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quinta-feira, abril 10, 2014

Minha mãe, mainha.

Eu certamente já escrevi sobre minha mãe aqui. Mas não posso deixar de falar como ela é incrível. Quase perfeita, erra e demora a assumir que errou. Como toda pessoa quase perfeita. 
Ela é uma das mulheres mais inteligentes que eu conheço na vida e todos os dias fico admirada com a capacidade que tem de inventar novos jeitos de fazer algumas coisas. Também me surpreendo com sua teimosia de ter fé na vida e nas pessoas. Com mais de meio século, segue acreditando nas pessoas e achando que elas valem a pena - mesmo quando até eu mesma peço para ela não perder tempo com isso.
Ela não desiste. Acha que algumas coisas e pessoas podem mudar, que algumas palavras podem fazer diferença. Eu me divirto, acho graça. Acho bonito. 
Incrível também por ter seguido uma tradição das mulheres pretas, botar a gente pra estudar. Acreditar na educação, achar que era uma saída pra gente. 
Meu amigo Zé Roberto me disse uma coisa que me fez lembrar minha mãe também. Ele falou que uns amigos com mais grana andavam em crise sem saber se a mãe os amava, porque elas não diziam eu te amo. Ele de repente disse que começou a pensar nisso e ficou encucado, porque não lembrava que a mãe tenha dito alguma vez eu te amo pra ele. Aí percebeu que isso não era um problema pra ele porque, apesar da mãe não viver dizendo, ele tinha certeza que ela o amava. Por tudo que ela fazia e era pra ele, tinha amor ali. Se ela falava ou não, isso era outra coisa.
Conheci mães que dizem eu te amo todos os dias, mas isso muitas vezes pode não signifcar nada. Não é que eu não goste de ouvir e de falar, só acho que entre minha mãe e a mãe de Zé que pouco fala essa frase mas a gente sente e umas por aí que acha que só falar isso resolve, eu fico com elas. 

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