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segunda-feira, maio 28, 2012

Chororô (Mariene de Castro, Abre Caminho).








Final de semana de emoções. Assisti no sábado pela manhã o DVD Mariene de Castro, Abre Caminho. Já o conhecia, mas nem sei porque nunca tinha visto. Dessas coisas que eu faço comigo mesma, como ouvir Criolo quando todo mundo está esperando o segundo cd. Assisti o DVD e me peguei chorando de soluçar em muitos momentos. No DVD, tem muita coisa de Salvador e muita coisa de mim. As ganhadeiras de Itapuã, grupo que tive o prazer de conhecer pessoalmente e que conheço a proposta, me emociona sempre (a tradição de mulheres vendendo quitutes e peixes na orla de Salvador durante o final do século dezenove e todo o século vinte é coisa que me faz arrepiar só de pensar. Os ditados orais "olha o peixe, o amendoim torrado" e o modo como falam é coisa que tem tanta história... lembro de um homem negro muito alto e bem forte que vendia bolo de tapioca em Pau da Lima na década de noventa. Ele falava de um modo que a frase "Bolinho! Olha o bolinho!" saía como "Bolires! Olha o bolires!". A gente brincava de imitá-lo na rua e, para mim, um grande dia foi quando, ao ir visitar minha avó que ainda mora no final de linha, descobri que ele era vizinho dela, porta de frente. Descobri o "bolires" e sua família, filhos e mulher. Ele, que para mim era uma lenda viva, havia criado sua família fazendo aquilo).


Depois, há um grupo de dança infanto-juvenil de Fazenda Coutos, Grupo Plim. Também choro vendo aquelas crianças dançando, sambando, querendo um amanhã feliz para todas e não apenas para algumas delas. Falem o que quiser, mas Mariene de Castro, a tabaroinha, é uma mulher iluminada demais. Fia de Oxum em tudo e por tudo, devota, agradecida. Sinto-me feliz por poder conhecer este trabalho.

Mais coisas sobre o trabalho da moça aqui.

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