Você que me lê, me ajuda a nascer.
sexta-feira, dezembro 30, 2016
quarta-feira, dezembro 28, 2016
segunda-feira, dezembro 26, 2016
sábado, dezembro 24, 2016
Des-Fazendo raça: a auto-definição racial em Rachel Dolezal, por Ana Lúcia Santos
Como eu sempre sei das coisas muito depois, dá tempo de pessoas escreverem coisas maravilhosas como esse artigo aqui sobre o caso Rachel Dolezal. Tem outro texto massa aqui.
Jayna Brown.
Eu assisto esses vídeos no Youtube e choro. Gosto mais dessa versão do que a da cantora. Vai entender a vida. Acho que foi um momento especial. Gosto na verdade da edição, acho que fizeram tudo para me fazer chorar.
sexta-feira, dezembro 23, 2016
quinta-feira, dezembro 22, 2016
quarta-feira, dezembro 21, 2016
Julia Vita.
Dificilmente encontro textos que me representam porque sempre acho que quem fala melhor sobre mim sou eu mesma. Mas às vezes, bem às vezes, acabo encontrando alguns que acho realmente muito bons.
Julia Vita, queria ver você.
'Sobre aquela mesma coisa de sempre disfarçada de amor livre', aqui.
e
'Sobre ciúmes e a posição da mulher na luta não-monogâmica', aqui.
segunda-feira, dezembro 19, 2016
Manual Prático do ódio, Ferréz.
Comprei este livro no Porto (PT), por um valor que não encontraria aqui (menos de 10 reais). Comecei a ler e terminei em duas semanas, porque estava lendo outras coisas, mas também porque quando começo a gostar de um livro, quero ir devagar, sorvendo as palavras.
O livro é bom, mas ainda fico com Capão Pecado, o primeiro livro de Ferréz. É que talvez para mim Capão Pecado tenha um outro significado, na época eu morava em SP e bem perto do Capão, tinha parentes emprestados que moravam lá...
O ritmo do livro é em geral muito bom, com algumas perdas aqui e ali, mas nada que comprometa a ideia geral que o Ferréz conta. A história se passa em torno de um grupo de comparsas que estão organizando um assalto e a partir desse fio ele vai construindo as personagens. Para mim, que leio livros como esses faz um tempo, não há muita novidade, mas como é bem escrito, prende a atenção do mesmo jeito (acho que o livro pode ser visto como sensacional por adolescentes e jovens, eu sou uma 'senhora'...). Ferréz preocupou-se em criar uma personagem feminina que, chega ao fim do livro sem tanta atuação, mas toma decisões que, se podem parecer inesperadas com relação ao que o livro nos apresenta, não destoa muito daquilo que pensamos ser as atitudes típicas de mulheres.
Ainda assim, o livro me envolveu, porque reconheci no texto pessoas muito próximas e até pude entender algumas de suas atitudes também. Nesse sentido, me disse alguma coisa mais do que terapias que usam modelos eurocêntricos de explicação da realidade, porque fala da gente, nossas coisas, nosso povo, nosso jeito.
O desafio pro Ferréz será sempre o de superar a si próprio nos bons livros que ele escreve, mas eu tenho certeza que ele já sabe disso.
O ritmo do livro é em geral muito bom, com algumas perdas aqui e ali, mas nada que comprometa a ideia geral que o Ferréz conta. A história se passa em torno de um grupo de comparsas que estão organizando um assalto e a partir desse fio ele vai construindo as personagens. Para mim, que leio livros como esses faz um tempo, não há muita novidade, mas como é bem escrito, prende a atenção do mesmo jeito (acho que o livro pode ser visto como sensacional por adolescentes e jovens, eu sou uma 'senhora'...). Ferréz preocupou-se em criar uma personagem feminina que, chega ao fim do livro sem tanta atuação, mas toma decisões que, se podem parecer inesperadas com relação ao que o livro nos apresenta, não destoa muito daquilo que pensamos ser as atitudes típicas de mulheres.
