo o que será. Ou, vamos aqui que estamos fazendo o que queremos que seja o agora. Algo assim. Tem a outra música que parece mais com tudo isso e todo mundo sabe porque tudo eu enfio ela na minha vida

O melhor lugar do mundo é aqui e agora

E não tem lugar melhor no mundo, não (eu amo Gil só por essa frase, eu consigo amar Gil só por isso e eu tou bem). Esse esperar para sorrir - e ver o olho dele olhando o meu sorriso - é a melhor coisa para esperar, agora. 

domingo, setembro 26, 2021

quinta-feira, setembro 23, 2021

Íntima inspiração.

Aí eu pensei, nunca mais eu escrevi aqui. Mas aí eu lembrei, eu escrevi para ele todas as coisas que meu coração queria dizer, em mensagens de SMS. Frases bonitas, carinhos mil, estão todos lá. Guardados, numa íntima inspiração. 

Obrigada por me acender essa noite. Vou dormir, mas iluminada por dentro.

Ele me acende por dentro e também sinto calma. Tem palavra, tem pausa e tem silêncio. Tem de tudo um pouco, sempre com uma doçura sexy que só vejo nele. Não tentem fazer isso sem saber, vai ficar ridículo mas, nele, é a roupa mais perfeita que se pode vestir.

Short Messenger Service é o nome, mas entre a gente, nada é curto. Distância, saudade, vontade, tudo é grande e só aumenta.  

Se você lesse o que eu leio todos os dias, há duas semanas, ia me entender bem. Ia entender também porque eu continuo suspirando mesmo sem aparecer esses suspiros por aqui.

Tou gostando mas, além de gostar, sou gostada. Coisa boa demais.

terça-feira, setembro 21, 2021

Baiana, Emicida.

 


Conversando comigo, ele me disse 

você me lembra essa música 

E agora eu quero cantar em todo lugar porque eu canto e eu lembro dele, de mim, de nós e da bagunça que é acreditar em coisa boa.

Bolsonaro e Adélio: uma fakeada no coração do Brasil.




 

Cry Macho.


 

quinta-feira, setembro 16, 2021

terça-feira, setembro 14, 2021

Eu, máscara(s).


Sapiens, de Yuval Noah Harari.



As pessoas diziam, leia Sapiens, leia. Aí um amigo que eu adoro de paixão e para variar está longe (e quebrou o óculos lendo o livro, porque dormiu em cima dele de tanto que não conseguia largar o livro) estava terminando de ler e eu já tinha comprado desde dezembro, comecei. Senti a mesma coisa que senti quando comecei a ler 1808, sabe? Aquela coisa de livro best-seller, não sei se gosto, não.

Eu comecei a ler e, tá bom, mas meu amigo que vive comigo quase o tempo todo é biólogo, é botânico, então eu já tinha ouvido tudo aquilo, não achei lá essas coisas. Já sabia que o ser humano é um imbecil de marca maior e não faço a mínima questão de que a gente fique aqui mais tempo do que a gente tem de ficar, que eu eu acho que deve até ser bem pouco mesmo, tanta desgraça que o ser humano faz no mundo, por mim. Não vou acelerar nada, mas também não tenho nenhum apego a nada de nada disso, destrói a natureza, acaba com tudo, vai, morre, morre.  

Por mim. 

Mas aí a coisa ficou melhor ou me interessou mais a partir do segundo capítulo, quando ele fala da ordem imaginada que vivemos todos os dias para fazer "um mundo melhor".

Descobri que, segundo o autor, minha religião é o humanismo socialista. Aha. Adorei isso. Mesmo. Real. Gostei disso? Não sei, mas me ajudou a ficar mais cética e dormir melhor, mais certa de que qualquer coisa pode acontecer e tudo bem. Tudo bem. Eu já vivi 40 anos e fui feliz na maior parte do tempo em que vivi, justamente porque tenho cada dia tentado viver o momento e não ficar pensando no que foi ou no que virá. Essa é a melhor coisa da vida.

O livro ajuda a ver como é arrogante a ideia de que somos humanos e, por isso, temos direito à vida. Temos direito à vida porque muitas pessoas antes de nós fizeram de tudo para dominar a natureza e tirar dela todo o proveito dela para continuar aqui. Vamos continuar aqui até quando? Nem sei e, sinceramente, não me preocupo muito com isso e nem acho que devemos durar mais ou menos do que nada. 

