Você que me lê, me ajuda a nascer.

quarta-feira, fevereiro 28, 2018

Vestido.

Cheguei em casa e uma encomenda me esperava. Eu já sabia dela, mas era para mim como aquelas surpresas que você não quer lembrar para não ansiar, guardei a informação num lugar escondido para que quando visse o pacote a surpresa voltasse, vontade de abrir rápido e coração animado, como será, de que tamanho, será que vai servir?

Eu fiz um amigo especial nos meses em que passei no Porto. Dividimos a casa e alguns dos nossos problemas como estrangeiros em Portugal. Ele também cozinhou para mim certa vez e adorava pão quente de uma padaria perto. 

Ele me pediu minhas medidas e disse que me mandaria um vestido direto de Moçambique assim que voltasse de lá para Portugal. Assim fez. Incluiu no presente pedir a uma brasileira de volta ao Brasil que me mandasse assim que aqui chegasse. E assim ela fez. 

Vesti o vestido assim que abri o pacote, frenética. O tecido era lindo e o modelo era do jeito que eu havia encomendado. Quando me olhei no espelho, lágrimas me vieram aos olhos. Não sei explicar, mas vou tentar. 

Olhei-me no espelho e me vi menina, de pé no chão e vestido rodado. Me vi em Moçambique, milhares de anos atrás, mas ainda hoje, se lá estivesse. Aquele vestido conectou-me com o que de mim às vezes perco, quando tenho de fazer o que não quero ou quando me mandam fazer o que não devo, quando preciso calar quando deveria gritar, me fez de novo só uma menina de vestido com pé no chão, pé na terra, indo comprar pães na venda ao lado de casa, demorando-me ao conversar com a vizinha ou olhando formigas andando em fila levando folhas à frente de casa.

Chorei, fiquei emocionada. Não entendi direito, mas assim me senti. E, só por isso, tudo que Aurélio (e Marília!!) fez para que esse vestido chegasse até mim já valeu a pena. Sim, sou mesmo a menina mais feliz do mundo.

Passei horas a rodar em casa com o vestido e os pés no chão, até que fui à venda como uma pequena rainha e as pessoas me olharam a estranhar, um vestido tão lindo e eu ali, de pé no chão indo comprar umas batatas com ele, como assim? Não sei, não precisei explicar. Só queria prolongar o tempo em que fui eu mesma, vestindo algo que fazia minha identidade e humanidade saltar aos olhos das pessoas.

Sim, era assim que eu me sentia. Uma pessoa. Rainha, menina, de pé no chão.




terça-feira, fevereiro 27, 2018

segunda-feira, fevereiro 26, 2018

sábado, fevereiro 24, 2018

Algumas pessoas.

Tem gentes e gentes.
Há gentes que querem respostas, depois acalmam o coração (essas sou eu).
Há gentes que vivem a vida e não se ocupam com isso de responder nada, vão sentindo e vivendo, deixando as coisas acontecerem (essas seriam aquelas que eu queria ser).

Há gentes que te tem por inteiro com tão pouco.
Há gentes que se esforçam e nem um fio de cabelo seu fica no corpo dela, nunca. 

Dá pra entender? 
Não. Mas, quem quer?

Tamborine.


quarta-feira, fevereiro 21, 2018

Ficar, ficando.

Sabe o dançar, dançando que Jorge Ben fala no começo da música "Os Alquimistas estão chegando?". É quase isso, é quase lá.

Que bom que eu aprendi que existem verbos que existem para não deixar o tempo passar.

segunda-feira, fevereiro 19, 2018

Eus.

Vendo fotos antigas, achei umas lindas. Umas saudades, umas eus. Umas umas.













Mapa astral (amostra grátis que bateu certo).

Quer uma amostra grátis de Míghian Danae? Pode ler, isso aí embaixo sou eu introdução:

Sol Em Escorpião, Ascendente Em Áries – Um Campo De Força

Força, intensidade e objetividade de desejos e quereres são a marca registrada do seu mapa, Míghian, graças à combinação dupla de Marte, por conta da associação do Sol em Escorpião com o ascendente em Áries. A sexualidade é forte, e os apetites e quereres particularmente exagerados.

