Você que me lê, me ajuda a nascer.

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quinta-feira, maio 01, 2025

Brincando com a ancestralidade: como a cultura afro-brasileira fortalece a identidade de crianças negras.

 Que coisa mais linda

Ilustração do "Catálogo de Jogos e Brincadeiras Africanas e Afro-Brasileiras", Rogério Andrade

domingo, abril 27, 2025

Na casa do patrão da minha mãe não tinha Cadernos Negros.

Notícias como essa deixa o coração da gente feliz. 

Bem num dia que eu precisava dormir com o coração quentinho.

Cirurgião do mal.


 

De novo?

Tem coisas que não quero viver de novo. Se for para viver de novo, eu passo. Passo longe.

Dirijo por aí e vejo como a vida funciona. Cada cara feia no trânsito, cada arranhão no carro, cada novo desafio vai calejando a gente e a gente vai indo, com vontade de parar, largar o carro no meio da estrada e sair correndo.

Assim é a vida.

Eu noto que eu tenho que fingir que não me afetou tanto assim aquele erro que cometi ontem na estrada (ou que cometeram comigo) se eu quiser pegar a estrada de novo amanhã. Fico tentando me lembrar das pessoas que me ajudam - a estacionar, a passar na frente, a aprender - para não querer desistir de tudo e nunca mais pegar no volante.

Ainda que seja incrível dirigir - como o é viver - tem muita demanda para dar conta e às vezes eu quero só chegar no lugar, sem gente buzinando ou farol alto. Só chegar.

Assim é a vida.

Tem coisa que se repete e acontece de novo e eu já sei que não gosto e me fere onde está magoado e o que a gente faz?

Respira, respira de novo e continua? É o jeito, né?

Eu não quero parar agora.

iHostage.


 

sábado, abril 26, 2025

O machismo mata.

Uma das facetas do machismo que mais me incomoda é aquela que me faz sentir que o que eu falo é desimportante, desnecessário, inferior, medíocre.

Uma das facetas do machismo que mais me incomoda é aquele que me faz sentir que o que eu penso, faço ou digo não tem validade, não é uma boa ideia, não é uma decisão possível, não é uma solução viável, não vale, não serve, não presta, é mal feito. 

Mas, pensando bem, uma das facetas do machismo que mais me incomoda é quando falo sobre isso com a pessoa que agiu assim e ela novamente desconsidera o que eu falo, penso ou faço. É muito comum que uma das primeiras coisas que ela diz é que não, não foi machismo, não foi machista. Se isso não é desconsiderar, eu não sei mais o que é.

Ninguém quer ser machista, mas o machismo existe. Essa conta não fecha bem. Se a gente não reconhecer, se a gente não considerar o que alguém está dizendo foi vítima do machismo sentiu, o que mais a gente vai considerar? Quem mais a gente vai ouvir para acreditar que sim, a gente pode ter sido machista ou reproduzido machismo? Eu não consigo entender de onde virá a solução se os machistas de plantão não calarem um pouco da boca e da razão machista deles para aprender alguma coisa com quem diz que sofre. 

Eu canso, eu estresso, eu choro, eu revivo dores, eu quero desistir, ficar só dentro de mim e comigo, me abraçando e dizendo para mim mesma o quanto eu sou incrível, porque eu cheguei até aqui e estou bem, feliz, divertida, amorosa e alegre.  

Todas essas sensações que o machismo traz desembocam no aumento da baixa autoestima, o que é um cenário bem propício para a propagação da violência. 

Uma das facetas do machismo que mais me incomoda é aquela que mata. O espírito, a alma, o corpo. 

quinta-feira, abril 24, 2025

terça-feira, abril 22, 2025

Capoeira.

Hoje teve aula de capoeira depois de mais de sete anos sem fazer nada. Tive aula com Mestre Sidney de Santo Amaro, que me contou assim

eu aprendi a lutar capoeira, antes de jogar. No meu tempo de criança, a gente lutava capoeira na rua com os capoeiristas, não tinha isso de mestre porque não tinha isso de graduação, mas eram os grandes capoeiristas daquele tempo. Aí eu fui aprender a jogar, mas eu já lutava e nem sabia que tudo aquilo que eu fazia na rua se chamava capoeira

Ele passou a dizer vários nomes de homens que de fato são muito conhecidos no Recôncavo e já se foram.  Que coisa incrível, estar ali sentada num roda ouvindo um homem falar sobre capoeira. Ele nos apresentou sete dos catorze toques que são possíveis de serem tocados no berimbau para fazer o jogo acontecer.

Você sabia disso? Nem eu.

Novamente, eu não sei se vou aprender muita coisa, meu corpo já não é o mesmo e nunca tive pretensão de ser eximia capoeirista. Eu só quero estar ali, ouvir e aprender. É realmente incrível como na capoeira, o corpo pensa, como diz Muniz Sodré,

Encontros como esses, com a capoeira e com as pessoas me acende a alma e me deixa viva para aguentar a vida.

domingo, abril 20, 2025

Paixão.

