Você que me lê, me ajuda a nascer.
sexta-feira, abril 30, 2010
Prostituição.
terça-feira, abril 27, 2010
Idade.
domingo, abril 25, 2010
Cabelo.
Tem um artigo, que eu gosto muito, escrito por Nilma Lino Gomes, que fala um pouquinho sobre o que é essa coisa do cabelo e identidade étnica. Muitas pessoas já me disseram que eu sou só negra para elas por conta do cabelo, já que não tenho a pele retinta. O que significa dizer que cabelo é sim, identidade e que se eu escolhesse alisar estaria perdendo algo que para mim é muito caro, minha negritude. No Brasil, onde há uma eterna louvação à morenice e a miscigenação, é sempre importante saber quem somos e o que realmente nos faz bem.
Não é um problema com a morenice e a miscigenação, enfim. Mas quando estas coisas existem para afastar a hipótese de que somos um povo preto por que isso é um problema, aí o negócio complica. Voltando ao cabelo, todos os dias, quando caminho nas ruas, e noto o número de mulheres (e também alguns homens) que esticam seus cabelos para se sentirem melhores ou apenas para "seguirem o comboio", eu meneio a cabeça, dou um sorriso amarelo. Ninguém entende nada, mas eu penso: quem ou quê essas pessoas pensam sobre si mesmas e o que elas são?
Nessa história toda, euzinha aqui, que tenho um cabelo que deveria ser considerado o mais comum do mundo, já que eu não faço praticamente nada para ele existir (apenas deixo ele existir...), fico parecendo a moça triste, deslocada e infeliz. Algumas moças me olham com tristeza e devem pensar que estou juntando dinheiro para a próxima escova. Vai entender.
Não pensem vocês que eu nunca alisei o cabelo. Na verdade, eu fazia o que chamam de "relaxamento" por que mesmo antes achava que alisar era muito artificial e assim, eu "relaxava" os cachos apenas para que eles ficassem mais "maleáveis". Mas era um saco também. Fazem quase quatro anos que parei com isso, no meu tempo nem escova progressiva tinha. Foi bem no começo desse desbunde, onde até o cabelo mais crespo ficava lisinho em folha. Ufa, escapei.
Aí, depois do sonho. Fui ouvir Gilberto Gil. Aliás, eu amo Gilberto Gil. E ele canta pra mim:
Sarará Miolo
Gilberto Gil
Sara, sara, sara, sarará
Sara, sara, sara, sarará
Sarará miolo
Sara, sara, sara cura
Dessa doença de branco
Sara, sara, sara cura
Dessa doença de branco
De querer cabelo liso
Já tendo cabelo louro
Cabelo duro é preciso
Que é para ser você, crioulo
sábado, abril 24, 2010
Repassando email, informação:
Oi pessoal,
Desculpa estar usando esse espaço para isso, mas é por um motivo muito importante pra mim. Voces sabem como eu me dediquei para fazer meu documentario "Napepe", e voces são prova de que ele existe!! O José Padilha (Ônibus 174 e Tropa de Elite) lançou o documentário dele como inédito esse mês,... mas leiam o texto que escrevi, o filme é basicamente uma cópia do meu só que feito com mais recursos. (...). Não preciso dizer que não fiquei bem com essa história...
Por favor, me ajudem a divulgar, ok?? Confio em vocës, amigas pensantes, nessa guerra contra a grande mídia...
Enviem para jornalistas, historiadores, antropólogos, ... ou repassem a história boca a boca...
Obrigada! Beijos,
Nadja
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Filme novo de José Padilha critica antropólogos mas é plagio de documentário
O novo documentário de José Padilha, “Segredos da Tribo”, que abriu a 15˚ edição do Festival de Documentários “É Tudo verdade”, apesar de todo bafáfá da mídia, não traz nenhum ineditismo, a não ser para aqueles que ficaram ausentes todos esses anos da polêmica do sangue Yanomami retirado na década de 80. O filme é plagio do documentário “Napëpë”, de 2004, da antropóloga e jornalista Nadja Marin. Como infelizmente no Brasil ninguém pode com as organizações Globo, ainda mais quando se têm também o patrocínio da gigante inglesa BBC, o documentário independente “Napëpë” não conseguiu atingir a mesma divulgação de Padilha. Mesmo com uma qualidade infinitamente superior e isento de sensasionalismos, e apesar de ter chegado a vencer o 8th Gottingen International Ethographic Film Festival e de ter passado em diversos festivais no Brasil, tendo sido também citado na revista Época em 2004 em reportagem sobre o assunto, o documentário não conseguiu fazer tanto barulho quanto parece estar fazendo “Segredos da Tribo”.
