Você que me lê, me ajuda a nascer.

segunda-feira, setembro 26, 2005

Foi quase amor, baby.

Tomando café me veio a lembrança súbita de ter escrito há um tempo atrás numa dedicatória de um livro que ofertei uma frase muito legal. Uma declaração, sim. Esqueci completamente. Só sei que era muito legal porque o dono do meu coração e da minha cabeça que mereceu o livro me perguntou se era de minha autoria, haja vista a beleza do escrito, por que ele só conhecia de mim alguns dotes, e o da pena, propriamente, não foi o que ele procurou conhecer primeiro... aham. Se você vir a ler algum dia essas mal-traçadas linhas (eu sei, eu sei, não existem linhas mal-traçadas na internet, mas é só uma referência ao monte de cartas que escrevi à este bem-amado), por favor, reescreva aqui a frase, eu lembro que era realmente bonita. O café esfriou.

quinta-feira, setembro 22, 2005

Google.

Eu sei que parece bobo, mas eu te procurei pelo Google. Quase rima, né? Ontem vi um desenho na exposição sobre Hiroshima muito sentida. Uma pessoa com a bocona aberta, chovia. Roupa meio rasgada, rosto de dor, expressão quase certa. Nome do desenho: Bebendo a Chuva Negra. Eu achei forte demais, o desenho lembrava qualquer coisa de Edward Munch e seu quadro O Grito. Fui ver Segunda Chance (p.s. o nome em original, bem a ver), com Laura Linney, que eu gosto muito (os últimos filmes que vi dela foram A Vida de David Gale e Kinsey - Vamos falar de sexo). É engraçado como a gente REALMENTE não conhece ninguém, mas principalmente, é engraçado e chega a ser estranho como a gente NÃO SE CONHECE. E como ficamos a maior parte das nossas vidas protelando coisas, não nos dando segundas chances, esquecendo de ver onde NÓS erramos, e não os outros. Minha melhor amiga que mora há 2 quadras da minha casa vai embora de mim. Eu gosto dela, vou sentir saudades de sentar no sofá da casa dela e esperar ela me dizer que tem sopa pronta, sopa que eu adoro, apesar de adorar também a Mafalda. Ela vai embora, justo agora que estamos assim tão ligadas, coisa de mulher que é amiga, sem nenhuma pieguice. Bonito ver como ela cresceu, e me ensina que subestimar é sempre um grande defeito. Como ela tomou decisões e teve atitudes que eu mesma sempre achei prafrentex e que só eu tomaria, como foi calma e tranquila em momentos que a maioria das mulheres que eu conheço começaria uma briga, logo ela, leonina que sempre me ensina a mandar tomar naquele lugar sempre que alguém ousa me desafiar. Me ensinou que ser amiga é justamente isso, não precisar se preocupar em ser aquela menina que tu é no trabalho, na fila do banco, você pode relaxar e ser quem você é, quem você deseja ser, pra melhor. E eu que penso que sei muita coisa... mas eu juro que não vou citar Sócrates. Prefiro Lacan. Sim, eu gosto de Lacan. Preciso estudar mais, é bem verdade, mas eu gosto do cara, em linhas gerais o que ele fala sobre desejo pra mim é muito mais real do que falava Freud. É quase certo que em dezembro, lá pelo dia 26, eu esteja assistindo um filme num dos maiores cinemas da Europa, aquele projetado pelo George Lucas. E você, vai estar aonde?

quarta-feira, setembro 21, 2005

No busão.

Tem várias histórias. Várias. Uma delas ouvi hoje. Um homem de meia-idade, mas ainda forte, reclamava da vida: "Já disse pra minha muié que eu vou drumi lá pelo serviço. Saio de casa às 5 da manhã e chego essa hora, não vejo novela nenhuma, nem sei se o Boi já derrubou o Tião, que vida é essa? Nem vale a pena voltar pra casa, comprei um celular pra ela e um pra mim, nóis se liga todo dia pra dizer se tá vivo ainda, a gente namora à distância, o pessoal fala de internet, que namora de longe, assim mesmo sou eu e minha muié. A muié toma banho e se arruma, pra esperar o maridão. Mas o que chega em casa é só o pó. Tá certo não. É mais negócio separar e ficar sozinho, porque nem no couro eu dou mais, pensando no outro dia de serviço. E nada de fim de semana. É hora extra uma em cima da outra pra receber 100 por cento do ordenado". Outro dia a muié me fez uns biscoitinhos preu levar pro trabalho, mas eu passo tanto tempo dentro do ônibus que os biscoito caiu da sacola que ela fez a marmita, caiu e foi esfarelando até chegar no serviço. Quando eu voltei de noite dava pra ver o biscoito caído lá pelo chão. A raiva foi tanta que quase eu abaixava e comia os pedacinho, só de raiva. Ou essa, contada por uma mulher muito bem arrumada, numa combinação lilás, salto alto e bolsa de veludo: "Tem tempo que você não me vê, né? Tava em Portugal, passei 20 dias lá. Sim, com a minha patroa. Como é Portugal? Eu sei direito não, só fiquei dentro de casa, e da vez que saí foi de carro e era de noite, a gente saiu da garagem e entrou na outra garagem, aí eu fui direto pra cozinha da amiga da minha patroa e não vi nada. Mas deve ser igual aqui, sabe? Até o jeito de falar deles parece com a gente, assim. Acho que não tem diferença não. As amiga dela que era legal, me deram cartão postal da cidade pra trazer pra casa. Mostrei pros menino lá em casa, eles pensaram que eu visitei tudo aquilo". Um dia eu prometo que escrevo uma só minha. Ah, em tempo: Pra quem viu Crash, Filhas do Vento é nada. Eu tou só no aguardo de Cidade Baixa. Me informei com a produção e em São Paulo o filme estréia agora em outubro na Mostra de Filmes. Ufa!

