Você que me lê, me ajuda a nascer.

quarta-feira, abril 29, 2020

Native Son.


Sr. Ashton Sanders, você é lindo, mas quero te ver fazendo outras coisas. Não vou ver All Day and Night, mesmo que seja com você e que eu te ame. Passar bem. 

terça-feira, abril 28, 2020

What's Love Got to do With It.




Bull.


Eu adoro ver um filme e parece que ele tirado assim do meio da vida das pessoas, um taco de vida delas que foi contado, a câmera começou a filmar e parou de filmar e a vida continuou, nem aí. 

domingo, abril 26, 2020

The Crew.


Boboca.

Há uns dois dias, mandaram para mim um print com uma coisa que chamaram piada sobre ciúme. Li rápido e entendi que um rapaz estaria controlando sua namorada num aplicativo de conversa.

Acordei no outro dia e mandei um texto enorme para a pessoa que me enviou, dando um sermão daqueles chatos dizendo que eu não queria ter de conviver com um cara que falava aquilo para a namorada. 

Hora depois, ele me escreve rindo, dizendo que era uma piada retirada de um página no Facebook e que eu não entendia essas coisas. Ele está certo, eu sou uma boboca. A coisa toda é que eu não acho graça de coisas que envolvem ciúme, isso me assusta. Fiquei sabendo que tem montes de páginas em redes sociais só com este tipo de brincadeira. 

Como eu sou boboca, senti uma pontada de vergonha por escrever para ele coisas como "não fale mais comigo, por favor"; mas também me acho fofa e linda e fico imaginando que se existe um lugar além do horizonte, com certeza eu moro lá.

Onde é que eu vivo, em que mundo eu vivo, que não consigo mais identificar uma coisa que chamam piada tirada de um print de uma página da Internet? 

E, na real, quero mesmo ficar aqui, bem longe de tudo isso, para sempre. 

Jogada de Rei.


quarta-feira, abril 22, 2020

terça-feira, abril 21, 2020

Linda.

A primeira vez que ele me chamou linda eu estava com uma toalha na cabeça. Cabelo lavado, ele me olha de lá e diz

você está linda assim

Eu sou vaidosa demais. Fiquei falando coisas para ele repetir montes de vezes.

linda, sim, sempre te achei linda

ah, linda, eu, não sabia, não, você não disse, eu não sei nada, você tem que dizer, eu quero que diga todo dia

tá bom, eu vou lembrar disso

Simples assim, porque as pessoas não são assim, tá bom, eu vou fazer isso que você gosta? Eu quero ser assim como ele também, ele é o melhor do mundo, você nem sabe.

Brinquedoteca de histórias.

Vem ouvir coisas gostosas aqui.




Lina Bo Bardi.


sábado, abril 18, 2020

A corte.


O orgulho.


Angola Janga, Marcelo D'Salete.



Eu El-Rei faço saber a vós Capitão Zumbi dos Palmares que hei por bem perdoar-vos de  todos  os  excessos  que haveis  praticado  assim  contra minha Real  Fazenda  como  contra  os  povos  da  Capitania  de  Pernambuco,  e  que  assim  o  faço  por  entender  que  vossa  rebeldia  teve razão nas maldades praticadas por alguns maus senhores em desobediência às minhas  reais  ordens.  Convido-vos  a  assistir  em  qualquer  instância  que  vos  convier,  com  vossa  mulher e vossos filhos, e todos os vossos capitães, livres de qualquer cativeiro ou sujeição,  como meus fiéis e leais súditos, sob minha real proteção, do que fica ciente meu governador que vai para o governo dessa capitania.
26 de fevereiro de 1685, Salvaterra, El-Rei de Portugal D. Pedro II. Carta endereçada a Zumbi. Não é conhecido se o documento chegou ao destinatário.

Que livro lindo. Todo mundo deve ler. Todo mundo. Pesquisa linda e enorme deu nesse livro lindo e enorme. Se tiver o nome Marcelo D'Salete, pode pegar e ler, porque sempre vai valer a pena.

Fiquei sabendo que vem coisa nova por aí, mais não digo (porque não sei).




sexta-feira, abril 17, 2020

quinta-feira, abril 16, 2020

Little America.