O plagio é muito fácil de ser comprovado, bastando apenas uma pesquisa básica no google, ou visualizando o documentário de 2004 na íntegra no site do “you tube”. José Padilha sabe muito bem da existência do documentário anterior, apesar de não falar no assunto e não dar o crédito, tanto que chegou a gravar o filme “Napëpë” em um evento na Universidade de São Paulo na ocasião de uma palestra sobre o tema com um dos antropólogos entrevistados na sua versão. Talvez o único mérito do filme de Padilha, do qual ele pode se gabar, foi ter conseguido entrevistar a principal personagem da polêmica, o antropólogo Napoleon Chagnon. No entanto, o filme tem quatro cenas exatamente iguais às do documentário “Napëpë”, sendo a mais chamativa, a bomba de Hiroshima que explode quando um antropólogo entrevistado fala do tema dos objetivos da expedição de Chagnon, que visava comparar o sangue dos Yanomami - teoricamente a população mais pura do mundo - com o sangue dos sobreviventes da bomba atômica lançada pelos americanos.
O plágio apesar de ser o elemento mais preocupante do filme, uma vez que Padilha está ganhando orlas de dinheiros em festivais e clamando para si o ineditismo da história, não é o único problema. O documentário “Segredos da Tribo” apela para questões morais do comportamento dos antropólogos e se baseia em estórias sensacionalistas as quais tenta provar através de uma sequência de depoimentos enviesada, difícil de convencer uma platéia mais atenta e informada. Por fim, a versão plagiada de Padilha deixa de lado a opinião dos Yanomami brasileiros e se esquiva da questão realmente importante e problemática, a repatriação do sangue Yanomami retirado pela expedição de Chagnon e a atual comercialização desse sangue por instituições americanas sem o consentimeto dos índios.
José Serra.
Jornal argentino questiona posição de Serra sobre Mercosul
Ao qualificar o Mercosul como uma farsa, Serra parece desconhecer, diz o Clarín, que o grosso das exportações industriais do país tem como destinatários países da América Latina. “Segundo estatísticas oficiais, 90% das vendas de produtos manufaturados de Brasil no mundo ocorrem no Mercosul e em mercados latinoamericanos”, lembra o jornal. As declarações do ex-governador de São Paulo surpreenderam negativamente várias lideranças latinoamericanas pelo desprezo revelado em relação aos demais países da região.
Marco Aurélio Weissheimer
O jornal argentino Clarín questionou as declarações de José Serra, pré-candidato tucano à presidência da República, que classificou o Mercosul como uma “farsa” e “um obstáculo para que o Brasil faça seus próprios acordos individuais em comércio”. As declarações foram feitas durante encontro de Serra com empresários na Federação de Indústrias de Minas Gerais (FIEMG). Serra disse ainda que “não tem sentido carregar o Mercosul” e que “a união aduaneira é uma farsa exceto quando serve para impor barreiras” ao Brasil. As declarações do ex-governador de São Paulo surpreenderam negativamente várias lideranças latinoamericanas pelo desprezo que revelaram em relação ao processo de integração na América Latina. A sinalização de Serra foi clara: caso seja eleito, é o fim da integração. As declarações do tucano, assinalou o Clarín, retomam teses já defendidas por ele quando foi derrotado por Lula em 2002. Essa visão, diz o jornal argentino, “supõe que o Brasil deva se afastar de Argentina, Paraguai e Uruguai, porque é a única maneira para seu país formar áreas de livre comércio com Estados Unidos e Europa, sem necessidade de “rastejar” diante de seus sócios”. Uma resolução do Mercosul, lembrou o jornal, estabelece que nenhum dos países do bloco pode realizar acordos comerciais separadamente sem discutir com os demais. O Clarín também ironizou algumas afirmações do tucano. Serra disse que, sob um eventual governo seu, o mais importante será aumentar as exportações. “O certo”, diz o jornal”, “é que essa foi uma conquista obtida por Lula: desde que iniciou seu governo, no dia 1° de janeiro de 2003, o presidente conseguiu passar de 50 bilhões de vendas ao exterior para 250 bilhões. Ou seja, quintuplicou a presença brasileira nos mercados mundiais”. Ao qualificar o Mercosul como uma farsa, Serra parece desconhecer, diz ainda o jornal, que o grosso das exportações industriais do país tem como destinatários países da América Latina. “Segundo estatísticas oficiais, 90% das vendas de produtos manufaturados de Brasil no mundo ocorrem no Mercosul e em mercados latinoamericanos”, diz ainda a publicação Argentina, que conclui: “O candidato socialdemocrata evitou dizer como pretende reformular a posição do Brasil. Mas ignora que não é simples passar, como pretende, de um mercado comum definido por uma unia aduaneira a uma simples zona de livre comércio como a que existe no NAFTA. Ele pode desde já conquistar o desprestígio regional, além de submeter-se a severas punições por conta da ruptura de contratos internacionais”.
