Você que me lê, me ajuda a nascer.

quarta-feira, fevereiro 28, 2007

Quem pode, pode.

Crianças.

O que são conjuntos, pergunto eu assim assim. Vocês gostam de conjuntos? Pois o alfabeto é o conjunto de letras. No que vira pra mim uma criancita de oito anos: Eu gosto do Simple Plan, professora. Eles são um conjunto. Li umas coisas muito legais da Ana Miranda sobre geografia pessoal e interior. Fiquei pensando de que lugar eu venho quando eu escrevo. E que lugar aqui dentro de mim eu apresento quando me faço ler. Periferias, campos, céus de estrelas e chão colorido, eu estou em todos os lugares, mas tem algum que é bem a minha cara e corpo todo, tenho apenas que descobrir. Estou colecionando uns pôsters sobre arte muito legais que vêm na Caras. É divertido. Estou esperando pessoas chegarem, pra variar. Como sempre.

sábado, fevereiro 24, 2007

Roendo unha pelo Oscar.

E antes de qualquer coisa, não vou ficar aqui conjecturando sobre o Oscar por que não vale a pena. Existem conchavos que estão além da magnitude de um Eastwood ou Scorcese, tem azarão, tem gente demais já comentando, gente que eu gosto e que eu apóio, então eu só quero dizer que estou roendo unha por que eu adoro acertar quem vai ganhar, eu corro para ver todos todos todos os filmes, como agora. Sentimentalmente estou torcendo por Little Miss Sunshine por que sou boba e adoro a Abigail com aqueles óculos enormes. Mas se eu fosse tirar onda de inteligente eu falaria Letters to Iwo Jima. Mas nenhum desses estaria errado, por que eu acho muito difícil escolher entre os melhores, escolher entre temas tão diferentes e tão singulares. E quando você lê as histórias dos filmes e diretores e atrizes fica mais difícil ainda, então não vou falar nada, vou ficar na minha.

quarta-feira, fevereiro 21, 2007

Maira Kalman, essa é a mina.

Dona de um blog no NY Times, a mocinha chamada Maira Kalman não gosta que chamem a sua coluna virtual de blog. "São mini-histórias", elas diz. Adorei o nome. Eu diria que as minhas são micro-histórias. Adoro esse nome, a História Nova batizou e eu me aproprio, adoro me apropriar, vamos customizar as palavras. Olha o que ela escreveu, a Maira: "Será que uma emoção por causa de um acontecimento pessoal é mais grandiosa ou mais banal do que ler Descartes?". Então perguntaram pra ela: Como é o processo de composição de seu blog? MAIRA KALMAN - O processo é orgânico. Eu caminho pelas ruas e leio e tiro fotos e penso sobre as coisas, e um tema surge. Talvez uma mini-obsessão do mês. Depois eu rabisco e colho mais imagens e tropeço em mais fragmentos e depois junto tudo. Depois escrevo e reescrevo e desescrevo. Bonitinho ver alguém falando alguma coisa que a gente sempre fez mas não sabia dizer, né não? Me aproprio também. Sua coluna mistura o banal e o denso. Qual é a diferença? KALMAN - Não há possibilidade de distinção entre o sublime e o trivial. É impossível alguém funcionar sem os dois e, na maior parte do tempo, ninguém tem certeza sobre qual é qual. Será que uma emoção por causa de um acontecimento pessoal é mais grandiosa ou mais banal do que ler Descartes? O cérebro está tentando resolver problemas o tempo todo. Não faz sentido categorizar as coisas. Mas, se eu tivesse que dizer algo sobre as coisas pequenas da vida, diria que elas me dão um prazer muito intenso. O fato de você ser judia e nova-iorquina é uma condição inescapável para o seu trabalho? KALMAN - Os meus pais saíram da Rússia para Israel nos anos 30. Essa realidade definiu os sentimentos deles e a maneira como eles nos criaram. O Holocausto era uma realidade constante na minha família. Nós carregávamos essa noção da fragilidade da vida misturada a uma determinação e flexibilidade quando nos mudamos para Nova York. Mas nós sempre nos consideramos estrangeiros, o que acho que foi na verdade uma coisa boa. Me fez olhar e ouvir. Algo que eu ainda amo fazer. A minha família também tinha um incrível senso de humor. Era uma parte muito importante nas nossas vidas. E a cultura. E a comida. Não tem como não gostar dela. Virei fã. As respostas à sua coluna são afetuosas. Isso se deve a algum tipo de falta de afeto urbano? KALMAN - Acho que eu sou uma pessoa afetiva com certa dose de reserva. Acho que todos se sentem assim. Muito solitários, às vezes. O que se pode fazer? Já ouvi isso em algum lugar. Que pena que não dá pra acessar free, tem que pagar U$$ 7.50 mensais para eles. Humpf. FONTE: Folha de São Paulo do dia 19.02, Noemi Jaffe.

