Você que me lê, me ajuda a nascer.

quarta-feira, setembro 30, 2020

terça-feira, setembro 29, 2020

domingo, setembro 27, 2020

Mulheres de luta: as mães de ingênuos por força da Lei do Ventre Livre, por Lucimar Felisberto.

É massa demais ler coisas como essas.

Lendo os anúncios de jornais que circulavam nas décadas finais do Oitocentos, observamos vários que notificam casos de “fugitivas” acompanhadas por seus filhos escravizados, libertos, livres ou ingênuos. Conforme o anunciado no Jornal do Commercio em 3 de abril de 1885:

“100$000 – Que se dá de gratificação a quem apreender e levar à fazenda de Boa vista, de propriedade de Francisco da Silva Vieira Pirahy, na estação de Capivari da Estrada de ferro da Leopoldina, a escrava de nome Maria Rufina, cor preta, alta e magra, rosto comprido e bexiguenta; pés pequenos, que embarcando na estação do Recreio com destino à Corte fugiu no dia 07 do corrente, levando consigo seu filho ingênuo de nome Manoel”.

Diante dos últimos limites impostos pela escravidão, Maria Rufina utilizava a fuga como uma das estratégias de resistência, sem abrir mão da companhia de seu rebento. Tudo leva a crer que a experiência de luta pela liberdade era compartilhada com inúmeras outras mães, impactadas pelos efeitos sociais da lei. Muitas mulheres escravizadas foram detidas e encaminhadas à Casa de Detenção da Corte, sendo matriculadas nos livros por fugirem ou por suspeita de fuga.



Sorry to bother you.


 

Memórias Afro-atlânticas.


 

Deus é mulher e seu nome é Petúnia.


 

25º Mostra de Cinema É tudo verdade, 2020.

Volkswagen – Operários na Alemanha e no Brasil (Jorge Bodanzky e Wolf Gauer, Alemanha e Brasil, 1974, 28 minutos). Vem aqui e vê logo, não se acha nada em outro lugar. 


Gims: on the record.


 

Chappie.


 

quinta-feira, setembro 24, 2020

As duas irenes.


 

O cinema é uma coisa mesmo.

Afro-Sampas.

 É tanta coisa ao mesmo tempo.



Sem asas.

 Lindo. Aqui.



terça-feira, setembro 22, 2020

Paterson.


 Que filme lindo. Lindo.

Devagar (nem sempre).

Meu corpo me diz pelo estômago e cabeça que algo não vai bem. As costas doem, a tensão se instala. Eu preciso parar. 

Aí, eu paro. Mas a cabeça não para. O corpo se retorce, eu peço paciência. Há muita coisa fora de mim que não está dentro e eu sofro. Por isso, dói. 

Flint Town, T1, EP1.


 

Vem aqui.

A vida é paz, a gente procura é confusão. Essa sou eu, escorpiana com ascendente em áries mesmo quando não quero ser. Caçando confusão quando na sua cama está deitado o amor e a tranquilidade.

E ele me fala:

Faz tempo que você não escreve

Ou diz:

Seu brinco combinou com sua roupa

Ou então: 

Sinto saudade do seu cabelo

E eu ainda preciso explicar porque é que eu não escrevo como antes aqui? Está tudo bem, tão paz. Silêncios, abraços e tá tudo bem. 

Noturno 150, Heavy Baile.


Aproveita e vê esse também




 

domingo, setembro 20, 2020

Tenpo Ki Bai, Mayra Andrade e Helio Batalha.


 Quando alguém te manda uma música dessa de presente, tenha certeza, ela sente saudade de ti.

sexta-feira, setembro 18, 2020

quinta-feira, setembro 17, 2020

O dilema das redes.






 Qwant é vida. Nunca me senti tão bem com a frase "não há resultados disponíveis".

E sim, sou viciada em email.

quarta-feira, setembro 16, 2020

domingo, setembro 13, 2020

O público.


Que filme maravilhoso.

 

quinta-feira, setembro 10, 2020

Cansaço.

Tem dias que eu estou tão cansada que eu não quero nada.