E essa:
Serra quer fim do Mercosul e promete desmontar legado de Lula
Durante encontro com empresários em Minas Gerais, o pré-candidato tucano à presidência da República, José Serra (PSDB), apresentou seu ideário econômico: disse que o Mercosul atrapalha e quer acabar com a participação do Brasil no bloco, que não vai continuar com o PAC e que pretende revisar todos os contratos federais durante o governo Lula. O tucano disse também que pretende "rever o papel" do BNDES na economia do país.
Redação
O pré-candidato tucano à presidência da República, José Serra (PSDB) saiu do armário esta semana em Minas Gerais e, durante encontro com empresários prometeu desmontar o legado de Lula. O candidato do conservadorismo nativo afirmou o seguinte: a) o PAC não existe –‘é uma lista de obras’-- logo, não será continuado; b) todos os contratos federais assinados durante o governo Lula serão revistos, logo, vai paralisar o Estado e o país; c) o Mercosul só atrapalha; logo, vai desmontar a política externa que mudou a inserção subordinada e dependente do país herdada de FHC; d) criticou a Funasa atual, logo, vai repetir o que fez quando foi ministro da Saúde de FHC, entre 1998 a 2002. E o que fez condensa em ponto pequeno o que promete agora repetir em escala amplificada, se for eleito. Recuerdos pedagógicos: I) Serra assumiu o ministério em 31 de março de 1998, em meio a uma epidemia de dengue; prometeu uma guerra das forças da saúde contra a doença; II) iniciou então o desmonte que ameaça agora repetir; III) primeiro, ignorou as linhas de ação e planos iniciados por seu antecessor, o médico Adib Jatene; IV) em nome de uma descentralização atabalhoada, transferiu responsabilidades da FUNASA, Fundação Nacional de Saúde, o órgão executivo do ministério, para prefeituras despreparadas e sem sincronia na ação; V) Em junho de 1999, Serra demitiu 5.792 agentes sanitários contratados pela FUNASA em regime temporário, acelerando o desmonte do órgão, em sintonia com a agenda do Estado mínimo; VI) um mês depois, em 1º de julho de 1999, o procurador da República Rogério Nascimento pediu à Justiça o adiamento da dispensa dos 5.792 mata-mosquitos até que as prefeituras pudessem treinar pessoal; pedido ignorado por Serra. VII) Em 5 de agosto de 1999, num despacho do processo dos mata-mosquitos, a juíza federal Lana Maria Fontes Regueira escreveu: "Estamos diante de uma situação de consequências catastróficas, haja vista a iminente ocorrência de dengue hemorrágica". VIII) O epidemiologista Roberto Medronho, diretor do Núcleo de Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro, completaria: ‘"A descentralização da saúde não foi feita de forma bem planejada. O afastamento dos mata-mosquitos no Rio foi uma atitude irresponsável” IX) em abril de 2001, a Coordenação de Dengue do município do Rio previu uma epidemia no verão de 2002 com grande incidência de febre hemorrágica. A sugestão: contratar 1.500 agentes e comprar mais equipamentos de emergência; foi ignorada por Serra. X) O ano de 2001 foi o primeiro em que os mata-mosquitos da Funasa, dispensados por Serra não atuaram . A dengue, então, voltou de forma fulminante no Rio: 68.438 pessoas infectadas, mais que o dobro das 32.382 de 1998, quando Serra assumiu o ministério. XI) Em 2002, já candidato contra Lula, Serra era ovacionado em vários pontos do país aos gritos de 'Presidengue !'. Justa homenagem a sua devastadora atuação da saúde pública.