Se a pessoa que você ama te olha com olho de apaixonada depois de seis meses, esqueça tudo. Deixa o amor chegar, faz tempo que ele está aí, dá uma chance, a pessoa te quer, te adotou com cachorro e tudo, só vai, deixa, deixa, deixa ir, sente. 

Faz tempo que essa sensação não dura tanto e eu quero mais. Precisamos desligar o telefone mas ele diz que não e eu falo que sim, aí quando ele fala sim, eu penso mas porque não e quando vemos, ainda hoje, estamos pendurados por horas falando sobre o que?

A cor da mochila nova que eu comprei

A ração de Namaste nova

Livro que ele está lendo

Receita nova que ele fez e eu não provei

Coisas muito importantes para a existência na terra, com certeza. 

Eu faço um pedido: que da próxima vez, na hora de dormir, que ele deixe a luz acesa só um pouco, quero ficar olhando para ele antes de dormir para ter certeza que ele está ali. Ele ri. Eu também.

Estamos apaixonados.

Brasil 2022: os bastidores do penta.


 

sexta-feira, abril 18, 2025

A mais recôndita memória dos homens, Mohamed Mbougar Sarr.


Escrever, não escrever.

O livro é tudo que dizem e mais. O livro me prendeu e me teve em todos os momentos em que eu estive com ele. Eu simplesmente caía no abismo da leitura que o livro me proporcionava e só depois de um tempo, eu lembrava:

é um livro, é só um livro

Mas não, não é só um livro. Tem tudo que você espera e mais, tem coisas que te fazem duvidar sobre a autoria, sobre o que o autor quer de você ou do que ele escreve, tem várias vozes falando na sua cabeça depois do livro, tem você voltando a leitura para lembrar quem estava contando a história, porque o autor, que é o protagonista - um alter ego, um personagem que é escritor? - vai e vem nas histórias que ele nos oferece, mas não são dele, não são nossas, mas você pensa, eu posso acreditar nesse caminho que a história está indo?, você não sabe, mas já está envolvida, a história ja te pegou e mesmo sem saber direito em que versão acreditar, você quer continuar, porque Sarr escreve bem, porque Sarr te engana (ou não), eu realmente não sei.

O livro é sobre um livro. Não, é sobre um autor de um livro. Um livro que não é o livro que está sendo escrito e também não é o livro que foi escrito pelo protagonista. Não, o livro não é sobre um livro ou sobre um autor de um livro: o livro é sobre as relações que um livro suscita, ou aquilo que as aparências acham que o livro pode suscitar. O livro é sobre muitas coisas que rondam a literatura mundial, sem deixar de falar sobre colonização e racismo, mas sem se preocupar em ser perfeito ou dizer o que esperamos que Sarr diga. 

O livro é sobre escrever, não escrever, mas é também sobre palavra, sobre dizer, sobre assumir consequências do que dizemos e fazemos, sobre escolhas, sobre a verdade da escrita e sobre a aparência dessa mesma verdade. 


Mohamed Mbougar Sarr

 

Mil e um.


 

Rio - Paris: A tragédia do voo 447.

 


quinta-feira, abril 17, 2025

Saudade fez morada aqui dentro.

 


Acabei de ver o filme e, menos de 12h depois, comecei a assistir o podcast Cartas de um terapeuta com o deputado federal Henrique Vieira Jr.. A relação entre a história dele e o filme é uma coisa que me fez até procurar se tinha alguma relação. Como é que pode, gente? 

Sem indicação, sem nada. Só cliquei porque já estava para ver essa semana e foi. Ainda estou estupefata com essa sinopse que o meu ritmo - e não o algoritmo - faz por mim.

terça-feira, abril 15, 2025

Rio do medo.


 

Só chamei porque te amo.

A gente se ama se chama a chama que a gente ama fica dentro e aparece fora quando os olhos brilham de alegria quando a gente conta os dias e sempre falta menos para a gente se ver. Sempre falta, mas sempre falta. 

E quando a gente está junto não parece que falta nada, porque a gente está junto e parece que deve ser sempre assim, devia ser, deve ser, tem de ser, porque a gente quer, porque sim. A cada dia que passa é mais gostoso e os olhos dele que eram de mar quando o conheci viram de lua, de céu, de sol, vira olho com sorriso dentro porque a gente está mais uma vez levando sessenta minutos numa chamada de vídeo que era só para dizer uma coisa e essa coisa era eu te amo. 

Caso K: A história oculta do fundador das Casas Bahia.

Eu ouvi falar do caso à época que ele estourou, mas não li muita coisa. Esse podcast conta com muitos detalhes a história toda.

