Você que me lê, me ajuda a nascer.

sexta-feira, dezembro 29, 2023

Carteira Nacional de Habilitação e óculos, tchau 2023.

Não, ainda não é a foto dela, mas ela está quase aqui.

2023 foi o ano da carteira de habilitação e do óculos escuros. Prometi à mim mesma que iria aprender a usar carro, moto e óculos e consegui (ainda estou me devendo bicicleta, mas já consegui professor <3). Não prometi que ia acontecer em 2023, só prometi que ia acontecer. E foi. 

2023 foi o ano da escuta para dentro, da meditação, mas também foram das viagens. Subi de categoria em todas as companhias que viajo esse ano pelo simples fato de que quase não parei em casa. Ao mesmo tempo, no tempo em que fiquei em casa, chamei gentes que me fizeram mais feliz do que eu teria conseguido sozinha.

Fiquei sozinha também. Tive medo e também senti orgulho de mim. Como agora, sentada em frente ao computador e olhando uma mangueira de soslaio. 

Só agradece.

A gente...

Fomos à praia ontem e ele tirou a areia dos meus pés e eu envergonhada olhando ao redor para ver se alguém estava vendo aquilo.

Eu fico com vergonha. Sim, eu fico.

Assim como quando ele faz salada de frutas todos os dias (sim, todos os dias) para mim. Assim como quando ele deixa iogurte natural pronto para a semana toda na geladeira.

Quando ele lava os banheiros (e ele nem usou).

Quando ele fica feliz em arrumar o jardim em frente à minha casa.

Quando ele manda áudios comemorando cada dia que eu saio com o carro de casa e dizendo que eu sou demais.

Eu fico com vergonha, abraço e falo obrigada, mas ainda fico com vergonha.

Eu vou com vergonha mesmo, com medo e com coragem. Eu vou com tudo, porque ele me faz muito bem.

O vento será tua herança.


 

Sabe o tempo?

Sabe aquele momento em que você fica um tempo enorme sem receber nenhuma mensagem, nem aviso, nem notificação de nenhuma espécie, só o cachorro do vizinho vem saber se você já almoçou e tem um osso para ele?

Sabe?

Esse tempo precioso que não volta mais, você aproveitou? Ficou fazendo o que, mesmo?

segunda-feira, dezembro 25, 2023

domingo, dezembro 10, 2023

Frases.

As frases mais importantes da minha vida, até hoje, são:

A gente não sabe até saber

e

As coisas são como são

Seguro firme na palavra e vou longe. Voo longe.

Elis.


 

Casamento às cegas: Brasil, T3.


 

Anderson Spider Silva.


 

União Instável.


 

sexta-feira, dezembro 08, 2023

quinta-feira, dezembro 07, 2023

Aeroporto: Área restrita, TP4.


 

Eu.

Tou num momento tão gostoso da vida (só que não também). 

É sempre assim, né, gente? Tem pencas de coisas incríveis acontecendo, mas tem pencas de coisas chatas também. Eu fiz uma viagem de avião e consegui sonhar, de tão calma que eu fiquei. Imagina, gente, eu dormindo numa viagem e ainda sonhando? Me conta uma coisa que nunca achei que ia acontecer na vida.

Mas tem tanta coisa que eu achei que não ia acontecer comigo acontecendo comigo, na real. Aprender a pilotar, dirigir, ir aos EUA (e gostar), morar sozinha numa casa enorme, ter um vizinho que canta músicas de amor, chupar cana de açúcar tirada do pé, coisas assim. 

O mais legal de tudo é que eu ainda estou aqui (e no mesmo lugar).

The Anti Vax Conspiracy.


 

quarta-feira, dezembro 06, 2023

Take your Pills: Xanax.


 

Coragem.

O que a vida pede da gente é coragem. 

Coragem.

Estão dizendo por aí que eu sou corajosa. E devo ser mesmo. Mais não digo.

segunda-feira, dezembro 04, 2023

quinta-feira, novembro 30, 2023

Amor Inda Sinto, Há Amor.

Feliz aniversário, meu amor

Espero que você esteja muito feliz

terça-feira, novembro 28, 2023

segunda-feira, novembro 27, 2023

quarta-feira, novembro 22, 2023

segunda-feira, novembro 20, 2023

quarta-feira, novembro 08, 2023

terça-feira, novembro 07, 2023

segunda-feira, novembro 06, 2023

Discutindo a relação sem ter relação.

Ele me liga, me procura. Mentira. Eu ligo e procuro, ele continua (e ele continua mas não pode reconhecer). Ele quer mas não pode. Ou pode e não quer. Eu não sei. Só sei que ele finge briga para ficar de bem, coisa besta de gente que não tem o que fazer mas quer fazer, quer fazer. 

E a gente sabe bem o que a gente quer fazer.

Você é meu amor, Migh

Eu sei, sempre soube, você só não tem coragem de viver isso

Nem você

É, nem eu

Me deixem, se deixem, nos deixem. 


Deep Fake Love.


Tem enamorado lendo o título do post e achando que é sobre ele. Aha.
 

terça-feira, outubro 31, 2023

domingo, outubro 29, 2023

A origem do mundo: Uma história cultural da vagina ou a vulva vs. o patriarcado, Liv Stromquist.