E pode ser incrível mas eu chorei mais e mais com o episódio da moça chinesa, quanto choro que foi. Quero mais, quero segunda temporada. Só gosto de série assim, não gosto de nada continuado, nem me chame, que nada.

quarta-feira, abril 15, 2020

Loev.



Que belezura.

Q Ball.


Não sai de mim, não sai.

Acordei hoje pensando nele.

Mentira, há duas semanas pensei nele. Escrevi, ele me respondeu. E, como uma onda, tudo voltou. 

Eu lembrei do dia em que fomos ao show de Bixiga 70, no fim, ele comprou um cd' para mim e eu não sabia que era para mim, pedi ao moço para autografar e ele perguntou

Pra quem é?

Eu disse, para ele, e o moço começou a escrever o nome dele, e ele disse

Não, é seu

E o cd' é meu, com o nome dele no autógrafo. Eu acho isso tão bobo e lindo mas eu não ouço esse cd' faz tempo, faz é tempo. Depois do show, fomos jantar, num restaurante simples, ao lado da estação de trem que ficava perto da kitinete onde eu morava em São Paulo. Foi tudo assim, perfeito, como vocês veem nesses filmes românticos por aí.

Tudo.

Eu estava nervosa e feliz, com todas aquelas coisas que a gente sente num primeiro encontro. E a gente já se conhecia há mais de um mês, mas era nosso primeiro encontro de amor, tudo como manda o figurino, do jeito dele.

Eu fui tão feliz nesse dia. Tão feliz.

Eu fiquei muito triste quando tudo acabou. Muito triste. Ah, deixa para lá essa parte (especialmente porque acabou não porque acabou essa coisa doce que a gente sentia). E volta tudo, quando ele me responde doce, cheio de carinho, eu lembro que ele me escreveu em letras grandes

I WILL NEVER FORGET YOU

E parece mesmo que é verdade, há anos. Anos? Seis anos tudo isso. Eu não consigo esquecer. Sempre que a vida me bagunça inteira, que o amor parece ter soltado minha mão, eu escrevo para ele e ele me segura, eu não caio. Depois, vou embora. Eu não fico perto, eu me apaixono de novo.

E sonho com viagens a dois em cidades pequenas com praias ao fundo do chalé, cortinas de voal branco nos protegem do mundo lá fora, o mundo inteiro e a gente esquece da hora e perdemos o trem, da última vez perdi o trem, ele me levou na estação de ônibus no meio da noite, segurando minha mão, eu chorei, eu não queria ir embora.

Vou ali, pegar o cd' para ouvir e ler o nome dele grafado. 

Tomem, distraídos/as!



Aqui, ó.

Mas, eu só queria dizer que, ao meu redor, as crianças já fazem muito do que Tonucci me diz. Ufa, e que bom. Assim eu li o que Olga escreveu e fiquei pensando (depois de achar o título péssimo, obviamente, é por causa dessas coisas que não assino mais jornal, ô gente que consegue destruir matéria com esses títulos infames, viu:), rapaz, mas isso tudo aqui a gente faz onde eu moro. 

Deixa para lá, deixa a gente quieto por aqui mesmo e em paz.

segunda-feira, abril 13, 2020

Hebe.


Cordeiros e Carrascos.


Algodão Doce.

Ele é doce, não tem medo de me dizer "você tem razão". Sem pressão, sem precisar esperar o mundo acabar, ele diz logo e acaba com todas as minhas chances de inventar a guerra, aquela guerra, vocês sabem.

Não tenho o que reclamar, eu tenho razão, e ele também, ele está sempre certo porque sempre me dá a  razão.

Doce, faz o que eu peço sem parecer que é um peso, só faz, porque eu quero. E não tem problema, não, não tem. Está tudo bem e a gente não tem tempo ruim. É tudo tão fofo e doce que ultimamente tenho a impressão que as nuvens são feitas da mesma matéria do algodão doce.

O que eu quero mais? Oxe.

domingo, abril 12, 2020

The Banker.


E assisti Queen and Slim de novo, não vou mentir. Quem quiser assistir, me chama que vejo mais 300 vezes.

sábado, abril 11, 2020

Frank Ocean, Godspeed.