Vocês sabem, mas não custa dizer? Para mim, a espécie humana está fazendo hora extra no mundo. Me manda uma mensagem que eu te conto quem deve ir primeiro na fila.


sábado, abril 12, 2025

sábado, abril 05, 2025

Fofinhos e risonhos.


Me rendi à ideia apaixonada de nós dois sem nenhum medo nem vergonha. Quase seis meses e eu aqui, cantando pagode enquanto ele lava os pratos de um almoço perfeito. 

Ser feliz faz um bem danado, real. 

 

quinta-feira, abril 03, 2025

Guia sobre uso de Dispositivos Digitais - Crianças e Adolescentes.

Rapaz, esse Guia é maravilhoso demais. Para quem não sabe como fazer, para quem quer mudar o jeito que está fazendo, para quem sabe e quer confirmar o que sabe e para quem acha que criança até 18 anos nem precisa de celular. 

Para todo mundo. 

Se eu fosse mãe, acho que até os 16 anos, não teriam celulares... aprender a ler é mais importante, então talvez tivesse livros digitais. Mas não sei bem. Vou pensar... minha mãe falava de não namorar antes de terminar os estudos do ensino médio e hoje eu penso que gostei muito. Pode parecer uma bobagem, mas à época eu tive tempo para pensar em muitas coisas, ler muitos livros e escrever bastante. 

Sim, brinquei de boneca até os 17 anos, porque só ganhei uma Barbie (branca) com 15. Por mim. 

Não me arrependo. Tive meu primeiro celular aos 23 e não acho que estive em falta com o mundo. Sei que o mundo mudou, por isso não precisa ser com 23 anos. Mas com 12, também não.

Nem com 5 anos, como muita criança tem. 

domingo, março 30, 2025

sábado, março 29, 2025

segunda-feira, março 24, 2025

quinta-feira, março 20, 2025

terça-feira, março 18, 2025

domingo, março 16, 2025

Mohammed in Texas, Mo Amer.


 

Cadê o Amarildo?


 

Crime na 113º Sul.


Ei vi aqui. Mas acho que vou ouvir esse podcast também.

 

Anitta Coachella 2022.


Que show pop, senhoras. Que show.

 

Davi, um cara comum da Bahia.



Já que comecei a ver, é overdose logo. Como falei, adoro ver as coisas quando a onda passa.




 

sábado, março 15, 2025

quarta-feira, março 12, 2025

12 de março.

Cinco meses atrás eu ouvi novamente um "quer namorar comigo?". Eu respondo sim, mas sempre com aquela cara de que tudo parece a primeira vez, que é uma grande brincadeira, que eu não tenho mais idade para isso.

Eu estava apaixonada, assim como hoje. Não como hoje, mas estou hoje. Eu não sei medir a intensidade. Só sei que foi tudo lindo naquele dia e continua sendo. Estou feliz, então. Não tem nada faltando por aqui. Sinto-me amada, querida, desejada por um homem que assim como eu, não sabe fazer tudo certo, mas assim como eu se esforça todo dia para aprender um pouco mais de mim.

Eu quero um lugar tranquilo para repousar, no fim, no meio do dia. Eu quero ser boba e falar coisas que me arrependa e que não achem que eu não valho nada só porque desisti, porque mudei de ideia. Eu quero companhia e quero meu canto, quero sorriso e emoji com olhinho de coração quando eu estiver menos esperando.

Quero áudios de amor a qualquer hora dizendo que me ama e que quer ficar mais tempo comigo. Quero caras e bocas me contando histórias e me fazendo rir quando eu menos espero. Eu quero isso para aguentar o que é difícil aguentar, os silêncios, os equívocos, as palavras duras, eu consigo.

Eu quero e sei que posso ter, porque tenho. Te amo você-sabe-quem (porque me amo, muito ou demais a mim).

Escrever.

Escrever me salvou de tantos momentos difíceis na vida, de quando eu não tinha mais nada a fazer, só continuar a sobreviver com muito pouco. Escrever me salvou a vida e me apaziguou de temer a morte, desde que precisei sair de casa para enfrentar o mundo sozinha.

Eu aprendi muito depois que a gente sempre está sozinha. E tudo bem. Só que eu não sabia disso, e fazia da escrita a minha companheira. Escrever me livrou de enlouquecer quando eu não sabia que poderia dizer não, quando eu só pensava que tinha que dizer sim e obedecer. Dentro de mim, mundos loucos coabitavam com a ordem, a disciplina e a cabeça baixa.

Escrever me manteve aquecida quando o mundo estava frio demais, triste demais, estranho demais para mim. Quando olho para trás e penso no que fiz e o que aguentei, lembro que eu sempre escrevi, sempre, sempre, sempre.

Escrever me salvou, escrever me trouxe aqui. É porque eu estou escrevendo que tô viva e você está me lendo e sabendo que ainda existo. E é escrevendo que eu vou conseguir continuar. Tenho muito tempo de vida para juntar palavras ainda.