O livro tem muita informação, nem de longe falei tudo aqui (e nem tenho essa pretensão, só umas poucas notas sobre o que ando lendo, é isso); a forma como escolhe conta a história a partir de revoluções (agrícola, científica, cognitiva) e as relações que faz entre ciência, império e religião são ótimas introduções aos temas que ele estuda e nos apresenta. Eu recomendo demais esse modo de encontrar o conhecimento. Eu sinto assim, que como todo best-seller, há uma série de coisas que precisam ser respondidas, mas o autor não faz isso de modo superficial ou leviano (até porque a lista de referências é enorme, algo bem incomum para um best-seller).

Fico sonhando agora que adoraria se meu fim fosse um dinossauro pisando com seu pé enorme em cima de mim, enquanto eu leio um livro, tomo um vinho ou como todas as comidas que amo. Acho que seria um bom jeito de acabar. E fim.


Yuval Noah Harari

quarta-feira, setembro 08, 2021

Roda Viva: Conceição Evaristo.


 

Triagulando com Thelminha, Lula, Linn e Celso Athayde.


Tem Lula, eu vejo. Pode ser um meme, fia. Mas Celso e Linn deram um show também.

 

segunda-feira, setembro 06, 2021

quinta-feira, setembro 02, 2021

Juntos.


Na primeira frase, uma lágrima correu

Acordei pensando em você

Odara fez crescer em mim

Fiquei pensando, porque é que parece tão difícil para as pessoas, quanto mais crescem? Amar e deixar acontecer. Amar e só amar, deixar chegar. Porque, porque? Eu chorei, parei de tomar café e deixei a música cantar algo

Deixa lá

Que com você, eu vou

Sem medo

Eu não quero muito, mas quero tudo. Eu quero tudo porque eu só quero se for com amor. Se for sem, é qualquer coisa, besteira, tem em todo lugar. Eu quero amor. Eu acredito, eu aposto, gente aberta, eu deixo, eu quero, eu choro.

Por um milésimo de segundo eu senti o amor se afastar de mim hoje pela manhã e, só com isso, tudo perdeu graça e cor, foi rápido mas eu lembro que eu não gostei, lágrima secou e eu cantei alto

Deixa lá

Que com você, eu vou

Sem medo

(Mas eu sei também, que se você não vem, eu tenho

O amor meu, que me envolve e não quero que me deixe, 

nem um pedaço de um milésimo)


quarta-feira, setembro 01, 2021

terça-feira, agosto 31, 2021

segunda-feira, agosto 30, 2021

domingo, agosto 29, 2021

sexta-feira, agosto 27, 2021

Roda Viva: João Dória Jr.


 

Vidas Trans: A coragem de existir, Amara Moira e mais.


Estou te dizendo, tenha app de livros e pare de ser chata. Ou, quem sabe, você já não é, ou nunca foi, eu é quem sou e não deixei de ser só porque agora tenho um aplicativo com livros que vem "grátis" todo mês para mim (pagando a conta de telefone, aha). Li esse livro no aplicativo bem feliz, assim como eu fuço muitos outros que nem leio todo, só fuço e largo para lá. Nunca mais pude fazer isso porque faz tempo que eu não vou numa biblioteca, mas com aplicativo para leitura de livro e com kindle você consegue e eu gosto. Por mim, deixei de ser tão antiquada.

Leia esse livro porque você precisa aprender coisas. Preciso dizer mais alguma coisa? Cada história mostra coisas que nunca pensei, é isso mesmo.


 

quarta-feira, agosto 25, 2021

segunda-feira, agosto 23, 2021

quinta-feira, agosto 19, 2021

Teu cafuné (que é meu).


Foi quando ele mandou a música Teu cafuné que eu derreti, virei água, virei nuvem e depois virei água de novo. Tudo isso no espaço de um segundo enquanto meu coração escorregava para dentro do estômago. Não ousei repetir aquelas palavras doces que fazem quem não toma café com açúcar há anos levitar de alegria. Mas ele escreveu assim: 

Te faço um cafuné quando tu for dormir
Te dou café quando se levantar
Dou comida na boca
Mato a tua sede
Armo a minha rede
E vou te balançar

Depois disso, poderia dormir anos, sem acordar. E, ainda assim, se você pudesse me ver eu estaria sorrindo de canto de boca, feliz.


Baby 95, Liniker.


 

sábado, agosto 14, 2021

Falando de amor, Terry McMillan.



Eu queria todos os livros de Terry. Todos. Cadê? Porque ao invés de ter acesso a Sabrina e Julia na adolescência, ninguém me deu Terry para ler? Poxa. 

Mas tá bom, agora eu vou à forra. Li os dois, comprei e estou caçando mais (acho que em português não tem). O livro se chama outra coisa em inglês, mas está valendo, deixa para lá. Por mim. Traduzam mais Terry para nós! 

Todo mundo que viu o filme conhece a história: quatro amigas negras e suas histórias de amor. Identifico-me muito com Savannah, certeza, ela abre o livro e me fez gargalhar por dois dias inteiros, quando devorei as primeiras cem páginas. 

