Você que me lê, me ajuda a nascer.

quinta-feira, agosto 31, 2017

terça-feira, agosto 29, 2017

Casca de Baobá.

Bora ver.

Tem gentes que nunca figuraram nesses posts e me fazem tão feliz que nem dá pra contar o tanto de sorrisos que existem no mundo para oferecer para alguém que te faz feliz só por existir

segunda-feira, agosto 28, 2017

'Eu não tenho saúde pra isso'

Amigos são ótimos. Conhecem mais de você do que você mesmo e te salvam num domingo à noite. Assisti esse vídeo de Jout Jout - que não gosto muito - e achei divertidíssimo. 


Nota: Jout Jout não falou de quando os que fazem joguinho demoram de responder mensagens não apenas para demonstrar desinteresse mas também porque elaboram as respostas para parecerem desinteressados. Ah, e também esqueceu de falar de quem finge não fazer joguinho, que é ainda mais insano. 

domingo, agosto 27, 2017

sábado, agosto 26, 2017

sexta-feira, agosto 25, 2017

Sem eira, nem beira, nem figo de figueira

Sentido.

As coisas começam a fazer sentido e eu já fico em paz. Não sou de passar muito tempo com dor de dente. Não tomo remédio, mas arranco o dente. Arranco a dor.
E fim.

quinta-feira, agosto 24, 2017

É só isso.

Ando um pouco cansada. 
Parece que dizer que ama é mais importante que amar. 
Sabe ser e ter? 
Aparecer é mais importante. 
Eu só queria dormir junto, sentir a respiração, não quero botar nome pra isso, não quero que me mintam, não quero que finjam tudo bem, só quero que gostem de mim pelo menos um pouco como eu sou e o outro tanto pelo que poderei me tornar, junto com quem gosta de mim. 
Mas parece muito difícil e eu sempre me vejo começando de novo.
Não sei direito, estou confusa e cansada. Estou surpresa e acho que também um pouco triste.
Porque ofereço o meu amor e querem fotos, caras e bocas.
Não serve, não vale a pena.
Vou dormir pra esquecer e sonhar bestagens. 

Guerra fria.


Ligação.

Logo hoje que eu esqueci meu celular carregando em alguma tomada do universo, eu queria dizer a ele que eu aceito o amor que ele tem para me dar. Eu quero, eu aceito, eu gosto, eu respeito, eu estou perto, eu ouço, eu falo, eu falo, eu falo muito. 
O celular não está aqui mas minha vontade de dizer te quero bem atravessa essa cidade e vai parar num certo pé de ladeira numa cidade chamada São Salvador. Ele não está aqui e sei também que tem dúvidas se faz a coisa certa quando não se joga pro amor que nem sabe existir. Eu tenho medos, mas não tenho dúvidas: eu quero continuar a sentir o que sinto por ele, uma coisa que sinto mesmo quando não o vejo e nem falo com ele, mas todas as vezes em que o vejo, sem camisa ou arrumado, fazendo um jantar ou simplesmente sorrindo, me esperando em frente à farmácia perto de casa, segurando minha bolsa mas sem saber se pode pegar na minha mão. Esse sentir é mais sentido e eu me pergunto como é que eu consigo dormir sem ele, acordar sem ele, sorrir sem ele, como é que eu consigo.
Eu certamente consigo porque sei que ele existe e está lá, pensando em tudo que escrevi, lendo também, falando de mim ou pensando em mim, eu adoro cada coisa boba que ele diz, é simples como quando prefere meu cabelo como ele é sem ninguém perguntar mais nada. E ele repete que gosta, e ele diz linda, ele diz. 
Logo hoje que eu esqueci meu celular e eu queria dizer que

quarta-feira, agosto 23, 2017

segunda-feira, agosto 21, 2017

sexta-feira, agosto 18, 2017

Ousadia & Alegria.

'alto nível'
'brilhante'
'genial'

Mas o que define a defesa da tese é essa música aqui:


terça-feira, agosto 15, 2017

Lita Cerqueira.

Venha cá, porque é que quase ninguém que eu conheço conhece Lita? Rapaz, as fotos de crianças mais lindas que eu já vi na Bahia há quase 25 anos. Que onda.
Deliciem-se.





