Você que me lê, me ajuda a nascer.

sexta-feira, outubro 28, 2005

Dona Encrenca.

Eu tenho um bom faro pra encrenca. Você precisa de uma? Eu sei, eu sei que é, eu ouço o cheiro e vejo o gosto, depois te conto se eu não vou me dar mal de novo. Eu caminho para ela, ela sorri pra mim. Encrenca, lá vou eu. Que tem de mais gostar de várias pessoas ao mesmo tempo? Onde tá escrito que isso é ilegal ou engorda? Eu gosto mesmo, e por favor, vai plantar batatas. Eu sabia o motivo de se mandar plantar batatas, mas não vou explicar aqui a origem histórica disso. E eu sei que eu tenho mais a dar de mim, vocês é que não estão preparados pra receber. Humpf. Ehe.

segunda-feira, outubro 24, 2005

Manuel de Oliveira pra mim é Borges.

Falem o que quiser, mas Manuel de Oliveira pra mim é Borges na tela. Sim, eu senti a mesma sensação quando o filme terminou. De ter lido alguma coisa de Borges, naquele exato momento. O filme fala através de imagens, mas não só aquelas que se formam ali na tela; na verdade, aquelas imagens não dão conta de falar pelo filme, a linguagem é que te leva longe, te teletransporta. O filme em questão é O Espelho Mágico, mas acho que poderia ser qualquer um do Manuel, diretor com 96 anos e ainda muita bala na agulha. Saí do cinema em estado meio catatônico. Foi beleza demais para os meus 24 aninhos. Eu sou apaixonada por tantos outros diretores, mas tenho certeza que por esses dias, será Manuel aquele quem comandará meu coração. Eu gosto de olhar nos olhos dos meus amigos e dizer que gosto deles. E quando não faço isso, eu mando mensagem no celular. É tudo verdade.

domingo, outubro 23, 2005

Sumida.

Eu? Sim, sim. Mas continuo querendo ser a Masina, gente. E é culpa da 29º Mostra que eu não dou as caras por aqui. Vocês sabem, eu sou viciada nisso que chamam de uma das sete maravilhas do mundo. Me pediram em casamento. E daí? Eu posso dizer não, né? Mas foi a primeira vez que eu quis aceitar. Juro. Passou, passou. Já conversaram com mãe sobre sentimentos? É muito bom, eu recomendo. Eu faço isso direto, e ela na maior calma me atende e me diz que "na hora, eu vou saber...", "vai chegar..." Tranquilidade de quem tem a vida toda pela frente e a praia à 10 km de casa. Ah, gostaria de avisar à todos/as que nunca mais falaram comigo ao vivo e em P&B que o meu sotaque está pouco a pouco tomando conta de novo da minha fala. Total. Mesmo. Isso é pra aqueles que dizem que eu não tenho sotaque. É tudo mentira. Eu tenho sim, e posso provar, aqui ó. Oxente, meu rei, meu pai, velho, mainha, lenhou-se, nenhuma, nada pra ninguém, tudo isso eu falo, e falo mesmo, com aquela típica voz cansada da família Caymmi. Tenho vergonha disso não, tenho é saudade. Ave Maria, que saudade. Até aperta o peito e faz ficar cansada. Eu preciso é ouvir mais e sempre, pra não perder o ritmo e ser engolida pelos erres. Cansei.

segunda-feira, outubro 17, 2005

Quase...

Eu que estou aqui quase apaixonada/ Ainda quero saber por que você me odeia... Se fosse em inglês, não daria uma boa intro duma musiqueta de amor?