Áries no ascendente tende a ser uma poderosa arma para quem é de Escorpião, pois garante à atmosfera algo de ingênuo e infantil que oculta o profundo poder e astúcia do seu lado escorpiano. Uma pessoa com esta combinação é dotada de grande poder realizador, sobretudo se aprender a cultivar um pouquinho de paciência.

Pra você, Míghian, é tudo ou nada. É preciso aprender a cultivar o caminho do meio, e aprender que nem tudo tem que ser "oito ou oitenta". Na verdade, o que ocorre é que você deseja sorver da vida até a última gota, e por isso mesmo não gosta de nada "mais ou menos". E, de certa forma, as coisas funcionam pra você desta maneira: atirando-se com tudo, sem medo de ser feliz ou de sofrer. Só precisa tomar cuidado com exageros e com o pecado da ira, pois tanto Escorpião quanto Áries são dois signos dados à raiva.

Você, Míghian, gosta de desafios e os procura. Entretanto, quando tudo está indo bem, sem problemas ou grandes crises, você pode se tornar uma pessoa incomodada, e tende a cavar encrenca até quando não precisa. Isso deriva de um lado seu que está tão acostumado a batalhas que, quando tudo está em paz, você estranha. Descarregar este excesso de energia agressiva em práticas esportivas ou artes marciais é mais do que recomendado, Míghian! E como você é uma pessoa muito orientada para desafios, procure dar uma especial atenção ao capítulo do seu mapa que fala sobre a posição de Marte, para você compreender melhor como funciona este seu impulso pelas aventuras.


Wanga, Angela Ferrão.


Indicação de José Roberto Barbosa.

sábado, fevereiro 17, 2018

quarta-feira, fevereiro 14, 2018

Leonel Garcia ft Jorge Drexler, Ella es.


De mi amor Don, nigerian-lisboeta. 

Dançando, dançando.

Eu danço sozinha com a música alta, eu não ligo para ser feliz a toda e qualquer hora.
Sou uma sortuda, a vida sempre me reserva surpresas ótimas.

a descer, a subir, a quicar e rebolar

Não tenho como reclamar, me lamentar, sabe? Sou muito feliz e sortuda. Mesmo, mesmo. Vejo pessoas reclamando da vida que levam, de tudo que passam, eu... não sei o que dizer, mas sou bem feliz, mesmo.

tu vai sentar, tu vai sentar devagar

Envolvimento, MC Loma.


Eu, como sempre, fico sabendo das melhores depois de todo mundo.


segunda-feira, fevereiro 12, 2018

Entenda.

E pra explicar a distância do quase 
é tipo ida e volta daqui até a Marte

Carnaval 2018 (sou filha de preto, mereço respeito).


Popa da Bunda (Elas gostam), Psirico e Attoxxa.


Música maravilhosa! Gente, orgulho de ser baiana demais.
Ah, e vê esse clipe aqui:



Orgulho mode on. Se inscrevam no canal Afrobapho. Ah, bom Carnaval 2018, sem Temer e sem reforma da previdência, Tuiuti.

domingo, fevereiro 11, 2018

Carnaval. Coração fica.

A gente balança no ritmo da música e o suor escorre no corpo. A gente roça, roça no moço bonito do lado subindo a ladeira do Curuzu e cantando sorrindo mostrando todos os dentes da boca, mas o que a gente queria era estar bem longe deitada no colo dele ouvindo seu peito ressonar um sono cansado de uma semana cheia de promessas e saudade.

A gente balança e roça, mas também queria que o coração ficasse tranquilo, como a mente quieta e a espinha ereta. 

A gente não consegue, mas não desanima. 

sexta-feira, fevereiro 09, 2018

É assim.

Se alguém me vir estudando, não vai acreditar. Eu posso parar no meio de um parágrafo, mandar um email e depois botar pra tocar:


Whitney é massa.

Isso acontece quase sempre. Sinto falta de música e ela vem soprando no ouvido, aí tenho de ouvir. Tem de ser na hora que a vontade vem, aí eu paro, escuto, escrevo aqui, volto pro parágrafo cheio de emoção, pra ler, escrever. A escrita sai melhor, mais bonita, com emoção. 