Revista e Cadernos Kawè.

Recomendo:
Revista Kawè
Cadernos Kawè

Menina fantasiada, por Lita Cerqueira. 

Produção acadêmica.

Eu deveria fazer isso aqui faz tempo. Divulgar o que tenho escrito por aí, mas sempre esqueço.
Aí vão então os links para os últimos artigos:




Querendo, vai no Lattes

Agora eu quero só você.



Por mim.

Sonhos em tempo de guerra, de Ngũgĩ wa Thiong'o.


Comecei a ler esse livro no meio do ano passado. Um amigo amado me indicou e eu relutei um pouco porque se começasse a lê-lo, teria de dar uma pausa numa ideia que tive ano retrasado, de ler mulheres negras por algum tempo antes de começar a ler outras coisas. Mas, como o livro trata de memórias de infância de um homem nascido no Quênia, achei que valeria a pena a leitura, já que eu estava escrevendo uma tese sobre crianças negras. Na tese, eu citei livros de literatura nas epígrafes dos capítulos, um modo de convocar as pessoas a lerem nossas histórias. Ainda imaginei ser possível usar algum trecho desse livro como epígrafe de um capítulo - eu havia escolhido apenas livros com meninas falando -, mas tal feito não aconteceu porque nenhuma das partes que li até decidir as epígrafes haviam feito algum sentido com o que eu estava escrevendo, coisa que aconteceu depois de fechar o texto. 
Uma pena.
O livro começa tímido, na minha opinião. Mais do mesmo, uma escrita não tão fantástica, mas que vai revelando uma história que não é conto de fadas mas ilumina, salva, revela, arrebata. Eu aprendi mais sobre o Quênia com Thiong'o do que na escola. Eu aprendi mais sobre as pessoas que me antecederam num romance do que nos livros de história.

Há algumas passagens do livro que me marcaram muito. Numa delas, o autor conta de uma vez em que sua mãe lhe pede para escolher entre ir à escola e fazer uma viagem. Ele escolhe ir à escola, diferente do irmão, que teve a experiência de viajar de trem. Achei lindo a atitude da mãe dele, de perguntar o que ele queria e respeitar sua decisão. A gente tende a achar que essa ideia de ouvir a criança é recente e bastante ocidental, que nada.

Que nada. 

Não posso reclamar de nada.

Felicidade não avisa que vai chegar. Ela vem devagar, suave, como quando uma criança bem pequena com aquelas mãozinhas [bem mais] pequenas toca o seu dedinho mindinho e tira uma casquinha inexistente que está ali e só ela vê, você se arrepia com a energia boa que vem dela, a felicidade é uma cócega que te cega de ver o que tem de ruim no mundo, a felicidade começa na casquinha, no dedinho, mas não para, basta você saber ver.

Eu não sei ver, eu não sei sentir, eu não sei. Mas eu tou aprendendo, como quando eu deixo que aquela criança aqui dentro toque meu coração-mindinho e, encontrando uma casquinha que existe, a tire por inteiro, renovando minhas energias com vida. 

segunda-feira, agosto 14, 2017

Presente.

Recebi essa mensagem assim, hoje, assim:


Bateu uma vontade de te agradecer... Agradecer por ter me ensinado coisas que nunca me esqueci, agradecer por ter me ajudado a formar a minha personalidade, por ter sido tão ótima professora, por todo o carinho que sempre demonstrou, mas hoje, principalmente queria agradecer por ter me dado meus primeiros livros sem figura, por ter me incentivado tanto à leitura, pq se dou conta dos livros da faculdade hoje, foi porque aprendi contigo o prazer de ler, sejam histórias fictícias ou significado das palavras no dicionário. Obrigada por tudo

Chorei, chorei. Felicidade de ser professora de crianças.

sexta-feira, agosto 11, 2017

Ex.

Um ex amor me ligou e disse ter visto no blog que escrevi coisas de amor e pensou 'ah, lá vai ela de novo, tá apaixonada'. Como se ele pudesse dizer alguma coisa, rum. Mas ele pode. Ou podia, ou poderia. Nem eu sei mais. 