 


Liv Stromquist não decepciona. Só a tradução não precisa mais usar expressões como "mercado negro" para explicar as coisas. Não sei se foi essa, mas tenho certeza que li algo assim no livro. 
O livro é ótimo, recomendo demais, assim como o primeiro que li dela e já publiquei aqui.
Faz tempo que eu venho pensando em menstruação e em como lidamos com ela. Eu realmente estou cada vez menos apegada a essa ideia de impureza ou algo do tipo. Esse livro ajudou-me ainda mais a ver como essas coisas devem ser desnaturalizadas.
Ao mesmo tempo, não confeccionar certas coisas quando se está menstruada - cestas para pegar peixes, por exemplo - faz sentido, porque a pista química que as mulheres deixam quando estão menstruadas podem afugentar os peixes. Assim sendo, não é que seja sujo, e sim sábio, escolher dias certos para que as mulheres façam essas cestas.
Menstruação, vagina, mulher, todas essas coisas perturbam demais o patriarcado. Como é que pode, né? Um sangue que sai todo mês ser a causa da dor de cabeça de tanta gente. Rapaz.

Liv Stromquist

Sintonia: T4.


 

quarta-feira, outubro 18, 2023

Uma pessoa linda dessa, gente.


Inteligentemente sexy. Ou será sexymente inteligente?

 

quarta-feira, outubro 11, 2023

segunda-feira, outubro 09, 2023

Te amo, Sonia Conceição.


Te amo

A lembrança é concreta

Teu hálito roça-me a face

O desejo afasta o ridículo

No suor o visco do esperma

Na boca o gosto

Do falo

Indecentes

Tuas mãos tateiam meu corpo

O orgasmo varre

Valores, pecados

Te amo.


CONCEIÇÃO, Sonia Fátima da. 1994. “Te amo”. Cadernos Negros 17. São Paulo: Quilombhoje.




sexta-feira, setembro 29, 2023

domingo, setembro 24, 2023

Estranha forma de vida.


 

Eu te amo, Migh.

Eu te amo, Migh

Eu te amo, Migh

Sabe o que é ouvir isso depois de muito tempo e ter certeza absoluta que é verdade, mesmo com tudo que a vida já fez vocês passarem, mesmo que vocês estivessem a mais de 3000 km de distância?

Você sabe o que o amor é?

Se você sabe, você entende. Você sente e me entende.



sexta-feira, setembro 22, 2023

segunda-feira, setembro 18, 2023

domingo, setembro 17, 2023

Deixa eu bagunçar você.

Liniker cantou ontem para mim essa canção e eu pensei nele. Muito nele, tanto nele. 

Eu quase chorei de novo, mas não queria assustar o moço que estava do meu lado, a gente tinha acabado de sorrir tanto, eu me perdi conversando com ele, que amigo que eu fiz no mês passado mas que eu espero que fique aqui do meu lado por muito tempo.

Mas nem foi por isso mesmo não. A lágrima não veio toda, só metade, aí deixei. Eu já tinha chorado muito  por ele quando recebi a mensagem dizendo não. A mensagem dizendo eu gosto de você, mas não. 

Eu gosto de você, mas não.

Fiquei triste, mas tá bom. Eu entendo. Quando a dor e a tristeza passar, eu vou contar para ele do que meu amor (ainda) é capaz.

quarta-feira, setembro 13, 2023

Emails.

Passei a noite lendo emails e vendo que as coisas não foram bem como ficaram gravadas aqui em mim. Há sete anos atrás, eu era outra Migh, mas pude sentir que havia amor naquele jeito de querer conversar uma conversa sem fim e querer resolver as coisas.

Conseguir recuperar o começo, meio e fim de tudo que a gente viveu em emails para ele e para outras pessoas falando dele e da gente.

Foi lindo.

Esses emails me acompanharam madrugada adentro e eu fiquei pensando em mim, como eu era, o que eu queria. Deu saudade e deu vontade de amar tanto com tantas palavras como daquela vez.

Eu sou feliz por conheço o amor.

Sequestro no ar.




 

segunda-feira, setembro 11, 2023

Confusão.

Tem confusão, mas não tem ilusão.

Ele me deu amor num momento da minha vida em que eu estava seca e sedenta mas pesando mais dez quilos para suportar o desgaste mental que a minha vida tinha se tornado.

Eu passei pelo fogo porque tinha uma ilha de paz e água onde eu pude me abrigar por um pouco mais de um ano. Eu me refiz e ainda estou aqui e agora eu só queria dizer 

oi, tudo bem, liga pra mim

E disse e ele ligou e ele nunca esquece de falar em todas as ligações, depois de quase sete anos

eu te amei pra caralho, você sabe, né?

Eu não sei se ele tem prazer de conjugar no passado ou tem prazer de assumir o amor, o fato é que é gostoso de ouvir e ainda é gostoso saber dele e o que ele pensa e faz, ele é um homem negro que me amou e me ajudou a curar tanta coisa dentro e fora de mim que ele nem sabe: sou feliz só de saber que em algum lugar do mundo, há 34 anos, ele respira.

Depois dele, nunca mais aceitei quem não me amasse ou que tivesse vergonha de assumir o amor. Ele me fez assim, certa de que o amor ainda é a melhor linguagem para enfrentar o medo. 

A gente vai se ver? Não sei, mas falar com ele já me anima tanto a vida e o coração que tudo bem se ele me disser não.

Amor atrás das grades.

 

Vai ler um livro, Míghian.

domingo, setembro 10, 2023

terça-feira, setembro 05, 2023

segunda-feira, setembro 04, 2023

Amor puro.