Aliás, quero.

Colo, aconchego, doçura, deleite.

Mas, onde? Pode ser em muitos lugares, mas você sabe o que está procurando.

Só não quer dizer para si mesma nem quer ter certeza que achou. A vida é toda errada.


A chance de Fahim.


 

terça-feira, setembro 08, 2020

Bebê do Futuro.




 

As ilusões da representatividade: o antirracismo de mercado, Jones Manuel.


 Foi, um amigo veio aqui, assistiu a entrevista de Caetano Veloso e eu ouvi-o falando sobre Jones Manuel. Fui conferir e já sei que eu irei assistir muita coisa desse moço. Logo eu, tão chata para gostar de algo.





Cowspiracy: o segredo da sustentabilidade.


 

segunda-feira, setembro 07, 2020

É você?

Como a gente vai saber quando é para ser?

Eu nunca sei, sou uma medrosa. Eu sei quando amo, quando quero, eu me entrego. Só que não quer dizer que eu saiba quando é para ser.

Ele diz tantas coisas e eu não sei se é nem não é. Ele sente, eu sinto, eu acredito, mas entre ele sentir e conseguir fazer com que aconteça o que ele quer há um abismo enorme e não quero que meu coração caia lá dentro.  

Eu quero tentar, mais uma vez com você. Acho que nunca conheci o amor na vida antes de você ter chegado nela

E ele continua noite adentro, tentando ser mais feliz, tentando animar a vida, sonhar sonhos de futuro e me incluir neles. Eu, reticente. Eu, medrosa. Eu, calejada. 

Socorro, eu estou sentindo tudo.

Glow up, T1, EP3.


 

Blood and water.


 

Beleza tóxica.


 

domingo, setembro 06, 2020

sábado, setembro 05, 2020

sexta-feira, setembro 04, 2020

O plano perfeito 2.


 

Ruby, de Cinthia Bond.

Ruby é para as pessoas fortes. Eu não sabia disso até entrar lá pela página 100. Até ali, ainda achei, opa, é só um pouquinho, vou aguentar. Tem tanta beleza nas descrições, em todas elas, nas dores e nas delícias que eu pensei, tenho de atravessar isso, ainda que me atravesse. Mas ai, dói, dói muito. 

Ao mesmo tempo, Ruby foi o livro que me fez chorar de emoção e não de dor, coisa que eu não sinto há muito muito muito tempo com um livro. Como explicar? Só sei que um dia, deitada na rede, fim de noite, desabei. 

A história é sobre Ruby Bell, menina negra de uma pequena cidade no Sul dos EUA que precisa conviver com a vida que tem e com mais vidas que a ela foram designadas, vidas daqui e de outros mundos que a acompanham porque ela tem esse poder de ouvir e entender, virar água e árvore. O livro fala da infância de Ruby e também da sua adultez, com idas e vindas e histórias pelo meio que nos fazem entender quem é Ruby.

Ephram é o rapaz que sempre esteve na vida de Ruby e conta para ela de um amor que ela nunca conheceu e não acredita, mas que tem o poder de curar.

Naquela primeira noite de chuva, depois que a porta tinha sido limpa, ela estava de pé, confusa, sem saber o que fazer, quando Ephram dissera: "Ruby, você tem que saber que eu sou ligado ao casamento. Quero tratar você como a dama que você é até esse dia chegar e oferecer essa glória para a gente".

Ela fora obrigada a dar de ombros, enfadada, para evitar que ele visse a gratidão em seus olhos.

Manhãs deram lugar a tardes, com Ruby bebendo café e comendo ovos mexidos e torrada  com geleia de framboesa que Ephram preparava, depois observando-o enquanto ele pegava o ônibus vermelho para ir ao Piggly Wiggly, em Newton. Todo o dia Ruby parava e olhava o mundo que aquele homem construíra para ela. Frutas repousavam  em uma tigela na mesa. Havia pratos limpos com flores azuis, jogos americanos que combinavam com a louça, guardanapos e talheres de verdade (p. 241).

[...]

