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segunda-feira, fevereiro 26, 2024

Em busca de mim, Viola Davis.


Eu amo biografias e por mais que eu torça o nariz para algumas partes da história, me pego rindo e chorando junto com o texto diversas vezes. Eu sou uma boba inveterada consciente, lúcida e racionalmente orientada para continuar sendo assim.

Não sabia que Viola tinha passado tantos apuros na vida e não ia saber nunca que ela foi salva por um programa do governo estadunidense que mostrou a ela que poderia ser atriz. Imagina, gente, o quanto um programa de cultura do governo de um país pode ajudar a orientar adolescentes que não sabem para onde ir ou o que fazer com a raiva que elas tem. Eu ainda fico maravilhada com o poder dessas coisas. A minha vida, a vida de muita gente que eu conheço, tem a ver com essas oportunidades. Lembro que uma coisa que me ajudou a sair para fora de mim e ver que eu poderia mais foi justamente uma atividade gratuita que participei no ensino médio em que as pessoas do grupo cuidavam de mim coletivamente. Pode parecer muito simples olhando aqui de longe, mas eu lembro dessa imersão com a turma que eu fazia magistério como um divisor de águas na minha adolescência. 

Foi lindo.

Eu achei aquilo tão mágico, eu nunca tinha olhado para mim daquele jeito, como alguém que poderia ser cuidada. E ler Viola é pensar em autocuidado, respeito, amor próprio, dificuldades e enfrentamento. Como fazer essas forças todas darem certo é a grande maravilha da vida. Acho que é mesmo a nossa (ou minha) jornada também.

Eu sempre achei Viola incrível. Incrível mesmo. Ela, para mim, tem a capacidade daquelas atrizes que me fazem esquecer que é uma interpretação. Por vezes me pego no meio do filme pensando: "mas essa é mesmo a mãe de Michael Jordan, sim?". Eu vi aquele filme - Air: a história por detrás do logo e fiquei embasbacada. Eu fico muito impressionada com esses filmes em que não leio nada sobre e depois me trazem uma Viola que aparece pouco mas detona tudo. Ela sempre foi grande assim para mim. E ler o livro - que me deixou uma má impressão por conta da entrevista com Oprah - me fez confirmar o que eu achava que ela era: uma mulher incrível.  







 

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