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terça-feira, novembro 19, 2013

Trampolim do Forte.


Fui assistir ao filme porque gosto de ver Salvador no cinema. Particularmente, gosto de filmes que falam de infância, que tratam de criança. Pensei que o filme superaria os clichês da infância negra que rouba-mata-vende picolé. Não foi mais do que isso (com a graça e a beleza de nossa língua baiana, com nossa graça. Mas isso até o ior filme rodado na Bahia vai ter, está no pacote).
Eu penso: os meninos, as meninas, precisam estar na escola para serem escolhidos para fazer um filme onde eles vivem uma realidade onde escola não tem vez. Paradoxal, né? Eu se fosse diretora pegava essas crianças tudo e botava para fazer um filme fora dessa tal realidade que a classe média soteropolitana insiste em imprimir à infância negra. Porque não botar as crianças pretas voando num espaço sideral, astronautas?
Por isso que eu digo, eu quero saber como vive a classe média, exploração da miséria no cinema eu estou de saco cheio. Porque essa galera não faz um filme sobre eles mesmos, condenando suas próprias absurdices? Pimenta no dos outros é refresco.
Não é que não tenha nada disso, rouba-mata-vendepicolé. Mas não tem só isso. Gringo safado, pastor ladrão, menino de rua que rouba, policial safado. Esse roteiro foi escrito mesmo ou foi só "extraído da realidade"?
Ri pouco no filme, chorei menos ainda. Fiquei meio sem vontade de sentir.

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