Que tonta que eu sou.
Vivo repetindo para mim e para outras pessoas que não estou apaixonada, não. Mas o que será esse desequilíbrio, esse desespero. Raiva, amor, amor, raiva, zanga, raiva. O que é isso senão também paixão? Parte eu, parte aquilo que não posso controlar, é isso, está acontecendo.
Eu apaixonada sou assim e quero dizer que não. Porque?
Porque não quero deixar de ter o controle, ainda mais com alguém que me provoca, me desafia, me faz olhar para dentro. EU NÃO QUERO OLHAR PARA MIM, ainda mais se for alguém que estiver me provocando. Eu quero fazer isso só quando eu quiser, quando eu mesma escolher, me larga.
Eu estou apaixonada sim e dizer que não é o que eu faço. Como?
Dizendo que sou alegre e leve e quase perfeita, botando o peso todo para um lado só, querendo fazer o que eu quero mas não querendo que ninguém faça nada que eu não queira, me retando e fechando a cara com bobagem e me retando e fechando a cara quando alguém se reta e fecha a cara com bobagem.
Apaixonada sim eu não dizer é que eu estou. Quando?
Você encontra alguém parecido com você, que se dói por uma palavra ou uma risada escrita numa mensagem de texto de um aplicativo do inferno e não gosta. Você quer dengo e carinho só do seu jeito e não aprende a entender como é o jeito que o outro diz que gosta, mandando caretas em fotos malfeitas lá de longe para você que está na terra do sol sozinha. Você encontra alguém que te lembra como você pode ser insuportável e diz não. No tempo real ou virtual, na real nessas horas parece que eu fiquei velha mas não aprendi nada.