O irmão dela disse

Ela queria escrever eu te amo love

E eu respondi

E acabou escrevendo a coisa mais linda que ela poderia escrever para mim hoje

 

domingo, setembro 03, 2023

Meu corpo minha casa, Rupi Kaur.

 



Eu no meio de uma irritação por conta de alguém que começa a semana te chamando de amor e termina sumindo do mapa, minha amiga me manda essa para salvar meu domingo.

Jumanji: bem-vindo à selva.

 


sexta-feira, setembro 01, 2023

A telenovela e o futuro da televisão brasileira, Rosana Svartman.



Conheci Rosane na última viagem e ela me presenteou com o livro dela. Disse que leria até o fim da viagem, agradeci pelo presente na melhor hora, havia esquecido meu Kindle na última paragem. 

E valeu mesmo a pena. Se fosse em outro momento, talvez não leria. Há sempre tanta coisa para ler que acabamos dando prioridade ao que está na fila e que tem a ver com o que a gente pesquisa. Só que eu amei ler um livro que não tem nada a ver, nada a mesmo, com aquilo que estudo. O livro é fruto da tese que Rosana escreveu há algum tempo, mas ela mescla com a experiência que ela tem na televisão e nos demais meios de comunicação artística. 



Rosane Svartman





 

Música e ela.

oh babe me atende, ah que vontade de jogar o celular na parede

Ouço e sinto saudade dela. Ela aprendeu a cantar e cantava, repetia, repetia. A saudade invade e tudo bem. Sou feliz por ter podido passar um tempo da vida com ela. Nunca vou esquecer disso. A energia dela me acompanha, assim como a de muitas pessoas que não estão mais perto de mim.

E eu vou continuar amando e esperando que numa esquina a gente se encontre e ela lembre de mim.

Quando você vem, pra passar o fim de semana, eu finjo que tá tudo bem

Ela também cantava. E eu lembro de tudo. De tudo. Mesmo tendo apagado todas as fotos e ter perdido os áudios depois do celular novo.

Lembro de tudo, porque está aqui dentro de mim e na carne que sentiu o abraço dela. 


Homens pretos (não) choram, de Stefano Volp.


Li entre uma viagem e outra. Não sou dos contos, mas recomendo. Gostei de alguns deles e acho que a tentativa de tentar unir emoção e homem negro na mesma página já vale a leitura. De verdade. O que mais gostei mesmo foi o do senhorzinho, seco de lágrimas que recorre a tudo e todos para conseguir fazer sair água do olho. Muito lindo. Voando, lendo e fungando.

Não estou mais com aquele pique de fazer resenha de todos os livros que li, quero apenas registrar aqui o que leio porque fica fácil voltar e recordar o que estava lendo em cada momento da vida. 

Soube que já tem outros livros dele, mas estou com tantos livros abertos pela casa que não vai dar agora, não. 

Stefano Volp

 

Isabella: o caso Nardoni.


 

quarta-feira, agosto 30, 2023

Dengo puro love.

Ele disse

vem, gata, deixa eu te levar no aeroporto

Eu disse

você não vai me sequestrar, né, sou arrimo de família

Ele disse

não, quero te conhecer, deixa, deixa

Eu disse

me dá o número da sua mãe, vou mandar para a minha, se acontecer algo ela vai falar com ela

Ele me deu na hora e eu fui. Só fui.

Ele me levou, me beijou e agora eu estou aqui, bem longe e suspirando como antes, como nunca, como sempre.

segunda-feira, agosto 28, 2023

sábado, agosto 26, 2023

Central Park.

Quase ninguém sabe, mas eu sempre tive o sonho de caminhar pelo Central Park sem destino. E hoje, quando me perdi lá dentro, caminhando mais de 3h por quase tudo que é canto eu pensei:

mas como vale a pena cada velho sonho besta que a gente tem, rapaz

Voltei e fui ali dar uma olhada no que o Museu de Arte Moderna da cidade tinha para me contar e me dei por satisfeita por hoje, depois de conversar com um senegalês muçulmano e um brasileiro baiano, igual a mim. 

A vida sempre pode ser mais ainda do que a gente pensa. Pode ser aquele macacão preto que você ama e que esquece num hostel que você parou no meio da viagem mas que acham e te ligam dizendo:

pode vir buscar, a gente achou aqui

Já seria incrível se por aí parasse, porque você pensa "ai, agora vou ter que morrer em dólares para me mandarem lá no Brasil". Mas tem nada não, aquele amigo que você fez uns três anos atrás mora na cidade ao lado e daqui a dois meses vai ao Brasil e te ligou hoje dizendo que amanhã passa lá para pegar para você.

Se eu não nasci com o cu para a Lua, ninguém mais nasceu. 

Viajar é a melhor coisa do mundo, a gente aprende tanto. Isso é muito óbvio, mas eu repito porque o óbvio tem de ser dito e isso é tão verdade que nem te como não falar de novo. 

terça-feira, agosto 08, 2023

Quanta coisa.

Todos os dias em todos os momentos da minha vida a vida é tão pulsante e presente que eu nem sei. Real, cheguei em casa há quatro dias e fiz tanta mas tanta coisa que se contasse tudo aqui, ia dar esses mais de dez anos que eu escrevo no blog.

A vida é tão rara e tão intensa e eu amo quando eu estou nessa fase do ciclo menstrual que é tudo erótico para mim e a pele fica linda (mas minha pele é linda sempre, veja nas fotos minha cútis sem maquiagem respirando felicidade), a gente fica felina, paquerando qualquer coisa em todo o tempo e lugar.