terça-feira, setembro 20, 2005

Leiam com todos os sics possíveis: Olás! Desculpe estar escrevendo só agora, estou tendo sérios problemas em arrumar tempo para net.Não sabia que você o **** haviam terminado. Tanto que te chamei achando que vocês viriam juntos. Lógico que fiquei sabendo do fato não através de você, mas após tê-la convidado.Também não foi tanta surpresa saber que vocês não estão mais juntos. Bom, isso não vem ao caso.A questão é: acho que se você quiser vir, pode vir, e sem essa bestice de eu ter que perguntar algo para ele, principalmente se ele se "importa".Bom, até posso compreender um pouco seu receio em relação aos "amigos do ****", mas o acho meio tardio. Creio que você deverei ter tido algum receio na primeira vez que encontrou com nosso pessoal, mas como eu disse, te compreendo, afinal, você estava em pleno "caso novo", era obvio que o seu comportamento deplorável originava-se de querer 'se aparecer' mais, e também você estava num lugar com pessoas que você nunca viu, então é obvio que mostrar falta de educação também é uma forma de se defender. Na boa, muitas pessoas não fariam diferente de você, na sua situação. Infelizmente.Infelizmente porque pessoas fazendo coisas comuns, como por exemplo, ter atitudes e atos idiotas para se aparecer, tornam-as comuns demais para serem lembradas, e quando o são, é porque geralmente elas estão 'embaralhadas' ou 'em contato' ou 'ligadas' a uma pessoa que brilha ou brilhou muito. Não são por si só, liga?Eu quero lhe dizer que não tenho nada contra você, e pouco me importa se você está com o **** ou não, apesar de tê-la chamado achando que estaria ainda com ele, mas fica a seu critério vir no *****, do qual eu acho que, se você quiser desfazer essa impressão que ficou 'no ar', deveria vir sim, surpreender aqueles que a acharam um pé no saco e por favor, sem se preocupar com o que o ex vai achar e se ele vai estar, né?Ah, e se você não se importar com nada do que pensam de você, mui ótimo também, mas não vem com blá-blá-blá de que "são amigos dele" que você fez através dele. Completamente desnecessário. Com toda franqueza, ** ______________________________________________________ Sorry... eu ri tanto tanto que não pude deixar de postar isso aqui. Eu prometo que serei uma garota menos má da próxima vez.

segunda-feira, setembro 19, 2005

Eu e meus problemas.

Acabei aprendendo uma coisa simples pra continuar vivendo. Quer saber? Eu simplesmente deixei de me preocupar com os problemas. É, isso aí. Eu deveria ter me preocupado deveras com um problema na semana passada e até ter deixado de sorrir. Mas sabe o que aconteceu? Hoje ele foi resolvido. Imagina se eu tivesse perdido o fim de semana a me lamentar? Tranquila, tranquila... me diverti bastante, fui trabalhar hoje depois de uma semana dodói (ô saudade dos meus e minhas pequenos e pequenas...), dei muita risada, cantei "Eu não sou daqui..." e quando cheguei no dito cujo, resolvido. Resolvido. E como dizia o finado: "Quem esquenta a cabeça é palito de fósforo". Eu tou doida procurando no Skype um peruano, um argentino, um sulamericano qualquer pra me ensinar "Arroz con leche, mi quiero casar/ con una guapita que saiba bailar", mas não acho nenhum! Começo a cantar e eles dão risada, acham bonitinho e me perguntam onde eu aprendi essa musiqueta. Ora, onde aprendi... eu quero aprender inteira pra ensinar pros meus e minhas... bobos... Tou ali escrevendo cartas. Qualquer coisa me chama.

domingo, setembro 18, 2005

Tu já viveu cena de cinema? Cortaaaaaaa!