Quando eu estava escrevendo a tese tinha muito isso, hoje eu abro e não acredito que eu escrevi um monte de coisa que tem ali. Porque acho bonito, bonito mesmo. O jeito que escrevi, as coisas que eu falei. Acabei de ler o resumo de novo e fico pensando onde eu estava quando escrevi aquilo. Foi em Salvador, foi no Porto, foi em São Francisco? Não lembro mais, fiz muitos retoques, refiz tantas vezes.

Sinto saudade de Manela nesse exato momento. Ela tem uma cara desconfiada que só as grandes pesquisadoras tem. Uma cara de desconfiada sem parecer pedante. Só desconfia e está ali, só isso. E te provoca. Você vai pra casa cheia de ideias e com vontade de ter a mesma cara e de ter algo legal pra dizer pra ela quando a encontrar de novo. Pra ver a cara se desfazer, ou se fazer de novo, na sua frente. Uma emoção diferente e boba apareceu aqui. Eu sempre quis ter uma pessoa assim na minha vida acadêmica, encontrei. Não preciso de um monte delas, pra essa vida só Manela já deu conta me fazer entender que esses encontros são possíveis. Depois dela, já apareceram outros. Mas ela foi mesmo maravilhosa. 



quinta-feira, fevereiro 08, 2018

O amor.

Eu aceito amor.
Eu ofereço amor.

Eu não tenho medo do amor.
Eu não tenho vergonha de amar.

Eu não me preocupo em ser correspondida.
Eu me preocupo em ser entendida.

Eu sou feliz por amar e por sentir.
Eu não reclamo de às vezes chorar e sofrer.

Eu preciso aprender mais a viver junto.
E eu queria que fosse com você.


quarta-feira, fevereiro 07, 2018

Professoras negras importam!

No Texas, nos Estados Unidos, Leigh Bishop, professora do ensino fundamental, decidiu aparecer com o mesmo penteado que sua aluna, August, para mostrar a ela o quanto ela é linda, depois de ter elogiado seu penteado e visto a menina revirar os olhos, como quem não acredita. No dia seguinte, Leigh Bishop apareceu com o mesmo penteado, surpreendendo a garotinha. A foto abaixo simboliza a alegria de August, ao se ver e se reconhecer na professora, que disse no Facebook: "Qualquer chance de fazer um aluno se sentir completo e importante, eu aproveito. Eu realmente amei o cabelo dela".

Foi aqui que eu li.


terça-feira, fevereiro 06, 2018

segunda-feira, fevereiro 05, 2018

Tour pelo rosto dela, Gabi.



Eu me emocionei com esse vídeo. Não tem como não seguir atrás dela. Obrigada, Gabi. 

Tão eu.

Bagunçadamente depois de uma xícara de café (sem açúcar, por favor), eis que me encontro. 
Ao pé da ladeira, e rolando ainda, ladeira abaixo. Ainda tem ladeira pra rolar.
Quero parar mas, se o tempo não para, eu também não posso fazer isso?

Gosto de pensar no tempo. De acreditar que eu poderia brincar com ele. Controlar, não. Eu já sei que não. Eu já sei que não posso controlar o tempo (ou um monte de outras coisas, como meu humor ou se vou precisar me prevenir melhor de dores que chegam com alguma beleza) e nem como as pessoas se comportam. Eu já me perdoo por esperar controlar, eu já me perdoo por não querer controlar um monte de coisas.

Talvez o tempo pare. O tempo parou para coisas que eu não queria que ele parasse.
Faz muito tempo que eu não gosto de ninguém. Então, é assim, de todos estes textos que escrevo aqui, sobre apaixonar-se e estar gostando de alguém, a verdade é que por nenhum deles eu fiz muita coisa ou quis fazer mais. Eu me apaixonei sim, mas só até quando foi confortável para mim. Foi isso. E aí eu penso, que gostar, gostar mesmo, faz muito tempo.

De um tempo lá atrás, em que vi estrelas num céu de São Paulo e um príncipe me apareceu. 
E ele foi embora, eu fui atrás. Mas ele me disse não. E meu coração, embora, finja fazer mil viagens, fica batendo, parado, naquela estação.



A incrível história de Adaline.