Ainda bem que dessa vez pesquei um peixe vistoso.

segunda-feira, agosto 07, 2023

sábado, agosto 05, 2023

Licorice Pizza.


 

Os encanadores da Casa Branca.


 

Drauzio Varella: Podpah.


Quando eu amo, eu amo.
 

Um lugar chamado Diálogo (ou não).

Eu sempre achei que o diálogo fosse um lugar seguro e confortável onde todas as coisas se resolveriam. Eu criei essa ilusão que o diálogo ia sempre salvar as coisas. Sempre. Eu achava que o diálogo era um lugar onde todas as pessoas queriam chegar e ficar. Mas, não.

Todas as certezas que a gente tem são apenas invenções da nossa cabeça. Eu não queria ver que o diálogo não existe como um lugar alheio à nós mesmas, alheio ao mundo que criamos aqui perto da gente. Eu não queria ver, eu queria fingir e sustentar essa ideia porque ela me fazia muito bem, era gostoso pensar que quando a gente chegasse no diálogo, todos os nós iam se desmanchar. 

A dureza toda é que o tempo passa, você cresce e encontra pela vida gentes que não querem, não sabem ou, diferente de você, não acreditam que precisam do diálogo para seguir vivendo. Não sei se bem são todas essas coisas, mas é certo que essas gentes não querem chegar em lugar nenhum chamado diálogo. Talvez essa invenção do lugar chamado diálogo só poderia acontecer numa cabeça controladora como a minha, com essa ilusão que "tudo que você quer vai acontecer", basta você se predispor a isso, se colocar disponível.

Não. 

As coisas que você quer não vão acontecer só porque você está disponível. Estar disponível ajuda muito que elas aconteçam, mas não é determinante. A vida vem e te dá uma baita de uma rasteira, uma rasteira nessa sua ideia muito estúpida de que só porque você é uma mulher adulta, lúcida e inteligente, vai conseguir tudo que quer. Meritocracia não é real, gente, ninguém merece nada, nem vai conseguir nada só porque acha que merece. É isso.

Eu falei da dureza, mas quero falar da beleza também. Saber que um lugar chamado diálogo não existe faz você se libertar de situações e eventos em que você sofreu pensando que poderia fazer mais, conversar mais, dizer mais. Aqueles momentos em que você achou que era responsável por tudo ficar bem, porque você acredita no diálogo e a outra pessoa está cagando para ele. Nem sempre fazer tudo que está ao seu alcance vai garantir resolver o problema, fazer tudo ficar bem. Eu não estou dizendo aqui que você não tem de tentar. Não é não tentar, é ter certeza que pode não acontecer nada do que você está esperando, mesmo com todo o seu esforço. Chegar nessa compreensão, conhecer qual é o limite entre a ilusão do lugar chamado diálogo, sua disponibilidade em mudar coisas e qual é a participação de tudo o mais que te cerca (pessoas, lugares, ambientes, coisas e eventos) é a coisa mais preciosa nessa conversa aqui.

Depois de tudo isso, acho que o diálogo pode ser mais um bonde do que o um lugar, sabe? O diálogo é uma passagem ou um passaporte para chegar onde a gente quer muito com a outra pessoa ou com as coisas. Mas... essa passagem pode estar vencida, pode ter sido comprada para o lugar errado, pode estar rasgada... e aí, não vai rolar. Levar em consideração que para ter diálogo é preciso haver no mínimo duas pessoas querendo estar dentro de uma relação conversando sobre coisas que podem ser difíceis para as duas parece óbvio (e eu nem vou entrar no tópico de "pessoas que fingem querer ou gostar de conversar" aqui)mas, para mim, que acho que mando em tudo que acontece comigo, foi uma revelação. 

Tou numa paz por conseguir dizer tudo isso em voz alta para mim hoje que nem sei.

Border Control, TP2.


 

Alimentação.

Como foi gostoso ouvir o podcast que Mano fez com as mulheres Bela Gil e Denise Ornelas. Eu realmente fiquei feliz por poder conhecer essas mulheres negras inteligentes. Rapaz, que orgulho de ser mulher negra. A gente é muito demais, muito mesmo. 

Eu ouvi duas vezes, quase três. Voltando para ouvir de novo algumas coisas que mudaram ainda mais a minha relação com a comida. Quando eu viajo, às vezes esse é o lance que mais me pega: eu não quero comer na rua todos os dias, eu gosto de fazer minha comida, de comprar frutas e coisas que eu posso organizar dentro da dieta que inventei na minha cabeça, faz muita diferença para mim. E tem todas as coisas que a comida já fez por mim, na minha vida, nas minhas relações. 

Não é só a comida, mas é só a comida, porque é muita coisa. Alimentar, nutrir, em todos os sentidos é o que move a gente. Não é mesmo?

quinta-feira, agosto 03, 2023

Meu grande amor, Youn.


Ainda bem que meu grande amor já está aqui, nem preciso esperar ele chegar para cantar. <3

 

quarta-feira, agosto 02, 2023

Selfiufiu.


 

Eus de novo e sempre.










Não me pergunte a cronologia e nem para quem foram as selfies, só quero registrar que essas férias foram novamente maravilhosas.
Mas eu tou tão feliz, dizem que o amor atrai
 

The Surrogacy.


 

Migh Danae.

 


Fizeram essa arte com uma foto minha, eu amei.

segunda-feira, julho 31, 2023

sexta-feira, julho 28, 2023

quinta-feira, julho 27, 2023

Educação Antirracista é uma necessidade.