terça-feira, fevereiro 13, 2007

Apressada come c(r)u.

Ei, ei, ainda não entrei no ritmo do trabalho, mas chego lá. Ontem eu: Ti troverò, un giorno. Questo è sicuro, perchè è impossibile. E ele: E quel giorno io mi farò aspettare da te. Merda de língua. A gente nunca sabe se entendeu tudo.

domingo, fevereiro 11, 2007

iloveyou. pra chuchu.



Quando foi embora, os gatinhos que ficariam em cima da sua estante estão comigo. Vou fingir que não li a mensagem que eles estão segurando. Me ligou, não atendi. Me chamou, tapei os ouvidos. Me escreveu, apaguei. Esqueci o número.

Não, dessa vez não vou assumir que estou apaixonada.

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

Síndromes.

Leiam Santiago Gamboa, minha gente, leiam, leiam. Eu estou lendo e não consigo parar de ler, mania essa que eu tenho que ler o tempo todo, mesmo quando eu vou em pé e ninguém segura meus livros no ônibus que vem apertado me trazendo pra casa, o cara é demais, eu adoro literatura sulamericana, Llosa me exige um pouco de paciência pra pegar no tranco, mas depois vai, com Gamboa é diferente, ele quase não usa vírgula, e faz você ir junto no embalo e quando você olha pra trás você está na página cem, fico com pena de acabar, então eu finjo que não entendi o parágrafo pra voltar um pouco e continuar lendo. Por que ele escreve sobre imigração que é um tema que de um tempo pra cá me interessa muito, mas por que também ele escreve como eu gosto de ler, e puxa, como eu gostaria de escrever, continuo lendo. Mas ele mais do que ninguém sabe dizer coisas que já vivi na minha condição de "ulissiana", eheheeheh, por que eu também sofri essa tal Síndrome de Ulisses, essas doenças da modernidade, como stress que até um tempo atrás é coisa de rico e agora dá até em criança. Odeio vírgulas e odeio adjetivos, alguém que eu li disse que não gostava de adjetivos também, mas eu uso, uso muito, ainda mais em textos para entrega, trabalhos de escola, essas coisas, eu capricho nos adjetivos e nas vírgulas, sou a rainha da Prolixidade, eu sou rainha de alguma coisa, vejam vocês. Lá fora uma chuva que não quer parar, casas alagando, todas essas pessoas aí voltando pra casa, mas eu já cheguei, não em casa, mas tomei banho e posso me dar ao luxo de estar aqui escrevendo. Descobri que o amor liberta, mas talvez eu tenha descoberto de um jeito muito singular, jeito próprio. De alguns anos para cá, todas as vezes que eu disse eu te amo eu simplesmente apaguei o alguénzinho da minha vida, é como se quando eu digo eu te amo eu me liberto pras outras coisa da vida, como se eu dissesse "pronto, eu te amo, mas não vou encher seu saco, entendeu? Eu te amo, faça o que quiser com isso, pendure na parede, faça um lindo quadro, mas não espere que eu vá choramingar afeto"; então todas as vezes que eu me libero fica mais fácil para esquecer alguém, e dessa vez não vai ser diferente. São cinco dias então. Fiquei uns dois dias desanimada, achando que não ia conseguir fazer nada direito esse ano. Mas passou. Todo mundo tem um canto, tem um lugar onde busca forças, mas eu só ando por aí, então descobri que o meu ponto de referência vai ter que se euzinha mesmo, assim como Gandhi dizia bem antes de mim, vou descobrir aqui dentro um lugar pra descansar.