Nesse momento, Ruby se lembrou dos pés de galinha contornando os olhos marrons de Ephram. O modo de andar dele, tão suave e tranquilo quanto o lago Marion. Pensou no sorriso dele e no jeito como os cantos da boca se curvaram para aceitar a expressão. Pensou no coração de Ephram e no jeito como ele a amara. Como a enxergara. Como a ajudara a enxergar seu próprio valor. Seu tesouro. Ela nunca tinha sido a puta dele. E nunca seria. Nem que eles passassem mil anos sem se ver. Ela sempre seria amada (p. 280).

Tem dor, tem amor, uma mistura só, não sei se saberia separar. Não acredito que há saída. Não acredito que precisamos sofrer para aprender nada na vida, mas também não acho que essas coisas estão diretamente relacionadas. Sofrer, amar, aprender, são como frutas de árvores diferentes que vez por outra você acabará provando, ainda que por fome, falta de escolha, precisão (ou enganada mesmo).

Cinthia Bond

O amanhã não está à venda, Ailton Krenak.

 O título diz tudo, mas leia. 


quinta-feira, setembro 03, 2020

O que é menstruação?

Eu tinha nove anos, eu acho. A professora perguntou o que era menstruação numa prova. Eu não lembro dela ter explicado isso na sala. Não mesmo. 

Lembro-me que eu nunca deixava as respostas em branco. Em casa, tenho um livro com atividades minhas encadernadas de quando eu tinha 6 anos. Sim, 1986. Há várias atividades minhas lá, minha letrinha miúda, respondendo a tudo. É lá que eu encontro a resposta para o coletivo de flores.

Bouquet

Sim, assim mesmo. Em francês, escrito corretamente. Nunca tinha ouvido falar em ramalhete. A coisa que eu devo ter pensado na hora é: coletivo é sempre mais de um, onde foi que eu vi um monte de flor junto? Ah, bouquet.

Faz sentido? Faz todo sentido, mas a professora não considerou. Nem um décimo, mesmo acertando no francês. 

Eu lembro disso, como lembro também da professora que revisou minha resposta sobre a menstruação. Eu nunca tinha ouvido falar de menstruação de outro jeito a não ser aquele que minha mãe me contou. Então, escrevi:

Todo mês, o útero prepara uma casinha para abrigar um bebê. Ela é feita de sangue e esse sangue vai nutrir o bebê para ele crescer forte e saudável. Quando o bebê não vem, a casinha se desfaz e esse sangue escorre pela vagina e aí tem a menstruação

Valia cinco. A professora me deu cinco. Eu nunca vou esquecer disso na vida. Ela considerou que estava correto, ainda que eu não tivesse usado os termos técnicos, termos esses que eu não me lembro dela ter falado na aula. Aliás, o que é mentruação se não a casinha que o útero faz para abrigar o bebê?

Até hoje, para mim, é a melhor explicação do mundo.

quarta-feira, setembro 02, 2020

Exu foi passear.

Que saudade das crianças. Das coisas que elas falam. Do que elas não falam. Quando elas não falam nada, quando ficam em silêncio, naquela horas em que as pessoas adultas querem que elas falem. Elas ficam em silêncio. 

Eu sempre acho esse momento tão fantástico. A cara que elas fazem para gente é de uma força indescritível, ensina tanto. Uma cara de silêncio. Uma cara de não. Ah, que a gente faça mais silêncios e fale mais quando sente vontade. Que a gente possa fazer isso mais e mais, que a gente aproveite quando pode para aguentar os dias que não pode e tem que falar e falar.

Aí ontem uma amiga me disse:

Essa você vai gostar de saber. Ontem na hora que ela foi ali com o pai ela disse assim "vou levar Exu para passear"

Exu é o livro que escrevi faz uns dois anos e ela está lendo devagarzinho.

Que saudade das crianças.

Dating Around.


 

terça-feira, setembro 01, 2020

Mariele, o documentário.



Linda. 
Minha palavra é palavra de mulher, mas vale. Não é só a palavra de homem que vai valer aqui não

Back with the ex.


 

Ad Astra: Rumo às estrelas.