Fui a uma hematologista renomada, fiz todos os exames. Ela me fez várias perguntas, riu comigo, perguntou coisas da minha vida como "o que faz nas horas vagas?", "qual seu filme predileto?". Abriu os exames e disse que eles não continham nada de irregular.
Me chamou de canto e perguntou se tinha alguma coisa que pegava, se eu estava mal, triste, coisas do coração. Disse que tinha acabado de sair de uma relação bastante complicada. Ela disse, pode ser, pode ser. E perguntou se eu tinha alguma crença.
Agora, outras relações complicadas. O sangue não circula bem, depois de algum tempo. Tento não ficar preocupada com isso, mas preciso falar. E não para qualquer um. Preciso falar para quem precisa ouvir. Ou pra quem, pelo menos eu acho, tem que ouvir.
Nem sempre consigo. As pessoas não querem ouvir tudo sempre. Querem falar muito, falar muito, mas não querem ouvir coisas sobre elas mesmas que nem elas mesmas conseguem dizer.
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