domingo, outubro 16, 2005

Cheguei em casa e vi flores na caixa do correio. Amarelas. Eu imaginei que poderia ter uma cartinha ali dentro, mas nada. Uma das minhas maiores fantasias é ter um admirador secreto. Fiquei feliz em saber que a Giullietta Masina é baixinha. Ainda tenho chances. Estou assistindo La Strada logo agora que acabei de ver uma exposição sobre a vida de Fellini chamada Circo Fellini. Dá pra captar bem o universo circense no filme. O Fellini sempre sempre me surpreendendo. Assisti O Jardineiro Fiel. No final do filme, uma alma solitária bateu palmas incessantemente. Para o diretor Meirelles, creio eu. Mereceu. César Charlone, diretor de fotografia que Meirelles levou junto com ele, também. É possível enxergar as impressões dos dois, nitidamente. Algumas cenas nos remetem ao estilo Meirelles de dirigir (na cena da festa onde a Tessa se apresenta ao Pelegrin, entre outras cenas), mas eu acho que ele conseguiu ir além em muitos outros aspectos, ele cresceu como diretor, e não por que ele tem formação publicitária, como um dia ele cometeu a besteira de dizer. Nesse ano de 2006 eu vou ser meio egoísta e pedir coisas pra mim, como por exemplo, vou pedir pra mim mesma de presente pra deixar de ser assim Caxias e relaxar. Acho que pode funcionar. Veremos. A única língua que consegue dizer saudade com uma só palavra é o português. Você já sabia disso? Eu também já, mas é engraçado como os não-brasileiros ficam admirados com isso. De qualquer modo, aprendi com um grande amigo não-brasileiro a não sentir saudade. É um exercício, mas vale muuuito a pena. A frase que ele usa pra dizer isso pra mim é muito ilustrativa: “Cerco di non sentire saudade”. Cercare, que em italiano significa procurar, pra mim ganha também um outro sentido. O de proteger. Se proteger e proteger o outro. E daqui uns dias é seu aniversário, mas você tá de mal comigo então não posso te abraçar forte. Isso me deixa muito triste. É uma pena. Nem todo mundo pode ter um Elvis lambendo e mordiscando seu pé todas as manhãs. Meu cachorro faz isso por mim, e de lambuja ainda se espreguiça toooodo no meu colo, pra depois se aninhar nele, todo dengoso.

quinta-feira, outubro 13, 2005

terça-feira, outubro 11, 2005

Livro.

Obras analisam o desejo nas HQs Marco Aurélio Canônico Folha do dia 10 de outubro. Se o erotismo é uma característica inata da humanidade e presença constante em suas expressões culturais, não seria na chamada arte seqüencial que ele deixaria de ocupar um lugar. Duas obras recém-lançadas mostram que sexo, sensualidade e desejo estão presentes nas histórias em quadrinhos há muito tempo e continuam sendo temas atraentes para novas gerações de artistas."Desnudando Valentina - Realidade e Fantasia no Universo de Guido Crepax" (Opera Graphica Editora, 384 págs., R$ 84)*, de Marco Aurélio Lucchetti, e "O Espinafre de Yukiko" (Conrad Editora, 144 págs., R$ 25), de Frédéric Boilet, são exemplos da perenidade do erótico nas HQs: o primeiro analisa o ícone Valentina Rosselli, criada por Crepax em 1965; o segundo é um representante do novíssimo "nouvelle manga", que revoluciona o tradicional quadrinho japonês acrescentando-lhe traços e referências ocidentais.O livro de Lucchetti, baseado em sua tese de doutorado na Universidade de São Paulo, esmiúça cada detalhe dos 60 episódios de Valentina. Com um excelente trabalho de pesquisa a partir dos originais italianos, Lucchetti explica desde a criação da personagem até as milhares de referências, citações e opções estéticas que Crepax inseriu na saga da sensual fotógrafa, que teve suas histórias editadas no Brasil de forma irregular, entre 1971 e 1991."O erotismo de Valentina tem sempre uma razão, pensada por Crepax. No primeiro momento, visava a atrair o público masculino. Depois, seu desnudamento físico acompanhava e servia como analogia para sua abertura psicológica para o leitor. Isso a diferencia das demais personagens eróticas das HQs", analisa Lucchetti.De fato, Valentina é mais sobre sensualidade e sugestão do que sobre sexo e erotismo explícito, como é o caso de "O Espinafre de Yukiko", do francês Boilet. * negrito meu, e daí? ________________________________________________________ Estou bolando uma lista de presentes que gostaria de ganhar, e acabei descobrindo que até uma lista de presente pode revelar muito sobre você: 1. O tal livro acima mencionado é um bom presente; 2. O box do Poderoso Chefão; 3. Uma bicicleta ergométrica; 4. Uma garrafa térmica com estampa de vaca ou com alguma vaquinha desenhada; Vou me lembrando e postando, dando pistas.

quinta-feira, outubro 06, 2005

Just problem. One problem.