Dá para ler aqui, mas essa coisa de jornal digital que lembra o jornal é tão legal!

 

domingo, julho 16, 2023

Border Control.


Rapaz, quando eu gosto, eu gosto. 

 

Como construir uma educação infantil antirracista no Brasil?

Matéria que saiu esses dias aí para trás (eu adoro essa expressão).

Viaje na viagem.


 

sexta-feira, julho 14, 2023

domingo, julho 09, 2023

sexta-feira, julho 07, 2023

Meu benzinho Lula.


Vou chamá-lo para meu aniversário. Eu fico em São Tomé e ele em Inema para mim está tudo bem. Será que ele vem?

 

quinta-feira, julho 06, 2023

Sonhos comigo.

Ela me mandou mensagem, sonhou comigo. Eram sonhos com carros, cobras e perseguição. Foram sonhos que poderiam assustar muita gente, mas a mim só me deu certezas.

Se eu acredito em sonhos?

Eu acredito na minha intuição. E ela diz que carros, cobras e perseguição é atenção e certezas.

O olho por dentro da pele.

Às vezes tenho delírios de me ver por dentro, ou estar por dentro das peles que envolvem as pessoas. Como se pudesse com isso entender e descobrir coisas só de quem está por dentro da pele. Ver com um olho por dentro de alguém.

Tenho delírios, como toda alma que guarda um pouco de sanidade dentro de si. 

Analise a análise.

Ela vira para mim e quer saber de mim, quer saber de mim. Aí eu falo dele e parece que na minha boca ele presta, mas não, ele não presta.

É que com ela eu preciso falar de mim e o que vai de ruim em mim e aí parece que foi por causa de mim que não funcionou, mas foi não, foi não.

Eu sei.

E não é que eu não tenha dado mole, falado bobagem, mas a verdade é até ele sabe que foi ele quem não teve coragem de continuar porque para continuar, precisava mudar, sangrar a carne e tudo dói. Tudo dói. Joelho ralado e coração partido. Tudo dói.

É divertido, no final de tudo, tudo isso serve para que eu me cuide, para que eu aprenda a falar, para que eu seja mais que eu sou mesmo, aqui dentro. 

quarta-feira, julho 05, 2023

terça-feira, julho 04, 2023

segunda-feira, julho 03, 2023

Danosa Pirracenta.

Esse é o melhor nome de pessoa planta que eu poderia ter na vida. Sempre quis ser chamada de pirracenta na vida, finalmente consegui.

sexta-feira, junho 30, 2023

Afeto.

Sabe quando você começa a chorar ali, do nada e a pessoa não sabe o que fazer e finge que não está vendo?

Pois é, foi assim que eu tive a certeza que a gente se perdeu e vai demorar muito para se encontrar. Vai demorar um tempo que a gente não quer mais perder nem ganhar. A gente simplesmente não quer mais. A gente quer a coisa mais fácil e aí a gente vai partir para outra.

Eu só posso querer se a pessoa quer e se ela quer mas não quer, o que eu faço?

Nada.

Nada.

Nada.

Eu às vezes penso "será que vacilei, falei algo que magoou?" e eu respondo "falei sim, magoei sim". Óbvio, porque sou feita de carne, eu erro. Mas não é isso. É não ser procurada para ser confrontada, ser ouvida, ser contrariada que me incomoda. Se a pessoa não vem até tu para te dizer "não gostei" é porque ela realmente não se importa.

Aí os românticos e cristãos podem dizer

às vezes ela não sabe dizer

Quem não sabe, aprende. Não dá para ficar passando a mão pela cabeça de gente adulta a vida toda, vocês não acham? Oxe, rapaz. Esse papo me cansa. Não sabe, aprende. Não é fácil, mas acordar de manhã cedo não é fácil também e (quase) todo mundo acorda.

E porque esperar que sempre as mulheres negras façam esse trabalho estressante e cansativo de arrumar as coisas, chamar para conversar, fazer acontecer, resolver?

Que nada.

Que nada.

Abandonem-me (se for para fazer o trabalho das outras pessoas, podem me abandonar mesmo).

Americanah, Chimamanda Ngozi Adichie.

 


Não sei se todo mundo sabe, mas eu li todos os livros de Chimamanda e fiquei empacada para ler esse simplesmente porque estava cansada da narrativa (faço cara feia para essa palavra, mas aqui ela cabe, viu?) de imigração para os EUA como uma espécie de obsessão de muitas protagonistas de seus livros. Aí me recusei a ler Americanah, sim. Fui ler Chigozie Obioma, fui ler Nicole Dennis-Ben, Léonora Milano. Nem gostei de todos, mas fui lá ler. E aí, eu disse: posso ler, mas não vou comprar. 

Aí peguei emprestado e terminei de ler ontem. É uma história de amor e eu gosto de muita coisa, mas ao mesmo tempo, não acho que esse é o melhor livro dela. Meio Sol Amarelo ou, talvez, Hibisco Roxo seja o que eu mais gosto. Eu não sei, na verdade, porque em todos essa coisa de imigrar está muito presente no texto e eu não tenho vontade de saber só como é a vida da classe média nigeriana. Eu gostaria mais de saber das pessoas que nem pensam em imigrar como uma possibilidade.

Existe vida sem imigrar para os Estados Unidos na Nigéria, tenho certeza, mas esse não é um interesse literário de Chimamanda. 