Ainda assim, o livro me envolveu, porque reconheci no texto pessoas muito próximas e até pude entender algumas de suas atitudes também. Nesse sentido, me disse alguma coisa mais do que terapias que usam modelos eurocêntricos de explicação da realidade, porque fala da gente, nossas coisas, nosso povo, nosso jeito.
O desafio pro Ferréz será sempre o de superar a si próprio nos bons livros que ele escreve, mas eu tenho certeza que ele já sabe disso.
sábado, dezembro 17, 2016
terça-feira, dezembro 13, 2016
segunda-feira, dezembro 12, 2016
Arjan Martins.
Que Cândido Portinari, que nada. Sou mais Arjan Martins.
Sem título
Da série “Américas”, 2013, acrílica sobre tela, 1,85x1,90, coleção do artista
Sem título
Arjan Martins trabalha em seu ateliê em Santa Teresa, Rio de Janeiro, RJ, foto: Pepe Schettino
Serena Assumpção.
A morte é uma companheira. Descobri Serena há poucos dias. Descobri também que ela morreu no começo desse ano.
Ascensão.quinta-feira, dezembro 08, 2016
segunda-feira, dezembro 05, 2016
domingo, dezembro 04, 2016
quinta-feira, dezembro 01, 2016
Deus salve a criança, Toni Morrison.
Este livro ainda não está disponível no Brasil, mas não demora sair. Toni é brocativa e tem sempre edição brasileira. Basta esperar um pouco.
Não é o livro de Toni que mais amo, mas amo Toni e sou fiel aos meus amores literários.
Inicialmente, o livro me levou a pensar que não gostaria dele, já que tratava de pedofilia, um tema que sobre o qual não me interessa ler. Mas para minha surpresa, o livro fala disso, mas não é SOBRE ISSO, se é que eu consigo ser clara sobre o livro sem falar do texto.
Sua escrita revira minha cabeça e é de longe minha escritora preferida. Eu amo Toni porque ela me conhece e, ao escrever, me faz conhecê-la também. Eu a sinto como se fosse da minha família e acho que se a encontrasse na rua, eu diria, "Oi, Toni, porque você não aparece lá em casa?".
O livro trata da história de Bride, que não consegue ser amada pela mãe Sweetness porque sua pele é "negra como a noite, negra do Sudão". Entendemos então que a cor da pele é a superfície onde se escondem os motivos pelos quais Sweet não ama incondicionalmente Bride; é também por causa de um pouco desse amor que Bride acaba por mentir sobre um assunto que muda a vida de outras pessoas, também negras, e acaba por afastar outras pessoas que a amam.
Toni nos apresenta então não um círculo viciado de histórias de (des)amor e sofrimento, mas uma história - ou várias - espiraladas de sentimentos, em que conhecemos outras personagens que são feitas de amor, violência, solidão e medo. Como em outros livros, Toni usa seu estilo polifônico para fazer surgir as vozes que muitas vezes ficam submersas em outros textos centrados em uma ou duas protagonistas. A ligeira confusão que pode-se ter ao ler seus livros e que nos faz voltar algumas páginas e confirmar nomes e lugares pode ser a chave para tornar essa autora alguém que consegue ser tão profunda mesmo num livro com 160 páginas. Ao voltamos as páginas, nos enredamos mais ainda nas histórias, descobrimos paralelos, aprendemos sobre nossa gente. Ao lermos novamente, a história nos pega, nos envolve, não nos larga. Toni é retada.
Agora, escrevendo sobre o livro, eu acabei por descobrir que eu o amo mais do que eu pensava. São assim os bons livros.
Há alguns dias, ganhei outro livro de Toni, este chamado Love e já publicado no Brasil (Amor, Companhia das Letras, 2016). Emocionei-me com o presente porque ele veio de alguém com quem construí uma relação que, tenho certeza, é de amor.
Como diz Dona Noi, 'vida deus me dê' para ler todos os livros de Toni.
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