Ok, não é por que eu ouço Cash & Dylan cantarem bem agora aqui no meu ouvidinho que eu não tenha problemas. Vou lhes dizer um. Vocês precisam ver o meu armário no meu trabalho. Ele é meticulosamente limpo e arrumado todos os dias, eu preciso fazer isso todos os dias, mesmo quando está tudo no lugar, faz todo sentido repor tudo de novo, encontrar novas maneiras de arrumá-lo. E me disse minha irmã tempo faz que quem fica assim arrumando demais as coisas aqui fora tem coisas a resolver aqui dentro. Não por nada, mas a complicada personagem da Laura Linney em Segunda Chance também tinha dessas, de meio que limpar interruptor com cotonete. E ela é bem problemática, sim. Assim como eu, toda cheia de querer limpar e arrumar as coisas, a vida, como se pudesse ter algum controle nisso, já que nunca me arrumo aqui dentro. Mas eu tenho que dizer que o mais bonitinho que eu já ouvi dia desses foi que me disseram: "Tudo bem, a gente arruma junto". Ah, vai dizer que não? Mesmo que eu nem queira ajuda pra essa minha neura, foi bonitinho imaginar que ele não me disse que eu era louca, mesmo que tenha sido só pra me conquistar.

domingo, outubro 02, 2005

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Eu conheci esse ano um monte de gente que adora ofensas gratuitas. Que pena. Por que eu, euzinha, odeio isso. E fico aqui, me machucando por dentro.

sábado, outubro 01, 2005

Eu quero ser Giulietta Masina.

Esqueçam o que eu disse sobre ser Pagu ou Nicoleta Braschi tempos atrás. Eu queria mesmo é ser Giulieta Masina. Sim, sim. Olha só o que o amorzinho dela escreveu um dia qualquer (ninguém menos que Fellini, mon amour): "Eu acredito em Giulieta Masina e não preciso de nenhuma religião. Na minha vida ela ocupa esse lugar". Fiquei repetindo essa frase enquanto via a exposição sobre Fellini, tinha acabado de ver um filme que falava também sobre amor, sobre amores. De um lado, um casal maduro, bastava olhar pro modo como ela se aconchegava no peito dele pra dizer que ali havia amor, sentimento calmo. Paz. Do outro lado, o cara que fazia de tudo pra esconder que na verdade, por detrás do sem-número de relacionamentos que colecionava, o sexo estava em primeiro lugar. E no meio disso tudo... os protagonistas. Quer dizer, não bem no meio, por que tem uma outra história acontecendo nos arredores da trama. Enduring Love, Amor pra Sempre o nome do filme. Engraçado, o diretor é o mesmo de Notthing Hill, Roger Michell, mas não se deixem levar pela primeira impressão. Esse filme tem qualidade, bons diálogos e bons silêncios. É forte, muito forte. É simples, muito simples. Aí o Joe, o cara da trama toda, tenta explicar o amor. É biológico? Tem que ter significado? Só vale a pena se tiver significado? Mas ao mesmo tempo, enquanto tenta explicar o amor, ele tem um relacionamento bonito, ele vive, ele ama, ele trabalha, ama, divide, vive. E pronto. Mas peraí... eu tava falando da Giullieta... sim, com uma frase daquela, se explica por que ela morreu cinco meses depois do amado. Muito melhor do que qualquer flor depois de uma mancha de batom, com uma frase dessas o cabra ganha passaporte pra vida eterna sem escalas. Vi uma exposição do Titi Freak (Dênis, saudades mil). Vi uma exposição do Litchenstein. O cara é bom. Pop Art no talo. Frase da semana: Eu sou feliz. Isso é ruim pra você?