Uma coisa que eu não entendo é porque as pessoas escrevem histórias de 500 páginas e começam praticamente um novo romance ali pela página 400, coisa que não vai dar para desenvolver direito os personagens e aí simplesmente sai atropelando todo mundo nas últimas 100 páginas. Você pode me dizer que era para ser assim, não era para desenvolver mais nada ali naquelas páginas, mas eu desconfio que a pessoa cansa de escrever porque e ela só está preocupada em dar um fim ao livro, do jeito mais tradicional possível, o tal do felizes para sempre. 

O livro é bonito, eu recomendo demais a leitura. Gostei de pensar em Ifemelu porque ela me lembrava uma amiga especial: quando eu lia, eu a imaginava vivendo a vida de Ifemelu o tempo todo. E nem era porque elas se parecem na história, é só porque na minha cabeça eu associei as duas e já foi. 

Leiam livros, gente. Faz bem para a saúde mental. Eu recomendo. Aí vocês vão poder falar mal de um monte, mas também se assombrarem quando encontrarem um realmente incrível como Minha casa é onde estou, de Igiaba Scego ou Becos da Memória, de Conceição Evaristo.


Chimamanda Adichie

A rosa mais vermelha desabrocha: o amor nos tempos do capitalismo tardio ou porque as pessoas se apaixonam raramente hoje em dia, Liv Stromquist.


O que dizer? Amei, tanto que comprei o livro e dei de presente para um homem que tem minha paixão nos dias atuais e tenho certeza que nunca me arrependerei disso. 
Jamais se arrepender das coisas que fiz quando deixei o amor transbordar é um lema que vou carregar para sempre comigo. 
Em vários momentos tirei fotos de vários dos quadrinhos e pensei em postar num status de rede social, mas logo depois apagava, porque parecia fazer sentido só para mim, que li o livro todo. 
A mensagem que ficou para mim e que já fazia todo o sentido antes de ler esse livro é:
SE VOCÊ QUER EXPLICAR O AMOR, VOCÊ VAI SE COMPLICAR. SE VOCÊ QUISER CONTROLAR O AMOR, VOCÊ NÃO VAI SE APAIXONAR. SE VOCÊ NÃO QUER SOFRER E QUER AMAR, VOCÊ VAI SE ENGANAR.

Acho que até consigo criar uma minireligião com essas palavras.


Liv Stromquist
 

I'm A Star, Chrisette Michele.

Um tocador me acordou com essa música e eu demorei a levantar. Eu não entendi que era o despertador, essa música faz parte de um tempo da minha vida e eu simplesmente achei que era a versão de uma cantora nova para uma música, mas não é. Preciso pesquisar mais, mas a melodia e a voz me confortaram tanto que eu tou desconfiada que eu vivo outras vidas, porque não lembro nem a pau de onde é que veio essa sensação.

Não me pergunte detalhes sobre isso. 2010, eu pesquisava músicas novas e achei Lizz Wright, Janelle Monae e Stelle. Ah, e Iyeoka (que quase não ouço mais por causa daquele homem de 1,90 que fez meu coração sangrar).

É diferente. Os cds de Laurin Hill, os dois solos, eu consigo lembrar direitinho o que estava fazendo quando os ouvia sem parar. Mr. Intentional, por exemplo: passei os dias que antecederam minha viagem para Serrinha, a cidade onde fiz a graduação, ouvindo esse cd e arrumando minhas coisas para levar embora junto com a minha mãe. Há uma foto, sim, uma foto impressa, eu de costas, cabelo quase raspado, camiseta grande, no meio da casa, eu sei que foi dessa época. Não dá para ver nada, mas a foto tem um som e é Laurin Hill. 

Os cds de Daniel Caesar, Alicia Keys, Joss Stone, eu lembro. Mas Chrisette Michele? Não me apertem.

Espero que daqui a dez anos eu ainda lembre de Madison Ryann Ward, uma cantora que entrou na minha vida depois que assisti uma entrevista com Jay-Z. Vou ter como lembrar? Não mesmo.

quarta-feira, junho 28, 2023

Obrigada por nada.

Minha amiga me disse assim

pare de me agradecer por te ouvir, oxe, aprendeu isso onde

E eu falei que ela tinha toda a razão. Eu ia dizer que aprendi em São Paulo, onde as pessoas dão bom dia mas não se importam com você, mas isso não é São Paulo, é toda cidade grande que a gente vive. É difícil viver em cidade grande e confiar em tanta gente que passa na sua frente. Eu tive uma colega de faculdade que estudava isso, as afeições e como elas apareciam na cidade grande. Eu achava poético mas também cansativo e resolvi voltar para o interior, onde meu amigo me grita na porta e aparece sem pedir para tomar a cerveja que eu nunca tenho. 

A gente às vezes estão tão desacostumada com amor que a gente agradece tudo, como se pedindo por favor para a pessoa não nos abandonar na primeira esquina. Eu estou aqui pensando justamente sobre isso esses dias.

Sobre dar amor e cuidado e não receber em troca e achar que tudo bem. Não está bem.

Tá bom

Não está bom. Se você não está confortável com a forma que as pessoas te demonstram o amor que elas sentem, não está bom. Se você se sente desprestigiada, desvalorizada, se você não se sente ouvida, acarinhada, não está bom. Se a pessoa se acha no direito de não ter responsabilidade pela amizade que construiu com você, não é mais o que ela faz, mas o que você permite que ela faça. Eu tou assim, olhando para coisas que se repetem e que eu realmente não quero mais. Eu sempre pensei e falei isso, mas agora, é de verdade.

