Eu descobri essa página em um artigo de Hélio Schwartsman para a Folha de São Paulo há algumas semanas .
Copio aqui o que ele escreveu:
"Eu já havia explicado numa coluna mais antiga como o IAT funciona, mas, dado que isso é central para compreender o tema de hoje, refaço a empreitada.
Considere a seguinte lista de palavras: João, Joana, irmão, neta, Beth, filha, Miguel, sobrinha, Ricardo, Leonardo, filho, tia, avô, Roberto, Cristina, pai, mãe, neto, Filipe, Sofia.
Agora a releia dizendo para si mesmo "olá" cada vez que encontrar um nome próprio ou de parentesco masculino e "adeus" quando as palavras forem femininas. É fácil, não é mesmo?
Passemos à fase dois.
Agora, sua missão é voltar à lista e dizer "olá" para os nomes próprios masculinos e relações de parentesco femininas e "adeus" para nomes femininos e ligações familiares masculinas. Se você é uma pessoa normal, ficou bem mais difícil. O tempo para desempenhar a tarefa deve ter subido de algo como meio segundo por palavra para três quartos de segundo. Você provavelmente também cometeu mais erros.
O motivo é que, quando rotulamos cada palavra com o "olá" ou o "adeus", nós nos guiamos por nossas associações mentais. Quando elas não trazem desvios, tudo vai muito bem. Mas, quando estão embaralhadas, precisamos de mais tempo para ordená-las. Assim, medindo a diferença na velocidade da resposta entre as fases 1 e 2, cientistas são capazes de mensurar quão fortemente uma pessoa associa determinadas características com uma categoria social.
Troque as relações de parentesco masculinas e femininas pelas palavras relacionadas a ciência e artes respectivamente e teremos uma medida de quanto cada indivíduo se deixa levar por categorias de gênero, associando homens a atividades científicas e mulheres às artísticas.
IATs não precisam se limitar a palavras. As séries podem ser compostas de imagens e mesmo imagens e palavras. Se utilizarmos fotos de pessoas brancas e negras e palavras negativas (mal, fracasso, terrível etc.) e positivas (paz, amor, felicidade, alegria etc.) teremos uma medida dos preconceitos raciais.
No site implicit.harvard.edu/implicit , vinculado à Universidade Harvard, você pode fazer vários IATs online em português. Poderá medir não apenas seu racismo implícito, como também seu preconceito contra gordos, velhos, gays e até seu grau de nacionalismo. Vale, porém, um alerta: "Você poderá não gostar dos resultados", diz o próprio site.
Não é que eu acredite cem por cento, mas, ainda assim, recomendo que façam. Eu fiz e não me surpreendi com o resultado. O que você acha que deu?
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