Cena de cinema. Minha vida em cor de rosa. Minha vida e de mais duas pessoas, em cor de rosa e dia de festa. Qualquer diretor pagaria bem pelo nosso roteiro de amor e amizade. Engraçado que no dia, dias depois, meses, não nos demos conta disso. Mas hoje, depois de um telefonema... discutíamos a beleza da vida e do dia em que juntos fomos numa quermesse. Perto de casa, nos divertimos juntos. Dançamos, bebemos, sorrimos, dançamos, conversamos, compramos doces e mais bebidas. Um casal de namorados, eu uma amiga, que poderia estar em qualquer outro lugar, mas estava ali. E não, eu não queria estar em outro lugar que não fosse perto daquela inocência, uma beleza de inocência que se podia até tocar com a mão, concreta. Naquele dia, foi tudo fantátisco. E muito bonito mesmo, sem tempo pra pensar em tristeza. Como crianças bobas. Eu acabei esquecendo disso por que naquele dia eu liguei e ouvi coisas muito feias de alguém que não sabe o que é amar e queria que eu ensinasse. Pena que ele tenha sido tão pouco aplicado nos estudos... como eu pude deixar que uma ligação de 3 minutos empanasse o brilho daquele dia? Eu sou boba, e deus mora nos detalhes. Por mais que eu queria, sou escritora boa assim não pra fazer vocês entenderem a magia desse encontro. Dessa coisa que está além das palavras, que está no olhar e no sorriso amigo, sem intenção de fazer com que as coisas mudem de lugar, pelo simples fato de tu estar ali o mundo é bonito, e não há mais precisão de nada. E nesse mundo cão, nesse mesmo mundo cão que me faz chorar lágrimas e lágrimas, eu tenho essa dádiva, que é passar a noite nessa companhia de cuidado e de atenção. A delicadeza dos sentimentos... aquela noite me faz arrepiar, arrepio de saudade, de vontade de que o mundo saiba que amar é possível, e que fé ainda é uma das coisas mais bonitas do universo. Fé no outro, nas possibilidades, nos sentimentos... eu ainda acredito. Além disso tudo, ouvi que eu sou uma menina legal, e que gostam de mim. E que só me disseram isso por que não sabiam mais o que fazer com tanto sentimento. Explosão. Coisa boa é gostar, gostar sem esperar que o outro goste na mesma intensidade, mas dizer que gosta, e resolver isso assim, dizendo que gosta. Eu faço muito isso, e achei bonito que fizessem comigo, faz tempo que isso não acontece. Aliás... não faz tanto tempo assim, não. Não posso me fazer de vítima, ando bem servida de bons sentimentos, devo estar colhendo as flores que plantei no jardim do coração de um bem-querer. Ou bens-querer. O segundo é o mais certo. Tá vendo por que que eu nem posso reclamar da vida?

Menina.

E foram tantas as conversas e palavras e assuntos hoje que eu me senti cheia. Cheia de vida. Pronta pra outras vidas. Poder tocar o céu daqui de baixo é tão bom, né?

sexta-feira, setembro 16, 2005

Filosofia de botequim.

É nas horas de maior dureza e infelicidade, ou no contrário total e negação absoluta da tristeza e melancolia, que formulo frases do tipo: "Deus? Se existisse mesmo, me daria uma bunda igualzinha à da Valentina. Merecer eu sei que mereço."

Não sei de mim.

Não sei de mim, ando pensando, chegarei à conclusões. Eu fico aqui pensando que talvez eu não seja uma garota normal, normalzita. É. Que eu tenha mais medo do que eu disse que tinha ontem. Medo de relacionamentos. Por que cargas d'água eu funciono assim à distância, carta, bombom e flor, e depois, ao vivo... as coisas vão se desmoronando? Eu sou terrível? Diga aí quem conviveu comigo! Mandem mensagens, digam como eu sou, como me comporto, quem sou eu na convivência pacífica de uma casa, de uma república... sou assim insuportável? Ou sou medrosa? Medrosa. Medo de mudar, de ter que mudar os detalhes da minha vida, como talvez deixar outra pessoa escolher a sessão de cinema, ter alguém que não goste de Impressionismo ou do Wahrol do meu lado, ouvi-lo bocejar e ter que dar um sorrisinho... eu não quero isso. Eu sou insociável? Eu posso fazer sozinha? Eu não preciso te incluir no fim de semana, é isso? Oxalá deus. Estou encafifada. Eu sei quem sou, mas não sei de mim com os outros. Isso é um problema da nossa idade, mora? Me disse um amigo, ele entende um pouco do que eu não sei de mim, acho eu. Conversa chata que tá ficando isso aqui. Eu falando do que eu não sei em mim mas que provavelmente é defeito. Tou me protegendo do mundo quando o que eu mais digo é "Faze o que tu queres pois é tudo da lei, da lei", ou "Quem tá na chuva é pra se molhar.

quinta-feira, setembro 15, 2005

F.

