Mas tem livros e livros. Muita gente diz que desiste de livros quando eles ficam chatos. Eu lembro que não terminei um livro de José de Alencar, não lembro mais o nome. E o outro foi Oreo, de Franz Ross. Um dia eu volto e leio os dois.
Eu tento não parar de ler, não deixar para lá. Porque às vezes o livro faz essa coisa de pregar uma peça na gente. Eu acho. Ele fica ruim, fica bom ou é a gente que não aguenta ler certas coisas. Eu lembro quando li Pamuk e fiquei assim, Istambul. Era um livro ele mesmo melancólico e até hoje eu quero ir para Istambul, quando conheci um rapaz de lá fiquei assim meio moribunda lembrando do livro. Como é a vida.
E depois tem uns que tem altos e baixos mesmo, como se a pessoa também não estivesse no melhor dia para escrever e se pudesse, ela mesma sentaria e reescreveria aquela parte ali. Ou será que sou eu que não estou num dia bom e estou lendo as coisas assim, pelo avesso? Não sei, mas por isso que não gosto de parar. Porque depois a obra toda começa a fazer sentido. Como o livro de James que acabei de ler, nem sempre eu queria ler, mas aí eu lia e depois nas últimas cem páginas tudo foi valendo muito a pena, muito. Eu não sei, não sei se tem de desistir, não sei se ler sempre tem de dar prazer, se você gostar de ler vai ler tudo, para começar tem isso de ler coisas que te peguem de jeito, claro, mas eu não estou mais nessa fase de formação de leitora, eu sou formada, aha, não é isso, eu entendo que a literatura é um campo cheio de luzes e ilusões, eu aceito isso.
Tem livros que no meio do nada te dão tudo, tem uns que parecem assim simples mas te falam as palavras que você tem de ouvir e não se fala, no meio do nada assim, ele não tinha essa intenção, mas faz isso.
Leio sempre mais de um livro ao mesmo tempo porque não quero que acabem logo e eu também não sou a pessoa mais fiel do mundo com nada, preciso de vários amores. Gosto de pular de uma história para outra, no mesmo dia, ou às vezes leio um monte de um e depois vou para o outro, assim, nesse passeio. E da última vez foi uma coisa louca, uma referência num livro e no outro me explicou o que era, não me pergunte que mágica foi essa, era um programa de TV da década de 80 e quando eu vi os dois livros, um ficção e o outro biografia falavam da mesma coisa, que loucura.
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