Você que me lê, me ajuda a nascer.

quinta-feira, abril 30, 2009

Bem-me-quer, mal-me-quer.

Ele me quer?
Pergunte pra ele. Ele vai dizer que não, mas depois vai ligar e dizer que sim. Ou o contrário.

quarta-feira, abril 29, 2009

É preciso ter coragem.

Ele me perguntou, docemente quer água? quer Salvador? quer Itapoan? quer Dona Graça? E eu, sem graça, resmunguei que estava estudando. Mas queria chorar. E chorei. Quanto você conhece de você mesmo? Quanto de você mesmo você quer conhecer? É simples ser amada? Aparentemente, é muito simples. Aparentemente.

quinta-feira, abril 23, 2009

Congada.

O rei tem que ser honesto pra fazer a sua lei à sua lei eu me presto mas se ele é honesto, eu não sei Congada, de Clara Nunes. Troque rei por qualquer outra coisa que você conhece, dá no mesmo. Universidades, escolas, hospitais, presidentes, chefes... a la carte.

segunda-feira, abril 20, 2009

O corpo.

De tanto ler Foucault fico maluca. Mas só uma certeza eu tenho: só o corpo é real. E de mais a mais, eu ouvi esse elogio hoje: você é a única mulher que dosa muito bem entre o que quer as mulheres de hoje e o que queriam as mulheres da década de cinquenta Não vou explicar, pensem o que quiserem.

Irmão de cor.

Adoro essa música sim, sou negra de cor minha irmã, de minha cor o que te peço, é luta sim, luta mais que a luta está no fim cada negra que for mais uma negra virá para lutar, com sangue ou não com a canção, também se luta irmão Tributo a Martin Luther King, Simonal.

quinta-feira, abril 16, 2009

Aconteceu (também) comigo.

Estava eu ali, entre as fileiras de livros da biblioteca, correndo feito louca e com um papel na mão cheio de letras e números, procurando livros no meu curto espaço de tempo, passo por um moço, olho pra ele, ele me olha. Sigo direto, esbaforida. Vou para outra fileira. Ele vem até mim e pergunta, sem saber, sabendo, querendo saber você não trabalha aqui? Digo, eu estudo aqui, e emendo, por quê, mas ele vai embora, meio sem jeito. Todas as minhas amigas já tinham me contado isso, mas quando a gente passa a gente fica passada. Bem-vinda ao clube, elas dirão.

quarta-feira, abril 15, 2009

Espera.

Era sempre assim. Toda vez, mesma irritação. Ele me deixava plantada esperando, esperando por ele, sempre ele, nos mesmos lugares de sempre, eu praguejando, xingando a mãe e todas as gerações futuras, mas ele não aparecia. Não aparecia por que não ia aparecer nunca, depois me ligava, as desculpas eram sempre convincentes, era trabalho, estudo, amigo antigo, festa de família, doença de parente longe, era desculpa que dava pra desculpar, não era mentira, eu acreditava, e esperava. De novo, no mesmo lugar, mesmo ponto de ônibus, cinema, porta de bar. Esperava por que achava que era missão esperar, acaso namorar também não era isso, esperar? Certa vez insinuou por telefone que eu estaria apaixonada, me irritei, desliguei o telefone na cara, esperei me ligar. Não ligou. Liguei, pra dizer que não o esperaria nunca mais. Espero aqui dentro, até o dia em que ele me ligue de novo, para esperá-lo em algum lugar. Qualquer lugar.

E se?

E se os universais não existissem? E se o amor não existisse? A loucura? O ódio? O que sobraria?

segunda-feira, abril 13, 2009

Ói o trem.

O trem chegou e estão construindo parques, limpando as ruas, arrumando a paisagem. Engraçado. Só melhoram as coisas quando chegam as máquinas, mas aqui sempre teve gente e gente não precisa de parques, minha gente? Coisa mais estranha, o progresso que traz o verde é o que mata o verde, círculo vicioso da morte. Enganação pura. Quem vai ficar, quem vai subir ou parem o mundo que eu quero descer?

As várias versões do amor.

Deveria enfiar aqui uma poesia do Drummond, mas não vou não. Vou escrever a frase que eu disse ontem pra ele: euteamo é onde começa o que eu sinto por você

quarta-feira, abril 01, 2009

A vida ao vivo.

A vida é aqui e agora. Então eu não deveria estar aqui escrevendo, deveria estar pendurada no cangote dele, pedindo mais um beijinho, só mais um, mas agora ele está ali, é meia-noite e cozinha pra mim, fico de longe olhando pra ele cortando cebola, aproveito e escrevo - a vida ao vivo é cheia de interrupções, com direito a beijinhos no pé da escada, a escrita não me dá o direito de dizer ops assim, vocês não entenderiam -, vou lá e volto, olho de novo, ele existe e, melhor ainda, eu também existo pra ele, então acabou o post por que agora é hora de mais beijinhos nos outros cômodos da casa.