E tou achando que não está bom para mim, não. Aí saí largando coisas e pessoas pelo caminho mesmo. Que nada, isso de que a gente tem uma missão a cumprir e tem que dar conta de tudo, resolver tudo, fazer tudo certo, não soltar a mão de ninguém, oxe. Eu solto sim, eu paro o que está me incomodando, sim. Não dá para continuar 

Me dei conta que, por ter me doado muito e recebido pouco, qualquer coisa era demais e eu nem estava mais sentindo que algumas coisas não me faziam bem. Fiquei abismada quando percebi 

Preciso mudar também?

Óbvio, porque o inferno não são os outros e eu quero viver bem. Bem estar, bem viver. Aí quero mudar, sim. Centrar em mim, olhar para dentro para conseguir me conectar com gente que levanta e vem ajudar a fazer comida, com gente que vem e traz presente ou que me canta uma música no meio da festa.  

Mas centrar em mim e olhar para dentro não é deixar de ver as pessoas ao redor, não. Uma coisa nunca vai excluir a outra, porque ubuntu é isso. Eu centro em mim para saber o que eu preciso e poder me doar para quem eu amo (mas também para descobrir quem é que me ama também).

Os outros.


 

Aeroporto: Área Restrita, TP1.


 

The company men.


 

domingo, junho 25, 2023

sábado, junho 24, 2023

quarta-feira, junho 21, 2023

terça-feira, junho 20, 2023

Homens, mulheres, pessoas.

Um amigo diz que os homens não estão acostumados a viver na situação atual, com mulheres trabalhando e eles não sendo mais provedores. Tenho vontade de dizer que homens negros no Brasil nem sempre foram provedores, isso é invencionice de homem branco, do machismo branco e o que eu acho é que homem negro no máximo sonhou com prover, mas prover real, acho que nunca foi uma coisa que funcionou de verdade.

Eu fico pensando, oxe, mas eu acostumei tão rápido a trabalhar fora de casa, como é que homens demoram tanto tempo para aprender a esfregar um chão? Não entendo.

Yara.


 

Tchau, apps.

Vi Fleabag e li A rosa mais vermelha desabrocha e senti vontade de sair dos aplicativos de relacionamento. É isso. Acabou. Foi bom enquanto durou. Quero saber o sabor das esquinas do amor. Da paixão por quem não se pode. Da vida que pulsa perto e o tempo todo por aqui mesmo.

Aquela carinha de Fleabag para mim me encorajou a sair desse limbo.

Vai demorar, vai levar tempo, mas vou ficar inteira e integral, como eu quero me sentir a maior parte do tempo da minha vida. 

segunda-feira, junho 19, 2023

Apaixonar-se.

Eu disse a ele assim

Eu não vou me apaixonar por você não, já prometi a mim mesma

Mas quer saber de uma? Estou bem feliz por me apaixonar (sim, eu menti, já estou apaixonadinha desde dezembro) assim, sem roteiro, sem vergonha, sem medo, sem regra, sem sentido. É assim mesmo que eu gosto. 

Eu estou bem feliz, mesmo que não pareça. Ele é incrivelmente interessante, fofo, inteligente, educado, lindo, interessante, fofo, inteligente (estou me repetindo?). E pode ter todos os problemas, mas minha paixão não está me deixando ver nada, não.

Eu sei que ele também se deixaria apaixonar por mim se eu morasse a menos de 24 horas de moto de distância. Então, está tudo bem. 

Vou curtir a paixão até ela acabar, vou gastar bem. Por agora, ainda tenho o coração cheio de esperança, mesmo tendo ouvido um "não dá". Entenda, um "não dá" não é um "não quero". Ainda tenho chances de convencê-lo a fazer uma grande bobagem que é aceitar uma paixão à distância. 

Quem sabe ele pode se convencer que o cerrado e o mangue tem tudo a ver e aceite a paixão em pequenas doses no feriado? 


sexta-feira, junho 16, 2023

É o fluxo.

Procurando coisas com gente preta para ver.

quinta-feira, junho 15, 2023

Rede Ibeji de Pesquisadoras Negras em Infâncias: Lançamento!


Eu estava tão feliz e empolgada e acho que deu para notar na hora. 

segunda-feira, junho 12, 2023

domingo, junho 11, 2023

Hustle.


 

Melhor frase do filme?

Não importa a atitude depois de fazer uma cesta, importa mais a atitude depois que você perde uma

Rapaz, isso é bem verdade. Quem me vê fazendo curva hoje na moto e fazendo meia-embreagem com coragem para tirar o pé do freio e pôr no acelerador, não viu que canseira foi conseguir.

Às vezes, nem eu acredito que não desisto.

sábado, junho 10, 2023

sexta-feira, junho 09, 2023

O nome dela é Gessica, Galo de Luta falou para mim.

Ouvi o podcast Mano a Mano com Galo de Luta e Chavoso da USP e me apaixonei por Gessica Barbosa, companheira de Galo. Ele falou dela algumas vezes durante o podcast e já fui procurar quem era. Como não se apaixonar por uma mulher como ela?

Li essa matéria e vi o vídeo que está nela e não pude deixar de me emocionar. Fico pensando no quanto as mulheres negras carregam o mundo e as dores do mundo. 

E no quanto a gente sofre quando diz que não vai e não quer e não aceita carregar. Para muitas pessoas, dizer não dói tanto quanto ou mais que carregar. São as tais das escolhas. Eu não julgo, porque sei que as duas coisas doem muito. A gente é quem sabe o que deve escolher para continuar. 

