Nem tento, também. Eu sou assim e gosto de ser assim. Gosto de partes de mim que parecem defeitos. Aliás, são defeitos. Eu sou eufemista com meus defeitos e digo que eles só parecem defeitos, mas eles são.
Bom, eles são para outras pessoas, para mim são minhas características. E é por isso que sou tão apegada a eles. Sabe Clarice, a tal Lispector? Ela diz:
Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro.
Então pronto. Uma das minhas características que mais me identificam, por exemplo, pode beirar a sociopatia. Eu só falo com quem eu gosto. Digo, eu convivo com pessoas que não gosto (descobri bem tarde que não preciso gostar de todo mundo, o pensamento romântico-cristão me seduziu muito tempo), mas muitas vezes sou forçada a isso e não é porque quero. Mas, se é alguém que posso dizer não, eu digo numa boa, sem pena, sem medo e nem vergonha. Eu fecho a portinha da minha vida na cara dela. E não fico triste. É só um jeito de resolver as coisas, eu não quero que ela mude de vida nem de ideia para ser minha amiga, às vezes não é nada, é uma coisiquinha que eu não gosto e não vai valer a pena para ela mudar tudo, nem vai valer a pena para mim mudar tudo, deixemos como está. Simples assim.
Não vou morrer, nem ninguém. Estou ficando velha há anos e penso assim há tempos. Por outro lado, há gentes que chegam há pouco e já quero dizer eu te amo. Eu sou completamente louca.
Eu ouço música, converso com crianças, leio livros, para melhorar. Mas às vezes não adianta muito.
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