O que me incomoda em Terry é essa aversão à ideia das pessoas drogadas, como se elas fossem responsáveis por esse problema, que na verdade é um problema de saúde, e de saúde pública, não é mesmo? Nos dois livros, ela fala de drogas como se fosse um problema pessoal e um fracasso dos homens negros, isso me incomoda. E a personagem gay que tem AIDS também achei caído, ainda que ele não apareça muito. Tirando isso, o livro é ótimo, mesmo. 

Já vai para mão de alguém ou para sorteio em  um dos componentes este semestre.

quinta-feira, agosto 12, 2021

Roda Viva: Guilherme Boulos.


 

Não canso de assistir. Ah, Boulos, gatinho, inteligente e engajado. Porque não tem um milhão desses por aí?

Devagarinho, Os Gilsons e Mariana Wolker.


 

Rap e liberdade de expressão: Mesa preparatória, com Jaqueline Lima.




 

quarta-feira, agosto 11, 2021

Silêncio.

São 12h e está tudo tão silêncio aqui. Da janela da minha casa eu vejo uma parte da cidade e nada acontece. Tudo parado. Parado.

Parece que o tempo parou mesmo. Isso é a coisa mais deliciosa que eu poderia viver hoje.

Como querer outra coisa da vida, gente? Eu não sou besta. 

terça-feira, agosto 10, 2021

Todo o dia, todos os dias.

Ela acorda todos os dias bem feliz, certa de que o amor vai chegar. Ela acredita. Espera, sem esperar. O dia todo, todos os dias. 

E sorri só com o aceno do amor, sonha, faz planos e inventa histórias sozinha, no banheiro, enquanto lava o cabelo. Sorri, pensando "e se acontece mesmo, não ia ser engraçado?".

Vai dormir, pega no sono acreditando, sonhando. 

E acorda no outro dia como se não fosse nada, como se já tivesse se passado tanto tempo da espera, como se fosse o primeiro dia depois de uma tempestade. Mas não tem nenhuma tempestade, porque ela não espera tempo ruim. Só amor.

De novo.

Beijos que matam.


 

Minimalism: a documentary about the important things.




 

Irmã Outsider, Audre Lorde.



Audre Lorde é necessária, temos de ler. Sim. Sim, a gente entende o quanto a poesia é poderosa para nós quando encontramos os escritos de Audre Lorde. Não a percam de vista. Li alguns dos textos deste livro, nomeadamente aqueles que tratam do ódio e do silêncio (ou silenciamento) de mulheres negras.
Ela diz:
Quais são as palavras que você ainda não tem? O que você precisa dizer? Quais são as tiranias que você engole dia após dia e tenta tomar para si, até adoecer e morrer por causa delas, ainda em silêncio? [...] Fale para elas sobre como você jamais é realmente inteira se mantiver o silêncio (p. 53) 

Quando ela me instiga a pensar sobre a poesia não ser um luxo e me diz que agora mesmo ela poderia citar dez ideias que consideraria intoleráveis ou incompreensíveis  e assustadoras a menos que viessem de sonhos e de poemas (p. 47), eu penso em:
1. Levitar
2. Fazer sexo com seres espirituais
3. Comer plantas que acho bonitas 
4. Virar água de chuva
5. Tomar um banho de saliva de alguém que eu amo
6. Matar o presidente ("hoje eu tou feliz")
7. Voar 
8. Ver todas as pessoas sem roupa
9. Viver em estado meditativo 24h por dia
10. Esquecer as dores do mundo e a fome

Ouça o que Audre Lorde diz às pessoas do mundo todo.

Audre Lorde


 

Desbocada, Bruna Louise.


 

II Conferência de Muheres Africanas na UNILAB.


 

sexta-feira, agosto 06, 2021

quinta-feira, agosto 05, 2021

A saudade é uma cela, Dudé Casado.


Eu não sei viver com a saudade, não. Um namoradinho, há muito tempo atrás, uns 15 anos, me disse que tenta não sentir saudade. Eu entendo isso bem. Vivendo viajando por aí o mundo inteiro, sentir saudade seria um tormento para ele.
E é para mim também. Quando eu vejo o rosto dele na tela do celular, numa chamada de vídeo, sinto-me impotente, irritada, cansada, com raiva, zangada, mas é mentira, é tudo saudade, coisa que eu não quero sentir e nem nomear. Mas ele está bem e isso me faz bem. Me faz querer melhorar e aguentar tudo.
A vida seria tão mais linda se ele fosse meu vizinho ou chegasse aqui em 10 minutos de bicicleta. 
A saudade é uma cela real. Xô!