Fernandinho Beira-Mar, Danúbia Rangel, Tim Lopes e Marcinho VP.

 Me pergunte se eu gosto de assistir essas coisas.






Gêmeas Trans.


Aí quando você vai conhecer a história, você vê um avô negro (avô de consideração, casado com uma avó negra que teve uma filha negra, que casou com um homem branco) que vendeu uma casa para pagar a cirurgia das netas que daqui de onde eu vejo, não parecem que querem ser negras.

Essa é a história do Brasil real, com todas as nossas dores e pesos.  

 

El Jeremias.


 

terça-feira, junho 06, 2023

segunda-feira, junho 05, 2023

Procrastinar.

Eu acho a palavra procrastinar engraçada demais. Demais. 

Acabei de terminar de fazer uma coisa que era para fazer na sexta-feira. Uma coisa de trabalho, gravar um áudio de dois minutos e meio numa outra língua. Aí tinha de escrever, traduzir, ler, gravar. Mínimo de 20 minutos para fazer tudo. Eu não fiz na sexta porque procrastinei?

Não, foi porque não lembrei.

Sábado e domingo? Eu não trabalho. E hoje só lembrei agora. Terminei o filme, a série, sentei no computador, fiz e mandei. 

Sou daquelas que adoro fazer coisas miúdas logo e sinto um prazer enorme de lembrar de fazer e fazer logo. aquela coisa de uma coisa a menos é mais gostosa de eu ainda preciso fazer isso. Por isso que procrastinação não é muito o meu forte. Aí eu ouvi na meditação que as pessoas procrastinam porque tem medo do fracasso.

Eu realmente não falo essa língua.

Carta para mim mesma.

Olha o que eu escrevi para mim mesma um mês atrás:

Firme e forte, Míghian. Não se esqueça: você é a pessoa que mais te ama no mundo e que mais te quer bem. As outras pessoas vão ver isso e te amar também. Ou não. Mas tudo bem, porque você já estará se amando muito se isso acontecer.

Te amo,
Míghian do Passado

Eu realmente sou demais, gente. Tenho tanto orgulho de mim que não caibo em mim. Ao mesmo tempo, sempre estou interessada em saber se tem coisa em mim que eu escondo de mim mesma. Tenho uma profunda paixão por saber o que eu não quero saber.
Difícil, né? Mas é assim mesmo, gosto demais desses desafios.

domingo, junho 04, 2023

Especismo.

Eu vou escrever aqui coisas que penso a partir de coisas que eu leio, mas não fiz nenhuma pesquisa aprofundada. É que me incomoda deveras esse papo de proteger a natureza porque a gente precisa continuar vivendo. Eu me pergunto: porque a gente, homo sapiens sapiens, precisa continuar vivendo?

Eu realmente não entendo. E se a gente tiver mesmo que acabar, o que é que tem demais? Querer que a gente viva para sempre não é uma louvação desenfreada à humanidade, uma raça de coisa que destruiu tanto esse tal planeta que a gente vive?

Eu acho graça porque todo mundo que fala em proteger o meio ambiente não lembra que, para guardar a comida, todo mundo esburacou o mundo para fazer a geladeira que tem em casa. A gente pessoa não tem como viver no mundo e não destruir, então porque a gente não pode simplesmente desaparecer quando chegar a nossa vez?

Se a gente é a única espécie que acaba o mundo que está ao nosso redor, porque é mesmo que a gente tem de prolongar a nossa vida na terra?

Se me disserem que a gente tem de proteger para que outras espécies possam viver mais, eu acho que faz mais sentido. Se me disserem que a gente tem de proteger para viver melhor o resto de vida que a gente ainda tem na terra, faz mais sentido também. Bem estar, bem viver, faz sentido. Mas não tenho nenhum apreço pelo futuro de uma humanidade que não está nem aí para os demais seres vivos da terra. 

Ao dizer isso, não é que eu vou jogar lixo no mar, por exemplo. E nem vou ter 10 calças jeans, por exemplo. É só que eu acho que os argumentos que essas pessoas usam não me comovem. Só isso. Elas são hipócritas, pedindo pelo meio ambiente e pensando nas filhas e netas delas. Quanto egoísmo e quanta falta de noção. Eu chego a me contorcer de ódio com esses argumentos. Não, não tenho filhos. Talvez por isso, consiga ser mais lúcida. Porque eu estou gente com crias fazendo e falando tanto absurdo que eu chego a ser grata por ter feito essa opção e poder continuar aqui do meu canto falando o que eu penso sem o rabo preso que a maternidade traz. 

Eu nem sabia que não ser mãe e não ser casada ia me trazer tanta liberdade como eu sinto agora. 

Reduzir os danos que a gente faz à natureza é importante, mas é importante que a gente entenda que é isso mesmo, redução, porque acabar com o dano é impossível neste modelo de mundo que a gente tem hoje. Não mesmo. 

sexta-feira, junho 02, 2023

Progressão.

Progredir é não desistir. Não é chegar em lugar nenhum além do presente, de viver o que estamos vivendo, de continuar. Já é muito estar aqui, inteira, presente, o que mais vocês querem da gente, querem nosso sangue, corpo?

Só no fim. E o fim não existe. Só existe o que eu posso tocar, gente. A garrafa de água, um livro e essas teclas que bato aqui. Ah, e o barulho das folhas lá fora, me chamando para as catarem. Diga que é minha mentira.