Você que me lê, me ajuda a nascer.

quinta-feira, setembro 05, 2013

Espinha no rosto.


Parece que tudo na nossa vida se resume a tempo. E tudo é pelo tempo que a gente morre, que a gente se irrita. 
Essa semana me peguei com uma espinha no rosto. Eu gosto de esperá-la sair sozinha, fico ali vendo ela crescer e depois sumir, aos poucos, sem deixar rastro. A moça que me viu no banheiro cultivando minha espinha disse que ficava agoniada e me mostrou o rosto com as marcas da agonia dela, ex-espinhas.
Eu disse que achava divertido esperar, vê-la formando-se e ir embora. Igual frieira, bicho de pé, que chega e vai embora. Igual aos problemas.
Mas ah, o tempo. A gente não tem tempo. E quando tem, não sabe o que fazer com ele. E se faz algo que ninguém acha produtivo, sente-se mal e prefere voltar a reclamar que não tem tempo.
Às vezes me pego fazendo exercícios como hoje, de comer uma tangerina de dez gomos em vinte minutos, só pra ver se consigo ir devagar, ir contra o tempo.
Contraotempo, contratempo. É palavrão e parece errado, mas devia mesmo é parecer injusto.

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