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

Brinquedinho.

Se alguém descobrir por que que eu gosto tanto de brinquedinho, ganha um doce. Se alguém descobrir que doce é, pode repetir. Resisto, consigo. Humpf.

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

(des) conclusões.

Sem escrever, sem escrever. Mas estou por aí. Quando estou muito feliz, não encontro tempo para escrever aqui, deito na cama, olho pro teto e pras fotos só absorvendo a energia do meu mundo perfeito. Venho aqui, abro a página, meus dedos começam a escrevinhar qualquer coisa, mas paro, paro por que me acho esnobe demais, isso é lá coisa para ficar escrevendo toda hora, essa coisa que chamam de felicidade, isso é lá tema pra blog, as pessoas querem ler desgraças, tristezas, sofrimentos, ninguém tá acostumado com a felicidade, então eu fico quietinha por que eu sempre fui muito educada, não gosto de estragar a festa de ninguém, não quero perder leitores que me lêem aqui e vão me achar uma metida. E hoje não estou infeliz, estou só de TPM, então eu sei que vai passar e a vida vai me sorrir de novo. Por que eu fico assim-assim quando a TPM chega, mas dura pouco, no máximo uns dois dias, eu não acho a menor graça em ficar triste, então eu olho para mim mesma e me dou um tapa, falo então "toma vergonha, tás reclamando do quê?", então ela vai embora, assim como chegou, do nada. Conheci uma das pessoas mais lindas do mundo. Estava aqui, do meu lado, me deu a mão, beijou meu rosto, sorriu comigo, me ensinou. Eu posso morrer em paz, era lindo e continua vivo. Tomara deus você também possa conhecê-lo. E ele me disse "pára de escrever, vai viver a vida", nem tchun pro meu blog, a gente comendo comida chinesa na Liberdade e chovendo uma chuva fina, perfeito pra uma foto. Ele me diz, que nada, também tenho meus defeitos, mas quem disse que ele não tem defeito, nem por isso deixa de ser o mais lindo, mais sexy, mais-mais. Hoje descobri que vou trabalhar mais que no ano passado, estudar mais que no ano passado, para poder ser alguém na vida. E nota, ano passado eu estava no limite, então não sei o que fazer. Vim no ônibus bolando horários malucos para tudo, como por exemplo, da uma às duas da madruga, checar e-mail's, isso por que essa hora quase ninguém são está acordado então eu não perigo de arrumar um louco para bater papo no meio da semana via msn e perder horas de sono. É isso, isso que é crescer, amadurecer, toma, não queria, agora aguenta. Beuavior me ensinou que pra aprender bem uma língua e conhecer um país, só mesmo arrumando um amante local. Não falo mais nada. Aqui na internet acabei de ouvir a música que me cantaram, encenaram, como é feia, pensei, como é brega, ixe, mas parecia linda quando ele fechava os olhinhos e cantava. Mais brega ainda por que eu pedia mais, mais brega ainda quando ele parodiava e eu ria feito besta, o que mais a gente quer da vida, quando tem pôr-do-sol, vista pro mar, e amor, e amor, amor até dizer chega? Qualquer música idiota, qualquer rima fica engraçada de tão bonita, e o peito da gente se acalma, por que tem aconchego, que é o que todo mundo quer nessa vida, no fim, meio ou começo. Será que todo mundo pensa em escrever um livro? Será que eu sou normal? Será que vou ter filhos? Acho lindo quando um homem me diz que quer ter uma menina, acho tão doce... que nem o doce de batata-doce. Todas as nossas previsões sobre os homens, estão todinhas erradas.