Você não pode ser infeliz depois de ouvir esse homem com essa voz, você levanta da cama e começa a fazer tudo que disse que ia deixar para amanhã. Porque a música (quase) sempre vai ser a melhor coisa do dia

O cara escrevia música e vendia pra um monte de cantor, bicho.

A professora do jardim de infância.


Tyler, The Creator: NPR Music Concert.



sexta-feira, abril 10, 2020

Waves.


Eu decidi não escrever mais sobre filmes, apenas postar os trailers dos filmes que eu vejo. Decidi fazer isso porque não acho que tenha capacidade (e às vezes não tenho saco) para falar sobre o filme, é preciso estudar sobre ele para não ser leviana, então eu não queria ter essa responsabilidade. Mas Waves precisa de algumas palavras.

O filme é lindo, mas não é. E porque? Porque é cinema, é arte mas me dói as escolhas feitas pelo diretor. Tem escolhas que a gente vem brigando há muito tempo para não ver mais, o homem negro violento e o homem branco que consegue reelaborar o que tem de tóxico e oferecer algo melhor para o mundo. Parece tão óbvio que a gente acha que não precisa mais dessa história; ao mesmo tempo, o filme relembra que não é novo para nós sobre ascensão social e embranquecimento, porque já nos disse Neusa Santos (1983), quando falava das nossas vicissitudes em "Tornar-se negro", não há saída. O que fazer?

Fiquei macambúzia, com sentimentos controversos. Como quando ouço Caetano Veloso cantando "eu sou neguinha" e assinando o manifesto contra cotas. Músicas lindas como "quando eu me encontrava preso" e coisas que ele fala completamente sem noção não combinam. Escritores que escrevem bem, como Jorge Amado ou Jorge Luis Borges, mas com conteúdos duvidosos.

Waves acaba sendo um filme perigoso, porque coloca o tema da raça sem falar de raça abertamente. É perigoso porque produz imagens lindas, mas reatualiza os modelos raciais que engessam a gente em lugares sociais específicos, de novo. De novo, mas de outro jeito, o que também é perigoso.

Há muitas coisas que eu poderia dizer, para detalhar mais o que me deixou tão atravessada. A menina branca namorada que é latina. A mãe negra que morre de overdose. O diretor e a produção parecem não ter esquecido nenhuma ponta solta e criaram um filme, no sentido cinematográfico da palavra, com recursos inovadores de câmera e roteiro (eu não sei nada de cinema, gente), lindíssimo e também muito perigoso, como todo perigo real.

E a imagem da menina negra não sai da minha cabeça, sentada lá, sozinha. Aquilo fala muito com as meninas negras, mas me preocupo como as alcançam. Ele, um menino branco, que também estava sozinho, chega e fala oi. Aquela cena me quebra por dentro, completamente.

Deixa quieto o resto todo do filme. 


quarta-feira, abril 08, 2020

Ten days in Sun City.


High Flying Bird.


Odeio filmezinhos com N vermelho, mas não pude dizer não à Steve Soderbergh. E bam!

Queen and Slim.


domingo, abril 05, 2020

Money Heist, T1, EP1.




Chatito.

Moses Sumney, NPR Concert.



Tem uma hora da música que você diz, "para para para eu vou enlouquecer se você fizer melhor do que isso". Definitivamente, eu acho que gosto mais de voz feminina, mas, você sabe como é, eu nunca me fecho para nada, sou daquelas que vou até lá para depois dizer, não foi bom, e voltar para o meu cantinho. 

Yoga em casa.

Eu faço yoga de modo irregular (fazendo e parando, parando e fazendo, aha) há uns sete anos. Comecei quando ainda era estudante na USP, com professor Marcos Rojo, uma coisa linda. Eu amava aquelas manhãs, aquelas horas. Professor Marcos é uma coisa linda de viver. Nunca vou esquecer dele. As aulas lotadas e eu ali, totalmente flutuando. 

Yoga entrou na minha vida mas, com as mudanças, vai e volta. Fiz também quando estive fora do Brasil, faço toda vez que posso, mas agora arrisquei começar em casa. Aí procurei procurei procurei e achei Jessamyn Stanley. Então descobri que eu poderia fazer isso, fazer yoga em casa e ser ainda mais feliz e grata do que eu já fui quando eu era uma estudante, sete anos atrás. 