Mundo pequeno? Ha. Eu conheci uma certa F. Que conheceu um certo F. Lá do outro lado do Atlântico. Eu também conhecia F. E acabei descobrindo isso numa mesa de bar, semana passada. Sim, F, que não bebe nada além de água (desconfiem de qualquer pessoa que senta com você numa mesa e pede água, desconfie), me disse que o F. além-mar era o mesmo. Internet pequena. Aquela música do Gil: "Antes mundo era pequeno Por que terra era grande. Hoje mundo é muito grande... Pois é, vocês sabem. Eu ando sumida? Sim, eu achei que precisava finjir estar compenetrada para os estudos pré-concurso para me dar bem. Surtiu efeito, tou aprovada, agora resta saber se me chamam ou fazem cú-doce por muitos meses. Vamos ver, a efetivação desse troço vai me render mudanças. Físicas. E eu penso muito nele, nele e nele. Mas fico feliz quando descubro que ele, ele e ele também pensa em mim. Não, não são os mesmos neles e eles, não confundam. Confusão já basta a minha, que recebeu propostas do tipo "vem até aqui preu ter certeza que você é a mulher da minha vida". Mas consegui esboçar calma. Até acreditei. Meu coração é vagabundo, giramundo. Faz tum tum tum por qualquer coisa, ao menor cheiro de sentimento. Será que acho algum outro coração que bata no mesmo compasso que o meu, ou algum que me ensine a tum tum tum devagar, marchinha de carnaval vai aparecer? Alalaô pra você também, eles vão dizer, acho que é a senha. Mas marquem hora, viu, que por agora eu tou ocupada com umas coisas aqui na minha cachola. Sem tempo pra especulações de amor. Arre égua que não tem ebó nem padedê que me tire a felicidade de perto! Tem jeito não! Ando eufórica, rindo do tudo. Consequentemente, do nada. Sim, do nada. Me perguntam o motivo do riso, sei lá eu! Não há motivos, pra chorar também não. A não ser de saudade... saudade de mãe, que essa semana me disse "faz não" e me fez sentir a filha mais amada do mundo. Tinha até esquecido que era filha! Dizer "faz não" na hora certa é uma arte que pouca gente domina. Dona Gal faz isso com uma maestria... de passista de escola de samba. Mesmo que nunca tenha sambado direito na vida. E falando em direito, não sei se é direito, mas diminuí os comprimidos, que não comprimiam nada, nem desejos. Continuo a mesma garota faladeira, ansiosa, sem sono, agitada, explodindo aqui dentro, chorona, com miligramas de remédio a menos. Vamos sentar e esperar. Quer dizer, vocês sentem e esperem, por que eu não consigo fazer isso por muito tempo. O Fabuloso Destino de Amelie Poulain é fabuloso! Lugar-comum, clichezão? Pois é, o diretor Jeunet (que tem mó cara de Genet) é que é meio esnobe. Acho que nunca fui Amélia nem Amelie. Bem, quer dizer... quem nunca teve um poucochinho de medo? Eu ainda tenho, medo de morar sozinha. Medo de frio na barriga na hora errada. Eu gosto de: Fazer cafuné em mim mesma; Riscar os filmes que já vi, todos os dias, no jornal; Eu não gosto de: Sair do banho quente às 06 da manhã; Usar meia pra dormir, mesmo no frio; Musiqueta de Moraes Moreira que não sai da cabeça: Escute essa canção/ Que é pra tocar no rádio/ No rádio do seu coração... Aumente o seu volume/ Que o ciúme/ Não tem remédio/ Me lembra a minha infância. Recebi mensagens de carinho ontem, antes de dormir. Engraçado como eu acabo descobrindo sempre que as coisas bonitas acontecem sempre na minha vida, sempre. Não é só uma pessoa, um só lugar. Eu sou feliz e nem sei, gente. Nem seeeei.

sexta-feira, setembro 02, 2005

Ufflalai.

Amar você é fácil, me disse um cacho. Sabia de mim esse menino. Pena que não aproveitou pra me roubar o coração. Será que alguém pode viciar em Adriana Partimpim cantando "Sou eu assim sem você"? Eu viciei. Tou ouvindo já tem umas 2 horas. Uel, uel, uel, Ga-briel. Chove, chove, chove. Que bonito. Gosto de chuva, lá fora agora tem cheiro de terra molhada. Me lembra minha casa. Gosto de lembranças. Vi exposições e filmes e gentes e vidas muito legais esses dias todos e não escrevi porque tem coisa que é pra se guardar no coração, no corpo, aqui. Bem aqui. Ainda não sei direito como se separa isso, mas eu escrevi não. Caramba, como eu sou mesmo uma menina fortunada.