Em tempos sombrios como os nossos, é bom procurar agências de notícias e bons programas de televisão para compreendermos o que anda acontecendo no mundo. Eu quase não vejo televisão. Me assusto com coisas que as pessoas até já naturalizaram - como o número excessivo de mulher pelada na tela, as piadas sexistas, o racismo... me assusto com os quadros dos programas, e com as perguntas feitas pelas supostas entrevistadoras.
A última coisa que eu vi na tevê foi Tati Quebra-Barraco no Superpop (há mais desses vídeos, a entrevista "bombou" tanto que é possível encontrar toda ela em vários vídeos no youtube). Adorei. Mas fico com medo de ter sido uma grande montagem, então a alegria vai para as cucuias. De qualquer modo, a televisão ainda me assusta.
Assim como me assustam os shopping's. Normalmente eu entro em algum para ver um filme específico que não consegui ver em outro lugar, ou para comprar uma roupa que já sei que vou encontrar, com nome da loja, piso e tudo. Por que é deprimente ver as pessoas lá dentro "passeando". Da última vez, me convidaram para um lanche e eu nem consegui comer, pensando nos três meninos que estavam por ali também passeando, mas negros e "mal-vestidos" que estavam, eram seguidos de perto pelo segurança, que não tinha a mínima descrição em fazer-se notar.
E não existe racismo, quem dirás apartheid no Brasil.
sexta-feira, abril 23, 2010
Mulher negra.
quinta-feira, abril 22, 2010
Reforma.
domingo, abril 18, 2010
Arte (instalação).
Um barraco enlameado foi montado nas areias da praia de Copacabana, em protesto contra o descaso das autoridades com os moradores de favelas. O casebre, que atraiu a atenção de quem aproveitava o sábado de sol, foi feito com escombros recolhidos de oito comunidades do Rio e de Niterói que sofreram desmoronamentos na última enchente, cujo saldo foi de 253 mortos e quase 60 mil desalojados.
Dentro da casa, foram colocados objetos que restaram de casas soterradas entre os dias 5 e 6, como o material escolar de uma criança que morreu na tragédia. Na parede, um relógio quebrado marcava a hora exata em que um barraco desabou.
Moradores dos morros do Bumba, em Niterói, de onde já foram retirados 48 corpos, e de favelas do Rio, foram a Copacabana participar do ato, organizado pelo Movimento Rio de Paz. A intenção é sensibilizar a Prefeitura e o governo do Estado para a prioridade de uma política habitacional nas obras que irão preparar a cidade para os Jogos Olímpicos de 2016.
quarta-feira, abril 14, 2010
É pra lá que eu vou.
LA ESTATUA DE LA CELEBRE CREACION DE QUINO SE INAUGURO HACE SIETE MESES EN LA ESQUINA DE DEFENSA Y CHILE
sexta-feira, abril 09, 2010
Qualquer coincidência é mera semelhança.
(sem título)
Desossaste-me
cuidadosamente
inscrevendo-me
no teu universo
como uma ferida
uma prótese perfeita
conduziste todas as minhas veias
para que desaguassem
nas tuas
sem remédio
meio pulmão respira em ti
e outro, que me lembre
mal existe
Hoje levantei-me cedo
pintei de tacula e água fria
o corpo acesso
não bato a manteiga
não ponho o cinto
VOU
para o sul saltar o cercado
Poema “Cerimónias de Passagem”. In: Paula Tavares. Ritos de Passagem. Luanda, União dos Escritores Angolanos, 1985, Cadernos Lavra & Oficina, 55, p. 30.