 O prazer é todo seu, querida. Pode ter certeza.


Claro que eu amo fazer yoga num centro ou num espaço público, mas aqui ainda não tem. Quem sabe um dia e aí eu volto? Por agora, vou tentar fazer isso todos os dias, pelo menos, meia hora por dia. 

Tente você também, é tão simples e rápido e gostoso que fim.

Nunca.

Eu nunca esqueço de quem me dá comida e de quem me apresenta músicas novas que viram músicas minhas para sempre.

Estou ouvindo Kamasi Washington sem parar e ele já virou meu novo marido, não quero saber de Marlon James (não ligava dele não gostar do sexo oposto), sou uma frívola no quesito paixões (até olhei onde os dois moram para ver se dava para fazer uma viagem só e tentar um encontro, mas, deixa para lá).

Com tudo isso, de repente me li falando para o exnamorado apresentador de música boa (e que também já me levou para jantar, ou seja, nunca esquecerei dele) que sou grata à ele por me apresentar músicas boas há exatos 15 anos. Muita coisa que ele fez ou fizemos juntos entrou para minha vida até hoje e eu simplesmente amo isso, amo as pessoas porque elas nunca saem da vida, nunca.

Eu sei quando uma música nunca mais vai sair da minha vida. É quando eu a estou ouvindo e fazendo outra coisa e eu paro tudo, não consigo me concentrar em mais nada, nada. Aí paro, ouço, ouço, ouço e não consigo mais me concentrar no que eu estava fazendo. 

Foi assim com Truth:


Eu tou emocionada bem agora, enquanto escrevo e ouço de novo, pela décima vez. Não sei o que me deu, me pegou de jeito. Lembro de muitas coisas ouvindo esses sons que me invadem. Fico ainda mais emocionada quando leio a descrição do álbum

Que prazer completo e inteiro é esse, domingo de manhã, não consigo pensar em mais nada, só em música. Eu chorei algumas vezes ouvindo Floresta Azul também nessa vida, com Rumpilezz:



Fico pensando em Kamasi e como foi inventar essa música, o que ele sentiu, se sabia que poderia tocar pessoas como ele me toca agora. Eu não sei se ele sabe, mas, ei, Kamasi, obrigada. Obrigada todo mundo que tocou essa música e montes de música como Só chamei porque te amo, que também já chorei ouvindo. Ah, e Cold War, e e e e e (aha, tá bom).

O melhor lugar do mundo é aqui, e agora, aprendi com Gil.


sexta-feira, abril 03, 2020

quinta-feira, abril 02, 2020

Vizinhança.

Minha vizinha, que é de uma tradicional família de sambadoras aqui da região do recôncavo, teve uma netinha há quase seis meses. 


Eu não sei se ela sabe, mas as músicas que ela inventa para chamar a neta, que mora na casa de baixo e cresce a olhos e sentidos vistos, é tudo samba. Eu tenho o prazer de ouvir esses sons todos os dias, com prazer. 


A gente bota a música que está dentro do coração nas coisas que a gente faz, não sai nem apaga, não. 

Tédio.

Ontem em casa, vendo um péssimo documentário para TV' americana sobre Whitney, senti tédio. Meu amigo aqui em casa que disse o que era, eu só estava me sentindo estranha. Deitamos por cinco minutos juntos e levantamos assim, rapidamente, para caçar o que fazer. Ele tinha vindo aqui para fazermos um bolo de banana e uma empanada de sardinha, então começamos. 

Foi aí que eu disse

Poxa, é a primeira vez desde o dia 16 de março que me sinto assim por alguns minutos

Isso é tédio, Migh, isso é tédio, mas é que você não deixa ele se instalar, já procura algo para fazer

Eu lembrei

Ah, tem dias que eu sinto um pouco, mas me dá sono e eu durmo

Ele riu e disse, pois sim, pois é, é isso.

Entendeu porque é que eu não posso reclamar da vida?

Palavras novas.

coevo
doesto
homiziado
conúbio
moçárabe
seráfico
disgênico
cacogênico

Coisas que aprendi nos últimos dois dias. Pense.

2016: Obama's America.


No estoy loca.


quarta-feira, abril 01, 2020