Eu vivo apaixonada, ele não sabia? Ele achava que era especial, único. Na verdade, acho que ele sabia que não era... mas ele queria acreditar nisso, deixa ele [deixei]. Eu não acredito em coisas únicas, só acredito em multidão. Melhor amiga? Não tenho, eu amo muita gente. Eu quero muita gente, eu gosto é de gente. 

O certo é que eu poderia me apaixonar por ele de novo, sim, poderia. Mas não é assim que acontece, espera aí. Não é assim fácil, a minha paixão precisa de uma história, com tempo de conversa, com ficar junto, estar perto, agarrado, grudado, com música, som, com amor.

Eu sempre estou procurando gentes pra isso. 

terça-feira, agosto 01, 2017

Esse cabelo, Djaimilia Pereira.

O amor ao supérfluo ajuda a entender o que somos (p. 43).
O fato do livro de Djaimilia ter sido lançado no Brasil me fez lembrar que eu precisava fazer essa resenha para o blog. Comprei esse livro em Lisboa, há mais ou menos um ano atrás. Li-o devagar e ainda preciso lê-lo de novo, para poder saber mais sobre ele e entender algumas sensações que tive quando terminei a última página.



Djaimilia se propõe a fazer uma história do cabelo, algo que eu mesma já tentei fazer num texto bem menor do que esse livro, para um site que me pediu um depoimento sobre a minha trajetória capilar. Reproduzi o texto aqui. Djaimilia escreve muitíssimo bem, mas sua escrita não me pegou porque a encontrei muito localizada, numa Lisboa que não conheço e que não me emociona, que não mexe comigo. A autora vive lá desde criança e tem com a cidade uma relação que ela vai trançando junto com as suas memórias do cabelo, como quando explica suas sensações com relação a sua juba quando acorda ou a primeira vez em que fez tranças num salão de beleza. 
Sua escrita tem poesia, uma poesia com um ritmo e um tempo que me incomodou muito, coisa que eu não soube lidar direito. Fiquei achando que a cadência não me pegou de início. Depois, fui sentindo uma melancolia grande, como quando li Istambul, de Pamuk. Comecei a ler o livro bem devagar, sorvendo o texto com calma, entrando no clima do livro. Ainda assim, acho que preciso lê-lo de novo. 
Djaimilia me conquistou do meio para o fim do livro, que por sinal, não é leve e nem fácil de continuar lendo, quando se percebe que o que ela faz, ao falar do cabelo, algo por fora e talvez supérfluo, é entrar mais e por dentro dela mesma, nos convocando a fazer o mesmo. Quem é você dentro quando se procura nas coisas que estão fora? O que você quer dizer quando não ouve o que você mesma diz e se deixa levar por outras dores e pesares? Quando é que você vai encontrar com aquela pessoa que um dia você foi e saber o que dela é parte de você agora?

Parece-me todavia que 'encontrar' não é um resultado previsto de 'procurar' quando falamos de pessoas. Encontrar-me a mim é mais parecido com encontrar uma pulga quando se procurava um borrão; encontrar uma caneta quando se procurava uma pessoa. O que se encontra reconfigura o que se procurava. A procura de uma origem nem descobre a minha identidade. Uma pessoa apenas se encontra a si mesma por acaso. 
"Onde deixei a Mila?" O tempo da procura coincide com o tempo da descoberta, exatamente como se percebesse o propósito do que escrevo no decurso de escrever. A pessoa que encontrei por acaso confunde-se com o resultado de uma procura apenas no sentido em que, se usarmos uma pá para desenterrar um baú, é possível que o baú encontrado esteja marcado pela pá que usámos. Tal conclusão mostra-me que apenas por acaso este é o meu cabelo. O que somos por escrito é tão diferente do que somos quanto uma nódoa de água é diferente de uma chave. (p. 137-138)

Sou então, do meio para o fim, tomada por essa melancolia não de um lugar, mas de uma parte de um corpo que também é corpo, o cabelo. O cabelo, isso que aparece e só parece que é algo superficial me mostra como não apenas lugares e objetos fazem parte de nossas memórias e podem conduzir nossas lembranças para lugares amargos e incômodos. Levo essa impressão de que o livro não é docinho, mas nem por isso, desimportante. 

Vou lê-lo de novo. 

                                                                                          Djaimilia Pereira